|Nada Mudou 1|

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Cidade de Denver no Colorado EUA. Em uma rua próximo a Denver East High School, a perícia deriva o corpo de um adolescente revestido pelo plástico preto, no momento que a delegada Daphne Hollins interroga a estudante renomada da escola, Melissa McCoy. Que a princípio encontrou o corpo sob o chão, e aparentemente está afetada pelo pranto com a cena que acabara de presenciar. 

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6 MESES ANTES

6 MESES ANTES

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Não. Não me considero certa para alguém. Sou desigual de ambas as garotas que conheço. Todas são eminentes atraentes, se refinam com roupas de qualidade, se maquiam e realçam ainda mais a beleza de seus traços. E quanto a mim? Completamente diversa. Quanto menos sofisticar, melhor. Para que finalidade precisaria chamar atenção, quando só me notam para zoar? Não preciso igualar-me a todos para ser aceita. Só queria que notassem meu valor pelo o que sou e não pelo que visto.

É agosto e me preparo para sair de casa. Primeiro dia de aula na maravilhosa High School de Denver, e finalmente é meu último ano, sênior ou terceiro ano. Visto-me como de costume, calça jeans surrada e ultrapassada, uma camiseta larga e preta desgastada. O conforto vem em primeiro lugar! Calço meu tênis all star favorito, amo usar um tênis. Até que sou vaidosa com minha pele e cabelo, abuso de hidratantes. Meu cabelo encaracolado é o que mais simpatizo, desde que esteja preso, por que odeio que fique caindo sobre o rosto, ainda mais quando jogo futebol.

Despeço-me de meu quarto desarrumado, e tranco a porta como se alguém viesse aqui e descobrisse minha bagunça. Desço as escadas ao ir a cozinha em busca de um café rápido para não me atrasar. Como sempre o café já está passado na cafeteira e o aroma embriaga minhas narinas. Café é vida, penso ao beber o primeiro gole. Minha mãe se chama Denise, somos praticamente idênticas. Ela aparece ao meu encontro, pronta para sair.

 — Rapido mi hija.¹ — Ela desliga a cafeteira, assinto e deposito minha xícara na pia, depois de secar tudo. — ¡No podemos llegar tarde!² — Pega sua bolsa pendurada na cadeira. Sim, minha mãe é de origem mexicana. Não perde o costume da fala, por mais que more há 17 anos aqui em Denver, ou melhor, desde meu nascimento. Saímos juntas de casa no mesmo horário, com caminhos opostos, eu para escola e ela para o trabalho. 

Em algumas quadras, já encontro minha melhor amiga, Mariana ou Mana como gosta de ser chamada. Ela é linda como as outras, ruiva dos olhos azuis. Não por que é minha amiga, mas eu a acho tão linda quanto uma boneca de porcelana, com inúmeras sardas espalhadas em seu rosto, que a deixam ainda mais chamativa, e com certeza, atrai a atenção de todos. Se não por sua beleza, é por sua personalidade, sempre de bem com a vida, disposta e vendo graça em tudo, seu jeito me contagia. Sempre fomos diferentes em personalidade, mas nos entendemos de uma forma inexplicável, eu a amo pelo que é, e sinto que ela me aceita assim como sou.

— Sempre na hora! — Ela diz em frente sua casa como de costume. — Pontual essa minha amiga!

— Claro, assim que deve ser não é? — Digo, enquanto andamos em direção a escola. — Espero que ninguém lembre do que aconteceu no ano passado... Não aguento mais isso.

Sou a pessoa certa? - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora