Capítulo 10- Um erro?

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Os raios de Sol atravessam a pequena brecha afastada do cortinado que cobria a porta de vidro que dava para a pequena varandinha estreita, levantando-me em silêncio, calcei os chinelos delicadamente e vesti por cima do pijama de calções curtos e t-shirt larga, uma sweat cinzenta que deixara largada sobre a cadeira da secretária e caminhei até lá fora.

O dia mal tinha nascido, não fazia a menor ideia de que horas eram, mas era reconfortante sentir aquela luminosidade matinal aquecer-me o rosto ensonado e entender que regressara novamente à realidade após sonhar pela segunda vez com aquela pessoa que me dava voltas e voltas à mente.Depois de longos e pensativos minutos que me clarearam finalmente o pensamento escolhi deslocar-me à casa de banho, onde a água do chuveiro me deu a coragem de ter a tal conversa com a minha mãe.

Escolhi vestir algo simples e prático, aliás, como sempre, pois é assim que sou

Ou era, até aquele homem dar as caras na minha vida, por um deslize da minha cabecinha nas nuvens

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...Ou era, até aquele homem dar as caras na minha vida, por um deslize da minha cabecinha nas nuvens.

- Mãe posso perguntar-te uma coisa? - questionei entrando na cozinha onde esta me recebeu com um olhar surpreso enquanto preparava o café ainda de pijama e cabelo preso num coque feito à pressa.

- Onde vais assim vestida a esta hora Teagan?- perguntou - São agora oito e meia da manhã, as tuas aulas só começam amanhã, querida!

- Tenho que tratar de uma coisa...Mas para isso preciso da tua ajuda...- comecei, ficando nervosa assim que entendi que para além de ter que lhe perguntar se por acaso quando ficou à conversa com aquela senhora tão simpática tinham trocado números de telemóvel, como também iria acabar por ter que lhe explicar toda a história, o que podia tornar-se numa grande chance de ela não permitir que arredasse pé daqui.- Por acaso não ficaste com o número da mãe do Curran?E só assim por acaso não podias pedir-lhe a morada...?

O meu rosto já ardia de vergonha a esta altura...

 - Para que é que queres a morada deles a estas horas? E porque não lha pedes tu? Ou não ficaram com nenhum contacto? - neste momento já me enchera de perguntas às quais eu não fazia a menor ideia de como responder, a melhor escolha realmente era contar-lhe tudo o que acontecera.

- Mãe eu e ele tivemos uma discussão no outro dia e desde aí que não trocamos uma palavra...- e daí para a frente tudo se desenrolou.

Muito receosa e um bocado envergonhada decidiu ceder aos meus mil e um pedidos e lá lhe ligou, enquanto isso mantive-me ali sentada numa das cadeiras batendo o pé freneticamente enquanto escutava a conversa até que a dada altura esta pede-me algo onde apontar, mas no exato momento um choro de bebé ouve-se vindo do andar de cima.Corro de um lado para o outro até encontrar um pequeno bloco de notas e uma caneta azul da Bic já meio gasta que entrego nas mãos da minha mãe antes de correr escada a cima para o quarto dos meus pais, ainda todo às escuras onde pude encontrar a minha pequenina já de pé na cama esfregando os olhinhos. Pego-a cuidadosamente abraçando-a enquanto esta deita a cabecinha no meu ombro.

- Passou-se alguma coisa? - questiona a Sage da porta ainda de pijama também.

- Não, apenas alguém deve ter acordado com os pés de fora.- murmurei passando suavemente a mão pelos cabelinhos loiros da nossa pequena Aubrey.

Acabei por deita-la na cama ainda desarrumada dos meus pais onde me deitei também com a Sage logo me seguindo. Em meros segundos já fazia cócegas a ambas e gargalhávamos ofegantes quando a mãe aparece na porta, sorridente.

- Já podes ir T, aqui está a morada. - afirma com o papel nas mãos - Chama um táxi o dinheiro está lá em baixo.

- Obrigada mãe!!- exclamei levantando-me à pressa.

- Vais onde mana?- pergunta a Aubrey com um olhar perdido.

- A mana já volta!- declarei deixando-lhe na testa um beijinho antes de correr porta fora.

Já no bem dito táxi o remoinho de emoções crescia dentro de mim, deixando o meu trémulo corpo indeciso sobre se estava a tomar a correta decisão ou se era apenas a falta que sentia dele que me deixava tão benevolente.  

- Ah Teagan, a tua mãe bem disse que virias cá!!- exclamou a mãe dele ao sair pela porta daquela bonita casa.

- Bom dia...-exclamei com um sorriso tímido antes desta me cumprimentar com dois beijos no rosto.

- Olha podes entrar, eu tenho que ir resolver umas coisas, mas fica à vontade, a Harl está na sala, mas penso que o Curran ainda esteja a dormir.- comentou ela caminhando na direção de um carro estacionado a uns metros da entrada.

- Então não seria melhor esperar e vir mais tarde...?- gaguejei.

- Ora essa! Já aqui estás entra e não te preocupes com nada. - insistiu e não pude negar mais.

Após nos despedirmos caminhei até à entrada da casa com o coração a mil, junto à porta entreaberta respirei fundo e entrei. Cruzei-me como a Harlowe a quem dei um abracinho antes de lhe perguntar pelo irmão e esta confirmar o que a mãe dos dois tinha suposto, fui convencida uma vez mais a avançar e subi as escadas ainda nervosíssima e julgando que isso não aumentaria enganei-me redondamente pois assim que cheguei ao primeiro andar da casa a voz do Curran ecoou, nos mesmos lamentos do meu sonho. Acelerei o passo seguindo-a e então cheguei ao quarto da ponta do qual abri a porta com todo o cuidado tendo imediatamente um deja vu...

- Curran...Curran- murmurei, chamando-o com cuidado tocando no braço partido que ele ainda magoaria mais se não acordasse daquele pesadelo envolvente.

- Desculpa-me, desculpa Teagan...- continuava ele a sussurrar debatendo-se entre voltas na cama.

- Estou aqui, ei acorda!- continuei a tentar desperta-lo, mas sem qualquer sucesso procurei tentar segurar-lhe a mão, coisa que finalmente fui capaz de fazer. - Estou aqui, está tudo bem.

- Por favor desculpa-me, fui, fui um parvo de merda, eu, eu...- gaguejava um bocado ofegante ainda visivelmente confuso.

- Deixa estar, eu, eu perdoou-te...- afirmei baixando a cabeça.

- Obrigado, obrigado mesmo Teagan. - disse numa voz tão sincera que foi impossível não me vidrar nos seus lindos olhos. - Eu, eu preciso de ti, por...

Não terminando a frase envolveu um braço na minha cintura e puxou-me para ele, do nada estávamos apenas a milímetros, escutando as respirações ofegantes e os batimentos cardíacos acelerados um do outro, então levada por um desejo parvo cedi, os nossos lábios estavam colados num beijo doce e mutuamente correspondido.

O mundo trouxe-me até tiOnde histórias criam vida. Descubra agora