Capítulo Dezesseis - Aquele do encontro na sala de herbologia.

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A grifana estava tão concentrada em um dos vasos de planta que não notou de primeira quando Tzuyu chegou.

Sana usava o uniforme de Quadribol assim como Suho, então Tzuyu podia adivinhar que ambos tinham saído do treino. Mas Sana tinha tirado as luvas e rolado as mangas até o cotovelo, deixando suas mãos totalmente sujas de terra por causa do trabalho.

Tzuyu se aproximou e então Sana a notou ali. Ela lhe lançou um grande sorriso e Tzuyu tinha que se lembrar de respirar quando os olhos de Sana se iluminavam daquele jeito quando olhava pra ela. Ela quase se sentia sem graça porque Tzuyu era apenas... Tzuyu.

Mesmo depois de tudo... Ela ainda não conseguia ver porque haveria alguma razão de ser tão importante para Sana. E isso apenas reforçava a teoria de Nayeon que Sana estava apenas brincando com ela, e que Tzuyu não saberia a diferença porque era ingênua demais quando se tratava de romance e...

- Tzuyu! - Sana chamou seu nome, parecendo animada e fazendo Tzuyu quebrar sua linha de raciocínio. Sana ainda tinha o sorriso no rosto e isso não a ajudava a pensar em qualquer outra coisa. - Você está atrasada.

Tzuyu rolou os olhos e sentou-se em um banco ao lado de Sana.

- Eu não estou. - Tzuyu retrucou. Ela nunca se atrasava.

A grande mesa na frente delas estava cheia de vasos de plantas e ela não sabia exatamente o que elas tinham que fazer. O professor disse algo sobre deixar uma anotação por ali, mas Sana deve ter lido-a antes dela.

- Uh... O que... Temos que fazer?

Sana terminou de colocar a terra no pequeno vaso que trabalhava e o colocou junto aos outros.

- Eu já fiz. - Sana sorriu de lado e apontou sua mão suja para a mesa à sua frente.

- O que?

- Eu já fiz o trabalho. - Sana explicou. - Eu coloquei as sementes nesses vasos e organizei as plantas ali. - A grifana então apontou para as prateleiras que ficavam na parede atrás dela.

Tzuyu cruzou os braços na altura do peito.

- Você fez o trabalho todo? Sem mim? - Perguntou e Sana assentiu. Tzuyu se perguntava o quanto realmente tinha demorado a chegar ali. - Sana! Eu deveria ter feito isso!

- Tzuyu, relaxa. É um trabalho voluntário, como você mesmo disse! - Sana argumentou.

- Eu sei, mas... - Tzuyu tentou pensar em algo para dizer, mas ela já estava com muita coisa na cabeça. E Sana olhando atentamente pra ela não ajudava. - Você não deveria ter feito tudo sozinha.

- Não é grande coisa. - Sana falou. Ela então olhou para as próprias mãos sujas de terra. - Eu apenas... Saí do treino mais cedo e pensei em... Você sabe... Terminar isso logo para que pudéssemos ficar juntas sem nenhum trabalho.

Tzuyu olhou para Sana sem acreditar no que ela estava dizendo. E aquilo acontecia sempre que Tzuyu tinha dúvidas sobre o que ela tinha com Sana. Os beijos na biblioteca, a declaração em Hogsmeade, o presente de aniversário, o jeito que Sana a observava, e agora Sana tentando ter um encontro de verdade com Tzuyu... Tudo isso não podia ser falso ou uma brincadeira, por mais que Tzuyu não soubesse praticamente nada sobre namoros ou por mais que não entendesse Sana.

- Você está com raiva? - Sana quis saber. - Por eu ter feito tudo sozinha?

Tzuyu fechou os olhos e suspirou.

- Não.

- Mas você está com raiva. - A garota falou, observando-a com preocupação nos olhos. - Você está meio vermelha e suas sobrancelhas praticamente juntas.

𝕋ℝ𝕆𝕌𝔹𝕃𝔼 - Satzu.Onde histórias criam vida. Descubra agora