Capítulo Cinquenta e Três - Aquele em que é o fim.

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Tzuyu não sabia onde lera, nem quando, apenas lembrava-se que não havia explicação científica para o choro. O único propósito era que as lágrimas lubricassem os olhos. Não havia um motivo real para as glândulas lacrimais produzirem um excesso de lágrimas por causa de emoções.

Ela achava que existia vários motivos para liberar o choro de seu corpo, mas nesse momento, seu motivo era dor. E dentro dela existia alguém cansada disso, confusa, sem ao menos conseguir entender os motivos que levam uma pessoa a fazer tão mal a alguém. Por isso, ela apenas soluça, chorando e cobrindo o rosto com as mãos no meio da sala dos Hirai.

— Tzuyu eu sinto muito. — Nayeon andou em sua direção, com um saco de gelo em pressionado. Seu rosto já estava limpo, mas ainda marcado com um vermelho quase roxo.

Nayeon se afastou de Momo para sentar no sofá ao lado de Tzuyu, enquanto falava. Parecia que cada palavra lhe causava dor em seu rosto.

— Vamos ficar bem, Tzuyu. — A voz de Momo saiu baixa, ainda estava se recuperando do que acabará de ver e enfrentar.

Era insuportável a dor em seu peito, ela não pensaria no assunto, não conseguiria suportar... havia um terrível vazio em seu peito agora. Ao menos, ela tinha suas amigas ao seu lado, e não poderia entregar-se a amargura de sofrer, suas amigas precisavam dela.

— Precisamos voltar para Hogwarts. — Tzuyu levantou virando seu corpo para as amigas. — As meninas precisam da gente.

— Eu espero que todas estejam bem. — Momo disse levantando do sofá.

Foda-se as ordens de Minerva, suas amigas estavam provavelmente internadas na ala hospitalar de Hogwarts. E ficar sentada não fazia parte dos planos de nenhuma das três. Elas queriam saber o que tinha acontecido com suas amigas, e precisavam agora.

Em uma hora, as três estavam sobrevoando o castelo de Hogwarts com suas vassouras. Tzuyu, é claro, ficou todo o tempo com os olhos fechados e a cabeça encostada nas costas de Nayeon. Não tardaram em correr até a ala hospital o mais rápido que podiam, elas estavam assustadas com o que poderia ter acontecido com as outras.

Mas Tzuyu foi impedida por Chanyeol.

— Tzuyu. — O garoto andou mais rápido possível. — Onde estão todas? Soube que a família de Sana foi presa, cadê ela?

Tzuyu não pôde responder. Chanyeol não sabia que sua Sana estava morta, mas Tzuyu não conseguiria contar. Dizer em voz alta seria tornar a morte final, absoluta, irrecuperável.

— Precisamos ir até a ala hospitalar, Chanyeol. — Momo interferiu, puxando Tzuyu em direção. — Logo mais falamos com você.

— Tudo bem, eu só queria agradecer a Sana por ter salvado o pessoal. — Chanyeol gritou ao ver que as meninas já estavam mais longe.

Tzuyu engoliu o choro de sua garganta, ele estava entalado, ocasionando em uma incomodação. Ela continuou com seus passos, com a certeza de que faria de tudo para que Sana fosse lembrada por todos. Ela pensou em contar para seus filhos sobre Sana, mas no fundo, não imaginou mais uma vida que não fosse com ela ao seu lado.

— Madame Pomfrey.

Nayeon foi a primeira a falar, ela não olhou imediatamente para ela. Tzuyu conseguiu assistir a Senhora Hirai, Minerva e mais o professor de poções Taemin ao redor de uma das macas. Então ela olhou pelo lugar, Mina, Jeongyeon, Chaeyoung e Dahyun estavam ali. Então quem seria a outra pessoa?

Seu coração se encheu de esperança ao imaginar que Sana tivesse uma chance, que elas tivessem uma chance. Minerva virou-se em direção delas.

— Bom, meninas... – disse Minerva, finalmente afastando-se da maca. – ficarão contente em saber que suas amigas logo estarão bem.

𝕋ℝ𝕆𝕌𝔹𝕃𝔼 - Satzu.Onde histórias criam vida. Descubra agora