Pela primeira vez no reino de Illéa, as princesas serão as responsáveis pelas suas seleções.
Jasmine e Clara, serão as primeiras mulheres que poderão escolher um marido e se casarem longe de interesses reais.
Entre os dez pretendentes, às duas terão...
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Príncipe Kauan caminha a minha frente se vangloriando pelas conquistas de seu reino, e de como ele gosta de se divertir fugindo de seu pai para ir a festas e baladas. Ele conta detalhadamente como engana os guardas do seu palácio e sempre acaba escapando.
Enquanto isso, o sigo em silêncio olhando para todas as flores que enfeitam o grande jardim do castelo, vejo os gêmeos passeando com a dama de companhia de minha mãe, e aproveito para dar uma espiada neles, até que nos aproximamos da enorme fonte no centro do jardim e então Kauan se vira para mim e sorri de um modo travesso.
— Gosta de festas princesa? — ele me indica com a mão o cimento que forma a fonte redonda para que eu me sente, e assim faço ao tempo que arrumo meu vestido.
— Imagino que não tanto quanto você — digo de uma forma irônica que mamãe facilmente me repreenderia, mas para minha surpresa, o garoto ao meu lado gargalha alto.
— Não discordo de você — ele diz quando o olho, e então inclina a cabeça observando meu rosto — E mesmo que discordasse, não ousaria em contradizer uma moça tão bela quanto vossa alteza.
Sinto meu coração acelerar pelo modo que ele analisa minha boca, e engulo em seco tentando esconder todo meu nervosismo dentro de mim.
— Prefere mentir para mim então? — pergunto fazendo seu olhar voltar para meus olhos.
— Prefiro agradá-la. — ele diz se aproximando mais de mim.
— Então recomendo que não se aproxime mais dela — escuto a voz de Brendon e fecho meus olhos agradecendo em pensamentos por meu irmão ter se aproximado.
Lentamente volto a abri-los e percebo que o príncipe Kauan encara meu irmão com a expressão séria, então me levanto ficando entre os dois.
— Pode me dar licença principe, preciso falar com meu irmão — peço olhando calmamente para ele, que se levanta e pega uma das minhas mãos e se curva ao beijar as costas dela.
— Como desejar — Kauan volta a sorrir como se nada tivesse acontecido e se retira. Me viro para meu irmão respirando fundo.
— O que seria de você sem mim? — ele fala de uma maneira convencida e sorri como se tivesse ganhado algumas de nossas partidas de dama no meio da noite, o que me faz revirar os olhos.
— Eu daria um jeito — afirmo e ele ri.
— É claro que daria — Brendon estende seu braço para que eu o segure, o que eu faço rapidamente — Vamos, eu te acompanho até o seu quarto.
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— Precisa de algo mais princesa? — Célia minha segunda dama de companhia me pergunta ao afofar os travesseiros da minha cama, enquanto Lilian, que é a primeira, penteia meus cabelos.
— Não podem ir — aviso ao me levantar da cadeira e arrumar a barra da camisola branca de seda que uso.
— Até amanhã princesa. — Lilian diz e as duas fazem reverência antes de saírem.
Olho para minha cama, e por mais que ela seja macia e muito convidativa a uma boa noite de sono, fico andando pelo meu quarto tentando decidir quais dos príncipes irei eliminar. Eu sei que esse é meu dever, só que o medo de eliminar o errado por mal conhece-los é bem presente.
De repente me assusto com uma batida muito forte na porta de vidro da minha sacada junto com um resmungo de dor masculina, pego a primeira coisa próxima a mim, que por acaso é o sapato de salto que usei o dia todo, e caminho devagar na direção de onde veio o barulho.
Pego na maçaneta dourada vendo uma silhueta do outro lado um pouco curvada, e abro a porta com rapidez preparada para atacar a pessoa ali.
— Hey! Hey! Calma aí! Não precisa me matar com um salto. — o garoto pede com os braços esticados em sinal de rendição.
— Que merda! — resmungo jogando o salto no chão com força.
— Creio que minha entrada triunfal, não foi tão triunfal assim — ele diz ao olhar para cima onde uma grande corda de lençóis vem do andar de cima, da janela de seu quarto.
— Creio que não — falo olhando para seu rosto iluminado pela luz da lua, e então o príncipe de cabelos escuros e olhos azuis me olha com um sorriso gentil nos lábios fazendo meu coração bate tão forte que parece que irá sair pela minha boca.
— Me desculpe pelo susto — ele pede e por segundos vejo que seu olhar desceu para minha roupa de dormir, o que me faz puxar a barra dela para baixo me certificando que não estou mostrando mais do que devo.
— O que faz aqui Lorenzo? — pergunto observando o azul dos seus olhos que me lembram o céu a tarde antes do laranja do pôr do sol o cobrir.
— Só queria um momento a sós com você — ele confessa parecendo um pouco envergonhado.
— Trouxe comida? — pergunto e sua expressão é de pura confusão, assim sorri para ele ao me aproximar e parar a poucos centímetros de seu corpo — Não se visita uma dama no meio da noite sem levar comida pra ela — aviso e ele sorri se divertindo com minhas palavras.
Vou até a proteção de cimento da sacada, me inclino olhando a propriedade e sentindo o vento frio bater em meus cabelos os fazendo voar, e então vejo o príncipe Habib e o príncipe Arthur passando visivelmente bêbados e cantando uma música qualquer.
— Você faltou a alguma festa ilegal dos príncipes? — pergunto olhando para Lorenzo que observa os dois rapazes com a expressão de raiva.
— Não — ele respira fundo e olha para o céu — É só o Habib que foi convencido pelo Arthur que escapar na primeira noite da seleção para ir em algum bar, seria legal.
— Interessante — digo olhando os dois garotos se afastarem se apoiando um no outro, e então tomo a minha decisão de qual será o primeiro príncipe eliminado por mim.
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