Capítulo 20 - Há coisas que nunca mudam

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~Teagan Narrando~

Passaram cerca de dois anos e meio, tempo suficiente para fazer os meus amados dezoito anos, tanto eu como a Millie, tempo suficiente para podermos afastar-nos de Chicago indo a Los Angels ter com a Sadie e a Sophia que, como estudantes do ultimo ano na época em que nos conhecemos vieram para a Universidade da Califórnia em Los Angels  pouco depois daquele ano terminado levando a que, no caos da minha vida a Mills se torna-se o meu porto de abrigo, a minha melhor amiga, é claro que conversávamos muito por videochamada, mas confesso que morria de saudades de ambas e acredito que será bom para mim aproveitar a oportunidade de ouro que me deram os meus pais, tentar perdoa-los pelo que no passado permitiram que ocorresse, tentar distanciar-me do passado em que mergulhava de cabeça de todas as vezes que se lembravam de me pedir para ir buscar pizza, aquela rua... Aquela rua virou de pernas para o ar a minha comum vida, mudou-me para sempre. 

- Teagan onde é que anda essa cabeça? A tua mãe está à montes de tempo a chamar-te para se despedirem! - exclamou Millie agitando-me o braço no meio do aeroporto onde aguardávamos a chamada para entrar no avião - Miúda ainda perdemos o voo!

- Tens a certeza que é por minha causa e não pela quantidade de horas que passaste a tentar colocar tantas roupas nas malas? - exclamei gargalhando.

- Pois... Eu vou andando. 

- Mills espera lá! - implorei ouvindo o som dos seus divertidos risos, enquanto corria na direção dos meus pais e das minhas irmãs que abracei permitindo que os meus olhos se inundassem de lágrimas que passei tanto tempo a tentar manter cá dentro. 

- Espero que sejas muito feliz filha. - balbuciou a minha mãe segurando o meu rosto entre as duas mãos a quem me limitei a responder balançando a cabeça em concordância.

- Farei de tudo para o ser...

- Atreve-te a não nos vires visitar! - acrescentou, Sage que quase me esmagou assim como a minha Aubrey.

- Vão ver que daqui a nada já estou novamente aqui para vos chatear.

- De certeza, mana? - perguntou Aubrey a quem muita dificuldade peguei ao colo sorrindo de olhos postos nas suas tão lindas pérulas azuladas.

- Sim, princesa, de certeza. 

- Teagan temos que ir! - avisou Millie, impacientemente.

Abracei-os uma ultima vez sem dizer qualquer coisa ao meu pai, não iria ser hipócrita a esse ponto, a nossa relação acabara por se tornar quase nula, não iria fingir o contrario apenas por ir estudar para longe. 

- Filha... Tu sabes que o que o pai fez... - preparava-me para sair quando escutei tal começo de frase que, de modo inevitável cortei virando-me para trás numa fria expressão.

- Para o meu bem? Talvez um dia vejas que não. Eu amo-te, no entanto também o amo a ele e tiraste-o da minha vida. - proferi minutos antes de desaparecer no corredor que levava ao exterior onde encontramos com grande rapidez a escadaria que nos levava ao interior do avião.

Na viagem tivemos a sote de ir lado a lado, encostadas uma à outra vendo filmes, ouvindo musica e adormecendo durante uns inúteis minutos antes de chegarmos a LA. Sentia-me num sonho, num filme clichê daqueles em que a personagem principal encontra a o amor da sua vida do nada e uma carreira como a que sempre almejou, mas isso é sonhar demasiado alto, afinal, por enquanto a universidade chega-me e quanto a amor da minha vida...Não preciso de nenhum, afinal, como admiti sem me dar conta, ainda em Chicago, continua a amar o Cur. Nunca liguei àquilo que as pessoas tanto diziam, provavelmente por não ter vivido tal situação até ao momento, porém agora vejo tal com a maior clareza, quanto mais proibido algo é, mais desejado se torna. 

O mundo trouxe-me até tiOnde histórias criam vida. Descubra agora