|Corações Frenéticos 3|

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🎵Before you go, Lewis Capaldi🎶

🎵Before you go, Lewis Capaldi🎶

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Isso não é verdade... Repito essas palavras inúmeras vezes em minha cabeça. Charlotte... minha irmã...

Meus olhos ardem como ácido, com lágrimas quentes em uma profunda e torturante dor. Não consigo ter o controle das lágrimas enquanto volto com meus pais no primeiro vôo da manhã, voltando para New York para estar ao lado de minha irmã. Por mais que meu pai saiba de todo o prontuário... tenho certeza que sim... precisamos estar ao lado dela como uma família, aquela que eu acreditava que não tinha com ela. Um engano. Charlotte era a pessoa que mais se importava comigo, e eu demorei tanto para descobrir.

Mal deixamos nossas malas no hotel e partimos imediatamente para o hospital que Charlotte está entubada... Sim, o que mais me tortura é as condições que ela se encontra, me deixando em completo desespero pelo medo de acontecer o pior. Após subir pelo elevador e absorver notícias drásticas do cirurgião, eu deixo meus pais para trás em busca do quarto de Charlotte.

— Christina! — soa a voz de meu pai, mas faço descaso andando ligeiramente pelo corredor, como se eu soubesse o verdadeiro trajeto, pois na verdade não faço ideia.

Sigo as placas suspensas que indicam o caminho e com a ajuda do minha intuição eu chego na aérea restrita, a UTI. Olho para trás e meus pais me alcançam com seus passos largos e apressados. Assim que a porta é aberta pelo enfermeiro, eu passo pelo homem em um piscar de olhos, aumentando meus passos e freando em cada porta aberta de um quarto, procurando por Charlotte. E encontro. Meus pés travam no momento que avisto-a deitada na cama com aquela roupa branca de hospital revestindo uma parte de seu corpo. Minha mãe passa por mim, me deixando paralisada entre a batente da porta, visualizando seu pranto ao se debruçar na beira da cama. Então largo um soluço. Meu pai apoia sua mão em meu ombro e não contenho em abraçá-lo e tentar largar toda aquela dor que esmaga fortemente meu peito.

— Querido... — com a voz embargada, minha mãe levanta seu rosto domado pelo choro. — Não deixe minha filha morrer!

Ele me larga de seus braços e anda até ela para um abraço dolorosamente apertado. Eu, soluçando e esfregando minhas mãos no rosto, dou um passo adiante e vejo a miss com a cabeça enfaixada e tubos passados nas vias respiratórias. O rosto está inchado e cheios de hematomas escuros, cobertos por pontos por causa dos cortes, distribuídos não apenas na face, mas por todo o corpo. O gesso reveste o pescoço, um braço e uma das pernas, mas isso não é nada comparado ao estrago na coluna lombar e... a fratura craniana. Por mais que meu pai pague para o melhor cirurgião de New York, agora tudo o que nos resta, é rezar. Pois Charlotte passará por mais craniectomia, afim de corrigir fraturas e o inchaço no cérebro, assombrando a mínima expectativa de vida que a equipe médica revelou para nós.

Tudo o que eu consigo pensar a partir desse momento e implorar fervorosamente pela vida, é que... Eu quero minha irmã de volta pra mim...

Sou a pessoa certa? - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora