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Henry acordou às quatro da manhã de um domingo, rolou para a direta e tateou o local onde Charlotte deveria estar, mas não a sentiu. Abriu os olhos preocupado e ao sentar na cama notou que ela não se encontrava no quarto, levantou-se devagar e saiu para o corredor, do quarto ao lado saía uma fraca luz e ao se dirigir à ele encontrou Charlotte sentada na poltrona ao lado do berço. Se encostou no portal de madeira e de forma suave indagou.

- O que você está fazendo acordada à essa hora?

Charlotte deu de ombros, uma mão repousava de forma protetora sob a barriga de quase nove meses, e a outra apertava um leão de pelúcia. Henry notou o quanto ela parecia preocupada e isso o assustou. Aproximando -se mais um pouco, se ajoelhou ao lado da poltrona e levou a mão direita ao rosto dela o puxando em sua direção.

- O que está acontecendo?

Soltando um suspiro cansado, falou com a voz embargada.

- Eu estou com medo, e sei que já tivemos essa conversa antes, mas o fato de estarmos tendo ele anos antes do certo me faz crer que fizemos alguma coisa errada.

- Querida, você mesma já me falou diversas vezes que o futuro é uma linha fina, talvez o fato de termos descobrindo sobre ele só adiantou o inevitável. - tentou conforta-la como sempre, mas conhecia muito bem Charlotte para saber que ela só iria se acalmar quando estivesse com o filho nos braços.

- Eu sei, mas eu não quero perder ele. - inspirou fundo e limpou algumas lágrimas que escorriam. - Quando soube que ele era meu filho, quando vi aqueles olhinhos curiosos e sorriso sapeca, eu só soube que deveria protegê -lo, ele deveria nascer apesar de eu ter que tê-lo com você.

- Eu definitivamente vou ignorar essa última parte. - falou em um tom falso de mágoa que a fez rir.

- Sério, quase surtei durante anos depois que conseguimos mandar eles de volta. É só que.

- Eu sei. - afirmou, quando ela não consegui mais falar. Se esticou para beijar a testa dela e descansou a cabeça na barriga de Charlotte. - Nós vamos ficar bem, sempre damos um jeito quando estamos juntos.

Charlotte levou uma mão aos fios de Henry, o fazendo um leve carinho. Mesmo querendo ardentemente acreditar no que ele dizia, mesmo sentindo Oliver todos os dias se mexer agitado, mesmo ali, naquele momento onde se sentia segura somente com a presença de Henry, não conseguia deixar de lado a sensação de que algo estava fora do lugar, sentia que o futuro definitivamente não seria o que foi mostrado à eles.

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