Cerimônias (Parte 1)

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(A parte das cerimônias será divididas em dois capítulos  um contando sobre  as cerimônias na África e o outro voltando ao  Brasil.)

Cerimônias na África:

As cerimônias celebradas para os orixás são acompanhadas de oferendas e sacrifícios.Geralmente, o orixá evocado manifesta sua aceitação encarnando-se em um de seus elégùn.

As entradas em transe durante as cerimônias tomam característica diferentes de acordo com o orixá festejado.Para Xangô, elas se realizam em épocas afastadas umas das outras e ele só se manifesta num dos seus muitos elégùn presentes, estando todos porém suscetíveis de serem possuídos pelo deus.Esse transe, uma vez iniciado, é de longa duração (cinco, nove ou dezessete dias) e manifesta-se geralmente no momento do sacrifício de um carneiro.

Os transes de Ogum, observados na região de Holi, realizam-se praticamente a cada quatro dias, isto é, a cada semana iorubá, no dia que lhe é consagrado.O deus se manifesta em seu elégùn, sempre o mesmo, e durante um custo espaço de tempo, de vinte minutos a uma hora.O transe é provocado pelos ritmos de tambores, após as oferendas e sacrifícios.

Nos capítulos seguintes serão dadas as descrições dessas cerimônias.

A festa para Ògún Edeyi, em Ilodô, na região de Holi.Houve transe de muitos orixás, embora as oferendas tenham sido feitas a apenas um deles.Todos esses deuses possuíram seus elégùn respectivos só ao ouvirem as chamadas ritmadas dos tambores, próprias para cada um deles.

Naquele dia, viu-se ali uma série de elégùn fazer evoluções diante do templo de Ògún Edeyi, trazendo objetos simbólicos de seus deuses: Ògún, deus do ferreiros e dos guerreiros, trazia dois sinos de ferro e um facão; Sàngó, o trovão, brandia seu machado de dois gumes; sua esposa, Oya, divindade das tempestades, agitava um leque de couro; Ode, deus dos caçadores, trazia um facão e bastões de caça; Odùa-Òrìsàálá, todo de branco, apoiava-se em um cajado de estranho, metal que lhe é consagrado.Os elégùn faziam evoluções, dançavam, dialogavam e cada um deles comportava-se de maneira diferente, de acordo com as características de seu orixá.

Eles se mantinham em atividade ao som dos ritmos dos tambores, exatamente como ocorre nas cerimônias para os mesmos orixás no Brasil ou em Cuba.

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