Capítulo 18 - Acusado

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- Filha? - chamou ele num tom mais calmo mal parou o carro naquele parque de estacionamento junto à esquadra. 

- Queres destruir a minha vida, fá-lo logo, não estou para conversas. - ripostei bruscamente, fitando-o de forma gélida, quase cortante, o famoso "se o olhar matasse", provavelmente teria acabado de cometer uma loucura. 

- Teagan! - insistiu assim que abri a porta.

- O que é? Não querias tanto separar-me da primeira pessoa por quem me apaixonei? Estou apenas a fazer-te a vontade. 

- Oh filha tu não te apaixonaste nada! Foi ele, isso é culpa dele... - repetia como se fosse incapaz de me escutar, o que tornava a minha raiva maior de uma forma estrondosa, quase explosiva - Só estou a fazer isto para o teu bem, T...

- Não estás, estás apenas a ignorar o que te digo, estás apenas a tratar-me como se fosse uma criança, porém, desculpa dar-te um notícia tão inesperada, já não o sou, tenho vontade própria, consigo pensar, sei o que quero...Que estou para aqui a dizer, não serve de nada, mais tarde ou mais cedo acabarás por entender.

Virei-lhe costas, dirigindo-me em passos fracos à entrada de onde já via lado a lado, Curran e a mãe, de obvias expressões tristes estampadas nos rostos, as quais garanto que me partiam o coração em mil pedaços. 

- Teagan! - exclamou ele no momento em que me colocou a vista em cima, tentando aproximar-se, no entanto não obtendo qualquer tipo de chance afina, para além de o meu pai se encontrar mesmo atrás de mim, um dos policias fez questão de se colocar entre nós.

- Podem ir parando, tal como em qualquer altura, o Cur jamais me faria algo contra a minha vontade...

- Teagan...- repreendeu o meu pai.

- Não, chega! Não vou mentir ok? Ele salvou-me a vida mal me conhecendo, eu mantive-me próxima a ele desde o primeiro segundo por vontade própria, eu estou aqui agora numa tentativa de impedir que a pessoa que amo seja simplesmente presa por algo que não fez, nós não temos culpa das nossas idades... Nós temos estado felizes, portanto porque raio é que uma pessoa aleatória tem que destruir isso??

- Porque aquilo que esse desgraçado te fez chamasse pedofilia e manipulação e um crime, ele terá que ser punido!

- Pai! - protestei de punhos serrados.

- O senhor não fala assim do meu filho ouviu bem? Não deve ter ouvido, afinal a sua filha explica-lhe as coisa e nem isso escuta... - pragueja aquela doce e simpática senhora, que me tratara com o maio dos carinhos, apesar de por pouco não ter perdido um filho às minhas custas - O senhor guarda tem que acreditar em nós, o meu filho nunca seria capaz de tamanhas maldades.

- Eu aqui acredito em provas meus senhores e essas mostram-me um homem de vinte e dois anos a beijar uma adolescente de dezasseis. - respondeu o homem alto de cabelos pretos, num tom monocórdico e insensível.

- Mas ele não me forçou a nada porra! - vociferei num pranto.

- Peço desculpas, a sua palavra aqui não conta muito, afinal, tal como diz o seu pai, a manipulação é uma hipótese muito válida e forte. - ripostou - Agora se não se importam, retirem-se e tu rapaz, acompanhas-me.

- Não, não, não... balbuciava chorando desesperadamente - V-vão mesmo prende-lo...?

- Até ao dia do julgamento pelo menos.

A pouca força que continha desfez-se deixando-me cair de joelhos com o rosto inundado, desesperada, praticamente em pânico, sem mais a menor ideia de como travar esta merda, este engano tremendo, a única coisa que queria era acordar deste maldito e súbito pesadelo.

- Curran desculpa... - balbuciei procurando os seus olhos onde também lágrimas se formavam tingindo a habitual brancura de um avermelhado e tornando mais brilhante aquele azul esverdeado encantador - Desculpa por não poder retribuir, nem metade do que já fizeste por mim.

- Vai ficar tudo bem sim? Não te preocupes, mais tarde ou mais cedo, tudo ficará bem. - afirmou esboçando um sorriso forçado, alcançando a minha mão por curtos segundos visto que o meu pai se prontificou a puxar-me imediatamente - Vai voltar tudo ao normal...

- Já chega! - vociferou o meu pai que segurava firmemente o meu braço.

- Posso ao menos saber quem é que causou tudo isto? - questionei.

- Menina quem causou isto foi ele...

- Você sabe muito bem de que estou a falar!

- O nome de quem fez a queixa é confidencial...

- Mais tarde ou mais cedo saberei, não é melhor ser já do que em pleno dia de julgamento?

- Katherine Deeble. - pronunciou e tal apelido bastou para que o meu raciocínio se completasse, a irmã da Olivia... 

~Curran Narrando~

A que ponto pode chegar a falta de maturidade e a cede de vingança de uma pessoa? Aparentemente estou a descobrir isso na pele...

- Katherine... - murmurei incrédulo.

Aquilo que, por ser um rapaz nojento na época, fiz a uma miúda doce, isto é unicamente minha culpa

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Aquilo que, por ser um rapaz nojento na época, fiz a uma miúda doce, isto é unicamente minha culpa...

(Nota da Autora: o nome verdadeiro da atriz é Katherine Mcnamara como muitos devem saber, porém na história partilha o apelido com a irmã, Olivia)

O mundo trouxe-me até tiOnde histórias criam vida. Descubra agora