Capítulo Três

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Acordei com o barulho de panelas na cozinha

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Acordei com o barulho de panelas na cozinha. Precisei de um momento para retomar tudo o que aconteceu ontem, infelizmente, não foi um sonho.

Gemo e esfrego os olhos. Morar sozinha era o meu sonho, e ele acabou de se ruir completamente. Vou para o banho e passo muito tempo embaixo do chuveiro, pensando no que fazer. Eu não deveria ficar sozinha com um completo estranho, mas o que eu posso fazer? Não é justo que eu expulse-o, visto que Ethan também pagou por isso.

Visto uma roupa confortável e vou de encontro ao homem na cozinha. Logo que escuta os meus passos, ele levanta o rosto e sorri.

— Bom dia, Victoria. Estou fazendo o café da manhã. — Ele soa completamente diferente como o homem de ontem, isso é bom.

— Ethan... Bom dia. O cheiro está incrível.

Ele coloca a panela em cima do balcão da cozinha e me chama para sentar no banco ao seu lado.

— Alguns móveis meus chegarão hoje, o quarto de hóspedes está vazio? Eu posso ficar lá.

Bato a mão na minha testa. — Ethan, desculpe, eu esqueci completamente disso. Claro, pode ficar com o quarto, me desculpe por ter feito você dormir no sofá.

Ele ri e começa a comer. — Tudo bem. Então... me conte mais sobre você, precisamos nos conhecer, já que vamos morar juntos.

Respiro fundo. — Meu nome é Victoria Mitchell, tenho 22 anos. Sou modelo e brasileira, vim para cá em busca de novas oportunidades. Minha melhor amiga, Allie, veio comigo... é isso.

— E sua família?

Fico tensa, minha voz se torna fria. — Todos estão mortos.

Seus olhos se tornam carinhosos. — Sinto muito.

Aceno com a cabeça. — Sua vez.

— Meu nome é Ethan Parker, me sinto velho perto de você, tenho 27. Também sou brasileiro, — Fala essa parte em português. — me mudei pra esse apartamento para ficar mais perto do meu novo escritório de advocacia. — Dá uma pausa e me analisa, provavelmente com receio de falar da família para uma orfã.

Encorajo-o, pedindo mais.

— Meus pais moram no Brasil, mas vêm me visitar algumas vezes. Eles que me fizeram acreditar no amor, eu nunca vi um casal tão unido e amoroso... Também tenho uma irmã mais nova, o nome dela é Emma.

Noto seus olhos brilhando e o sorriso em seus lábios e sorrio, meus pais também eram assim, e tenho certeza que ainda seriam... Chacoalho a cabeça, na tentativa de espantar esse tipo de pensamento. Faz anos que tudo aconteceu, não posso ficar deprimida toda vez que lembro deles.

Ethan percebeu o clima tenso, provavelmente para aliviar, perguntou:

— Modelo, hein? Será que já te vi em alguma passarela pela TV? — Rio.

— Ainda não estou à altura — Comento divertida.—Mas em algum comercial, talvez...

Fascínio brilhou em seus olhos quando ele me analisou —Você tem potencial.

Senti o leve ardor em minhas bochechas, sinal de que eu havia corado.

—Obrigada... —Fomos interrompidos pelo barulho do interfone, Ethan desviou seu olhar e foi atender.

Escutei ele autorizando a entrada do seu caminhão de mudança.

— Eu posso te ajudar com as caixas...

— São poucas coisas, Davis disse que o apartamento seria mobiliado, então não me incomodei em trazer muito — Ele dá de ombros —Mas se quiser ajudar com as roupas...

— Claro! É o mínimo que posso fazer, depois de tudo. — Ele ri.

— Não é sua culpa que sofremos um golpe, Victoria.

Depois de trazermos todas as caixas pra dentro, começamos toda a organização. Abri as caixas onde todas as suas roupas estavam e arrumei todas no pequeno closet que tinha no quarto de hóspedes, chocada ao perceber que a maioria delas era blusas de botão e calças sociais.

Eu estava quase terminando quando notei uma pequena caixinha aveludada solta ali. A curiosidade me venceu, eu abri e me dei de cara com um anel de noivado incrível, ele era simples e delicado e tinha alguns pequenos diamantes brilhantes.

— Já terminei tudo lá na sal... —Me virei abruptamente, assustada. — Aonde achou esse anel?

— Ele estava... hum, ele estava nas suas coisas. Desculpa... eu não deveria ter mexido.

Ele ri. — Tudo bem, linda.

—Você pretende pedir alguém em casamento? É um anel muito lindo, ela tem sorte. —Ele ri mais ainda.

—Eu não tenho ninguém. 'Ela' não existe. —Talvez notando o meu olhar confuso, ele explicou —É um anel de família, passou de geração em geração, e agora está comigo.

—Você pretende casar, algum dia?

Ele dá de ombros —Talvez...

Murmuro algo em concordância e aponto para um lugar qualquer — Eu vou tomar um banho. Já terminei por aqui.

— Obrigada, linda.

Eu estava embaixo da água fria quando escuto um grito agudo.

— QUEM INFERNO É VOCÊ? — Allie grita.

*
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