Ander
Após confirmar os seguranças que éramos amigos do Christian, guiei a Leonor para dentro da casa.
A vivenda era enorme, e estava acumulada de gente. Algo que o Chris não se importava, pois para ele quanto mais gente estivesse nas festas dele, melhor.
Encontrei o pessoal espalhado pelo espaço, e mesmo o Guzmán que se encontrava num canto com Nádia.
Recebi um olhar de morte por parte dele, e sabia que por sua vontade metia-me as mãos em cima, mas não podia ou ia expulso da festa. No entanto, foi o primeiro a desviar.
- Ander. - ouvi a voz da morena ao meu lado, enquanto me agarrava no braço. - Posso ir ter com as meninas?
- Podes, mas tem cuidado. E caso não te estejas a sentir bem aqui diz-me, vamos logo embora.
- Está bem. Até já.
- Até já.
Ao vê-la virar costas, senti a darem-me uma chapada nas costas, o que me levou a olhar para o lado. Dei de caras com o Samuel e o Valério.
- Olha o desaparecido. - dei um sorriso fechado. - Então meu, que é feito dessa vida? - encolhi os ombros, após ouvir a pergunta do Valério. -
- Ando com uns problemas, por isso é que não tenho aparecido tanto. Mas pronto já cá estou.
- Fizes-te tu muito bem. E pelo que vi, estás bem acompanhado. - olhei confuso, ainda para o Valério - A portuguesa é cá um pedacinho...
- É, mas é minha. Eu vi-a primeiro.
- Relaxa, bro.
Levantou as mãos, o que me fez balançar a cabeça. Depois, dei-lhe um empurrão de leve pelo ombro.
Também cumprimentei o Samuel, embora ele tivesse ficado no lado do Guzmán na praia. No entanto, não deixava de ser meu amigo, pois nunca tinha tido confusões com ele.
- E quê? Vai um copo?
- Valério, se tu não quisesses beber um copo mal chegas a uma festa, não és tu.
- Até parece que já não conheces o teu amigo, Samuel. - balançou a cabeça -
Eu e o álcool somos melhores amigos.Acabamos por rir os três.
Dirigimo-nos á mesa, levando o Valério a pegar numa garrafa de champanhe, para começar.
Ao olhar ao meu redor, reparei que a Leonor se entretia com a Marina, Rebeca e Nádia. Ela ainda estava calma, pois apenas segura um copo de sumo. E eu também não podia exagerar, pois tinha de conduzir.
Senti uma presença ao meu lado, o que me fez encarar a pessoa. Desviei o olhar rapidamente, engolindo em seco. Não podia estragar-me a noite.
- Podemos falar?
- Agora não, Omar.
- Agora sim. - respondeu rude, levando-me a suspirar. - Nem quero saber se trouxeste a portuguesa, eu preciso de falar contigo.