Capítulo 9- Tempo e distância

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~Curran Narrando~

Boa seu merdas já estragas-te tudo com a primeira pessoa que começou por ter uma boa impressão de ti!! Porque é que eu fui pensar aquilo? Pior, porque é que lhe fui perguntar aquilo?! Fiquei a parecer um adolescente inseguro, um rapaz que não acredita que uma miúda tão bonita como a Teagan poça simplesmente estar a ser simpática, poça ser realmente tão boa pessoa quanto aparenta! E agora faço o que?! Ela deve querer tudo menos falar comigo, afinal julguei-a sem qualquer razão para tal...

Agora aguento queira ou não, pois não vou simplesmente pedir desculpas por mensagem, também não tenho o número para lhe ligar, então a menos que, nos voltemos a cruzar quando sair, ou que ela desista a meio e venha cá ver-me, ao que parece as coisas ficarão assim... 

Olho lá para fora pela janela aberta por onde entra o Sol, a vontade de sair a correr daquele maldito hospital para procurar a pessoa que não sai da minha cabeça desde o momento que a vi pela primeira vez cresce dentro de mim, mas logo tudo se torna em raiva e frustração que tentei apenas disfarçar, fingir que não estava acontecer, pois afinal é só uma adolescente, alguém que mal conheço...

Repentinamente uma lágrima cai-me cara a baixo...O que é que se passa comigo?! Curran Walters não o é tipo de pessoa que chore, quanto mais por uma rapariga.

~Teagan Narrando~

Eu disse que não ia voltar atrás e não voltei, naquele dia levantei a cabeça e saí pelo lado oposto àquele em que estava a sua mãe com a irmã dele, a ultima cena que queria era gerar confusões, ou ter que lhes dizer a razão pela qual estava assim, a razão pela qual me pus a chorar numa cadeira de hospital aleatória. Assim liguei à minha mãe que estranhou o quanto segui calada por todo o caminho até casa. Nos dias que se seguiram ganhou mais razões para estar desconfiada que algo se tinha passado, aliás, ela e a casa toda, mas não havia ninguém com quem me sentisse à vontade para desabafar sobre tal, então acabava por ficar a descrever sentimentos em poemas e textinhos no meu amado caderninho.

Pois sentimentos, julguei que a desilusão fosse suficiente para apagar aquela bela imagem da minha mente, mas não, não se  passava um dia sem que me recordasse do seu rosto, o momento do acidente, o nosso primeiro olhar, até o momento em que desatei aos gritos por me sentir tão insultada com algo tão simples, não havia um único dia em que o meu coração não apertasse ou não acelerasse de cada vez que abria o Instagram e ele acabara de publicar um instastorie (sim sou uma grandessíssima parva por não lhe ter dado unfollow ) e assim ocorreu por duas semanas, sem qualquer visita, sem qualquer mensagem, sem nada, a única coisa que ainda sabia a seu respeito é que à alguns dias obtivera alta e agora estava em casa.

- Teagan? -chama a Sage assustando-me ao bater à porta do meu quarto já escuro pois preparava-me para tentar adormecer na noite antes do meu ultimo dia de férias.

- Sim, que se passa? - questionei acendendo a luz branca do pequeno candeeiro de base cinzenta que fica sobre a minha mesinha de cabeceira, 

- Isso pergunto-te eu!- afirma surpreendendo-me - Ultimamente andas estranha, mana!

- Sabes, zanguei-me com uma pessoa...- murmurei enquanto esta subia para a cama para ficar ao meu lado.  - E não tive culpa, pelo menos penso eu, então sei lá, está a doer um bocadinho o facto dessa pessoa nem sequer ter tentado que tudo fique bem...

- E já pensaste que essa pessoa pode não ter tido oportunidade de o fazer? - esta pergunta pôs-me a pensar tanto que cheguei a colocar a hipótese de o ir ver.

Acabei por desconversar quando nos deitamos lado a lado a fazer brincadeirinhas, rindo como se voltássemos a ser pequeninas e tal como nessa mesma  altura adormecemos abraçadas...

***

Onde raios me meti...?  

- Teagan...- murmurava uma voz minha conhecida - Teagan desculpa-me, por favor, por favor...Eu, eu só queria ter a certeza que...Que não me ias desiludir...

De repente vejo-me num quarto com aqueles lamentos ecoando-me nos ouvidos, ao virar-me para trás lá o encontro, o Curran debatendo-se na cama, todo despenteado, soado, parecendo viver um pesadelo horrível e comigo segundo consta...Fiquei um bocado perdida, não sabendo como agir baixei-me junto do mesmo, deslocando a minha mão até à dele, mas assim que as mesmas se tocam, acordo... Cá estou de volta à minha cama com a minha irmã descansando serenamente ao meu lado.

O mundo trouxe-me até tiOnde histórias criam vida. Descubra agora