Capítulo Quatro

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Saio apressadamente no chuveiro, me enrolo em uma toalha e corro até a origem da gritaria

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Saio apressadamente no chuveiro, me enrolo em uma toalha e corro até a origem da gritaria.

— Eu vou chamar a polícia, não se mexe. — Se eu não estivesse assustada, a imagem à minha frente seria hilária.

Allie estava na cozinha, com uma panela em mãos, prestes a atacar Ethan, que estava com as mãos estendidas, num gesto de rendição.

— Li, tudo bem. — Allie e Ethan viram o olhar pra mim. Enquanto minha amiga me olha como se eu estivesse doida, Ethan me analisa dos pés a cabeça, antes de virar o olhar, envergonhado.

— Como assim? Ele está com você? — Assinto enquanto ela abaixa a panela. — Garota... alguns dias em Nova York e você já arrumou um casinho. Inacreditável.

Allie da tapinhas em meu ombro e Ethan se engasga, visivelmente desconfortável.

— Nada disso, Li, ele vai morar aqui.

— ELE VAI O QUE? — Allie pega meus ombros e me chacoalha. — Me explica isso direito, garota!

— Eu vou... hm... eu vou deixar vocês sozinhas. — Ethan murmura e entra no seu quarto.

— Allie, que tal irmos até a cafeteria aqui no bairro? Lá eu explico tudo... — Lanço um sorriso amarelo e Allie semicerra os olhos ainda mais.

***

Depois de fazermos o nosso pedido, minha amiga me encara com a sobrancelha arqueada. Explico tudo, desde o golpe até a decisão de dividirmos o apartamento por tempo indefinido.

— Você está enlouquecendo, Victoria? Ele pode ser um maluco, você não pode morar com quem você nem conhece.

— Allie, está tudo bem. Nós já dividimos o apartamento com estranhos no Brasil, lembra?

— Vic, é diferente. Estamos num país novo e...

— Está tudo bem, ele parece ser legal. Confia em mim, se em algum momento eu me sentir ameaçada eu vou correndo pra você.

Allie se aliviou visivelmente — Você promete?

— Sim, Li.

Ela alcançou minha mão em cima da mesa e a apertou, com um sorriso carinhoso.

— Tudo bem, então. Você sabe que se precisar de qualquer coisa, eu estou aqui, não é?

Sorrio e assinto. Allie foi o meu maior porto seguro desde a tragédia dos meus pais. Ela esteve ao meu lado sempre que precisei.

— Mas, então... qual é o nome do bonitão?

Rio. Isso é típico de Allie. — Ethan Parker. Ele tem 27 e...

Noto o sorriso malicioso crescente no rosto da minha melhor amiga.

— Sabe, Victoria, eu já li muitos romances assim...

— O que? Assim como? — Ela me olha como se essa fosse a pergunta mais besta do mundo.

— Um cara gostosão e uma garota bonita... O destino deve estar colaborando pra você. — Ela dá de ombros.

Solto uma gargalhada alta, atraindo alguma atenção para nós. — Allie, você é a pessoa mais inocente que eu já vi. — Digo, ainda rindo e quase sem fôlego. — Eu e Ethan nunca vamos ficar juntos. Você sabe que eu nunca me envolvo com alguém, além disso, ele quer casar e construir uma família, toda essa baboseira romântica não é pra mim.

Dor lampejou nos olhos da minha amiga. — Vic, quando você vai se abrir pra o mundo novamente? Se permitir viver um relacionamento não é errado.

Percebo o clima tenso que se instaurou entre nós, Allie emanava uma preocupação quase fraternal.

— Eu não me fechei, Allie. Só não quero entrar numa bolha de felicidade que logo vai acabar, não consigo enxergar lógica nisso...

Ela baixou o olhar. — Onde está aquela garotinha que sonhava em achar um príncipe e viver o 'felizes para sempre'?

— Ela morreu, Allie. Morreu junto com os meus pais.

Quando o olhar da minha amiga voltou para o meu, notei algumas lágrimas lá. — Me pergunto se algum dia você vai se permitir entrar em um relacionamento novamente...

— Tenho certeza que não.

*
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