Capítulo Trinta e Seis - Aquele da verdadeira família Minatozaki.

6.7K 670 1.5K
                                    

Mesmo depois de três banhos, Tzuyu ainda sentia-se grudenta quando voltou para o salão comunal.

Agora que a guerra de Nayeon e Sana se estendeu para algo maior, Tzuyu sabia que tudo estava longe de acabar. Ela resolveu ignorar isso, assim como o cheiro de morango.

No salão comunal, Tzuyu sentou-se no sofá e decidiu ler as anotações das próximas caminhadas até a floresta. A monitora-chefe da Corvinal, Handong, às vezes levava alguns grupos à procura de ingredientes mágicos para poções (mesmo que no fundo Tzuyu soubesse que ela queria procurar por unicórnios).

Mas Tzuyu não conseguia prestar atenção no papel. Depois que viu Joy mais cedo, ela ainda tinha aquele grande vexame da festa na sua cabeça. Adicionando o fato de que Sana achava que ela estava com Joy agora.

E, quer dizer, quem liga? Pelo menos Sana a deixaria em paz agora. E era o que Tzuyu precisava. Esquecer Sana. E finalmente se lembrar de se livrar daquele estúpido presente de aniversário ainda na cabeceira ao lado da sua cama no dormitório. Ou parar de pensar no cheiro do seu perfume, ou em como ela desejava poder beijá-la em algum corredor mais uma vez.

Mas ela não podia. Não se isso significasse esconder.

A única experiência que Tzuyu podia tirar sobre se apaixonar era que só tinha lhe trazido problemas. Os pensamentos de Tzuyu se dissiparam quando Gucci apareceu no sofá e bateu com a pata na sua perna algumas vezes.

- O que foi? - Tzuyu perguntou pro gato.

Gucci tinha um olhar pedinte no seu rosto alaranjado. Isso na maior parte das vezes queria dizer que queria ir lá pra fora para uma caminhada ou queria comida. E, já que as janelas da torre estavam abertas, ele queria comida.

- Eu acabei de sentar! - Ela reclamou, mas Gucci não pareceu entender o que ela quis dizer ou apenas não se importava. Ele voltou a arranhar sua calça.

Tzuyu gemeu de frustração. - Tudo bem! - Ela disse para o gato que, mesmo ainda com sua cara emburrada, pareceu mais animado quando Tzuyu se levantou.

Tzuyu saiu da comunal e tentou segurar Gucci, mas o gato apenas andou mais rápido, provavelmente já sabendo que Tzuyu ainda estava melada e com cheiro de morango. Tzuyu rolou os olhos e deixou que Gucci fosse à frente.

Não havia muita gente nos corredores mesmo que encontrasse um ou outro grupo por aí. Tzuyu só podia adivinhar que os alunos ainda estavam cansados pela noite anterior, ou ainda estavam almoçando ao ar livre por causa do que tinha acontecido no salão.

Tzuyu estava descendo as escadas que davam para a cozinha, mas Gucci não a seguiu.

- Ei. - Tzuyu chamou o gato. - Esse não é o caminho da cozinha.

Gucci miou em resposta e sumiu pelo resto do corredor, sem dar tempo de Tzuyu chamá-lo de volta. A corvina apenas bufou e continuou a seguir ele. Tzuyu nem sabia por que estava seguindo Gucci, mas ele só parou de ziguezaguear pelos corredores quando encontrou a biblioteca.

- O que você...?

Gucci não deu tempo a Tzuyu de terminar a pergunta. Um aluno lufano saiu da biblioteca e o gato aproveitou a porta aberta para passar pra dentro. Tzuyu suspirou, pensando que pelo menos aquilo era uma distração.

Tzuyu então entrou com cautela no local, já que a bibliotecária a mataria por estar ali cheirando a calda de morango. Mas a mulher estava afundada em um monte de livros, ocupada demais para até mesmo ver Tzuyu ali.

Gucci continuou andando pelo local e só parou quando entrou em uma das estantes afastadas. O gato foi até uma prateleira baixa e começou a arranhar um dos livros.
Tzuyu abaixou e retirou da estante o livro que Gucci apontava. Ele era grosso e sua capa vermelha não tinha nada escrito. Havia apenas uma fita amarela marcando a metade das páginas.

𝕋ℝ𝕆𝕌𝔹𝕃𝔼 - Satzu.Onde histórias criam vida. Descubra agora