Já fazem dias que vou na casa do traficante Ramírez em vão, pois nunca o encontrava. Não consigo admitir que Jason fez a mesma cagada que eu, ou até entendo, quer impressionar a namorada assim como eu com as garotas. Mas não importa. Jason apesar de ser irritante, ele ainda é meu irmão, e sinto a necessidade de protegê-lo, mesmo agora querendo seu fígado por ser tão burro.
Ultimamente estou tão aflito, que acho que mataria qualquer um que se pusesse no meu caminho. Não sei o que faria se caso acontecesse alguma coisa com Jason por causa disso tudo. Não consigo nem imaginar... Penso ao andar depressa pelas ruas da Vila, ao mesmo tempo que a raiva que sinto, se ascende ainda mais dentro do peito. Pela terceira vez me encontro nessa casa de madeira, sentido um misto de emoções, tais como ira e o medo, pois traficante não é considerado amigável nem um pouco. De certo a essa hora da manhã, ele esteja em casa... Bato na porta da casa fortemente pela segunda vez, e finalmente escuto passos revelando estar presente. É agora ou nunca... A porta é destrancada e aberta pelo próprio.
— O que quer aqui? — o homem barbudo estreita seus olhos castanhos e sobrancelhas grossas. Pela sua feição desleixada, parece que o acordei. — Tá achando que está onde pra bater na porta desse jeito? — olha para os lados e certificar que eu esteja sozinho.
— M-meu irmão é um idiota. — embargo a voz ao dizer, porém engulo a seco e crio coragem. — Vou trazer tudo de volta o que ele pegou...
— Está se referindo... — interrompe. — Daquele moleque metido que ainda não apareceu com a minha grana? — ergue sua cabeça paro o alto e começa a rir dando passos de ré, me permitindo a entrar na casa.
— Ele não vai vender nada! — estico o dedo estando alterado. Dane-se. Ninguém ri assim de mim.
— Veio aqui a essa hora, pra falar do merda do seu irmãozinho? — aponta o dedo como sinal de arma, encostando na lateral de minha cabeça. — Você só vai aparecer aqui de novo quando tiver o dinheiro e Jason vai fazer a mesma coisa. Caso contrário, meto bala em quem vier me perturbar. — pressiona o dedo até inclinar minha cabeça para o lado. — Pow! — emite o som pela boca, antes de rir debochado ao dar passos novamente atrás. Que velho idiota... Comprimo os lábios e dou um passo a frente. Sua mão ágil retira da cintura um revólver, apontado diretamente a mim, me forçando a parar imediatamente.
— Aqui sou eu que mando, PORRA! — esbugalha seus olhos transmitindo autoridade, comprimindo sua boca entre a barba longa e volumosa. Arregalo os olhos ao encarar a pistola 380 bem na minha face. Engulo a seco e um nó se forma em meu estômago. Não encontro outra saída, a não ser ficar quieto e dar passos atrás. — Anda, sai de uma vez da minha frente, antes que eu perca minha paciência. — seu semblante é assustador, então faço como mandou.
Viro as costas e ando com a visão totalmente embaçada. Voltar para casa com nada resolvido é agoniante. Se não fosse por aquela pistola em sua mão, Ramirez seria um homem arrebentado. Ando diretamente para o ferro velho do meu pai e desconto minha raiva nas latarias velhas. Chutes e socos tornavam-se o suficiente para me acalmar, até escutar passos em alguns metros de mim.
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Sou a pessoa certa? - Vol. 1
Ficção Adolescente🥉Concurso Sakura; 3° lugar na categoria Melhor Epílogo. Alana é uma aluna do ensino médio que não é tão aceita por outros alunos, por conta do ocorreu no ano anterior. Portanto, tem ao seu lado - seus únicos amigos - Mariana e David. Mariana é al...