Culto dos Orixás

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Na África, cada orixá estava ligado originalmente a uma cidade ou a um país inteiro.Tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais.Sàngó em Oyó, Yemoja na região de Egbá, Iyema em Egbado, Ògùn em Ekiti e Ondô, Òsun em Ijexá e Ijebu, Erinlé em Ilobu, Lógunède em Ilexá, Otin em Inixá, Òsàálà-Obàtálá em Ifé, subdivididos em Òsàlúfon em Ifan e Òsàgiyan em Ejigbô.

Os orixás viajaram, em seguida, para outras regiões africanas, levados pelos povos no curso de suas migrações.Se as pessoaas formavam um grupo numeroso, o orixá tomava tal amplitude que englobava o conjunto da família, e alguns olorixás, sacerdotes do orixá, asseguravam o culto para todo o grupo.Se alguém se fixava com a sua família restrita à sua mulher e aos seus filhos, o orixá assumia uma feição mais pessoal.Quando o africano era transportado para o Brasil, o orixá tomava um caráter individual, ligado à sorte do escravo, agora separado do seu grupo familiar de origem.

A qualidade das relações entre um indivíduo e o seu orixá é, pois, diferente, caso ele se encontre na África ou no Novo Mundo.Na África, a realização das cerimônias de adoração ao orixá é assegurada pelos sacerdotes designados para tal.Os outros membros da família ou do grupo não têm outros deveres senão o de contribuir materialmente para os custos do culto, podendo, entretanto, se assim o desejarem, participar dos cantos, danças e festas animadas que acompanham essas celebrações.Devem, além disso, respeitar as proibições alimentares e outras, ligadas ao culto de seu orixá, e, assim agindo, estão perfeitamente em regra com as suas obrigações.

No Brasil, ao contrário, cada um deve assegurar pessoalmente as minuciosas exigências do orixá, tendo, porém, a possibilidade de encontrar num terreiro de candomblé um meio onde inserir-se, e um pai ou mãe-de-santo competente, capaz de guiá-lo e ajudá-lo a cumprir corretamente suas obrigações em relação ao seu orixá.Se a pessoa for chamada a tornar-se filho-de-santo, caberá igualmente ao pai ou mãe-de-santo a tarefa de levar a bom termo a sua iniciação, e preparar o "assento" de seu orixá individual (o vaso que contém os seus ota, as pedras sagradas, receptáculos da força do deus).Existem, assim, em cada terreiro de candomblé, múltiplos orixás pessoais, reunidos em torno do orixá do terreiro, símbolo de reagrupamento, do que foi dispersado pelo tráfico.

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