Capítulo Vinte e Sete

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Um ano depois

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Um ano depois...

Minhas mãos tremem enquanto eu ando pelo amplo espaço do aeroporto. Melody me acompanha com uma cara não muito satisfeita.

— Não consigo acreditar que você negou aquilo, Victoria. Você sabe o que significa ter o contrato estendido em outro país? Oportunidades...

Meus ouvidos param de escutar, já me acostumei com as broncas de Melody a partir do momento que neguei a oportunidade de passar mais um ano trabalhando na Austrália.

Digo, é uma oportunidade incrível, mas eu sinto falta dos meus amigos, da minha casa, sinto falta dele.

Bufo enquanto prendo meu cinto. Eu tentei, juro que tentei. Saí com uns caras legais, bonitos e bem-sucedidos, mas, infelizmente, eu só tinha olhos para ele.

Desde que me mudei para a Australia, todos ficaram proibidos de citar o nome do meu ex-namorado, só Allie e James sabem a verdade. Na verdade, uma pontada de arrependimento me bateu por ter contado para o último quando ele tentou ir atrás de E... dele para agredi-lo. James é um ótimo amigo, mas... sério?

Minha bolsa cai do meu colo e grunho quando noto que todo o seu conteúdo está esparramado no chão do corredor, a maior parte são cartas: Diversas cartas com tamanhos e datas diferentes, só existem duas coisas iguais: O remetente e o fato que todas estão lacradas.

Ele me enviou tantas mensagens que eu poderia criar um livro só com elas. Depois partiu para os e-mails, por fim, para as cartas.

A primeira mensagem à mão que recebi me assustou, como ele sabia onde eu morava? Eu não estava pronta para vê-lo. Eu, chocada, liguei para Allie.

"A carta permanecia no chão enquanto eu discava o número dela, minhas mãos tremiam como um inferno.

— Hey, Vic, como está?

Ignoro sua pergunta. — Como ele descobriu onde eu moro? — Pergunto.

Ela passa alguns minutos em silêncio. — Ele não sabe. Eu as enviei.

O choque me cala. — Aqui consta como se ele fosse o destinatário.

Ela exala. — Ele é. Victoria, eu te amo como nunca pude amar alguém em minha vida, eu via como você olhava para ele, via como você sorria, inferno, você parecia brilhar perto desse homem. Ele apareceu aqui em casa. — Murmuro um "não" — Ele parecia... destruido, Vic. Ele estava mais magro, pálido, você tinha que ver...

Tapo minha boca com minha mão, na tentativa de silenciar meus soluços

— Ele estava desesperado para falar com você, dizia que não respondia as mensagens nem os e-mails. Me ofereci para enviar suas cartas, me desculpe...

Sem responder nada, desligo o telefone"

Minha mão treme ao pegar a última carta e voltar para o assento. Agradeço aos céus por Melody estar voltando só amanhã, me deixando sozinha na área VIP do avião.

Rasgo o envelope da carta e me vejo submersa em Ethan.

" Querida Victoria,

Hoje faz uma semana que você desapareceu, não tem noção do quão vazia nossa casa fica sem você, amor. Seu cheiro está saindo dos lençóis, estou me vendo perdido sem uma lembrança sua. Por favor, volte para mim.

Com amor, Ethan"

Um soluço explode na minha garganta enquanto abro a outra carta.

"Querida Victoria,

    Sinto que estou incomodando Allie indo diariamente entregar novas cartas, mas eu sou egoísta o suficiente para não me importar com isso. Com dezessete anos, eu cometi um erro que me persegue pelo resto da vida, eu e André estávamos bêbados e decidi ir dirigindo o carro, eu era um adolescente irresponsável e orgulhoso, e isso fez com que eu tirasse a vida de três pessoas. Me sinto na obrigação de dizer que eu não sabia sobre seus pais, meus pais preferiram esconder isso de mim, pois achavam que a morte do meu melhor amigo já era demais para eu lidar. Sei que isso não muda nada, quer dizer, seus pais ainda estão mortos, mas todos os dias depois do acidente eu acordava desejando que fosse eu no lugar dele, isso parou quando eu conheci você. Você me fez feliz, me salvou de todas as maneiras possíveis, e eu estraguei tudo. Esse é um demônio que eu nunca vou conseguir combater, e isso dói todos os dias.
Eu te amo mais do que qualquer coisa,

Ethan."

"Querida Victoria,

     Conversei com meus pais. Minha mãe disse que lembra de uma garotinha de cabelo escuro ajudando-a, era você? Ela me disse que, durante todo esse tempo, achou que era um pequeno anjo que veio para tirá-la do abismo que ela caiu quando descobriu do acidente. Isso chega a ser engraçado, porque quando eu te vi pela primeira vez, com o cabelo bagunçado, um pijama e um abajour em mãos, a primeira coisa que eu pensei não foi: "por que tem uma estranha no meu apartamento?", e sim: "ela é tão perfeita que parece um anjo". Eu sou grato ao Sr. Davis por ter me aplicado um golpe, pois ele te trouxe até mim. Por favor, leia essa carta, venha até mim, me perdoe. Eu imploro.

Me perdoe, anjo de cabelos castanhos,

Ethan."

"Querida Victoria,

    Eu te amo. Preciso dizer isso. Eu torço para que você esteja sendo feliz, onde quer que você esteja. Talvez, você já esteja casada e esperando seu primeiro filho, e se alguém te perguntar de algum Ethan Parker você pense "Ethan? Que Ethan?"
Eu te amo o suficiente para desejar a sua felicidade.

Ethan"

Tiro minha concentração das cartas quando sinto uma mão em meu ombro.

— Senhora? Chegamos. — A aeromoça me diz com um sorriso gentil.

A próxima coisa que me lembro é de discar o número de Allie.

— Voltei para NY. Estou a caminho da sua casa.

*
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