Definição do termo "iorubá":
"O termo 'yorùbá' ",escreve S. O. Biobaku, "aplica-se a um grupo linguístico de vários milhões de indivíduos." Ele acrescenta que, "além da linguagem comum, os yorùbá estão unidos por uma mesma cultura e tradições de sua origem comum, na cidade de Ifé, mas não parece que tenham jamais constituído uma única entidade política e também é duvidoso que, antes do século XIX, eles se chamassem uns aos outros por um e mesmo nome".A. E. Ellis mencionou-o, judiciosamente, no título do seu livro The yorùbá speaking people ("Os indivíduos que falam o iorubá), dando as ignificação de língua a uma expressão que teve a tendência a ser posteriormente aplicada a um povo, a uma nação ou a um território.
Antes de se ter conhecimento do termo "iorubá", os livros dos primeiros viajantes e os mapas antigos, entre 1656 e 1730, são unânimes em chamar Ulkumy, com algumas variantes, a região que nos interessa.
Depois de Snelgrave, em 1734, o termo "Ulkumy" desaparece dos mapas e é substituído por Ayo ou Eyo (para designar Oyó).
Em 1726, Francisco Pereira Mendes, comandante do forte português de Ajudá, já mencionava em seus relatórios enviados à Bahia os ataques dos ayos contra o territórios de Agadjá, rei do Daomé e chamado "O revoltado", por haver atacado Allada em 1724,e que iria, posteriormente, conquistar Uidá, em 1727.
Foi esse porto, chamado atualmente Uidá (Gléhué para os daomeanos, Igéléfé, para os iorubás, Ajudá para os portugueses, Juda ou Grégoy para os franceses, Whydah,para os ingleses e Fida para os holandeses) e habitado pelos hwéda, que se tornou o principal ponto de "exportação"dos escravos originários das regiões vizinhas, inimigas do Daomé.
Em 1728, este mesmo comandante assinalava que "três reis do interior,poderosíssimos inimigos do Daomé, chamado Ayo brabo,Acambu e Ahcomi (Ulkumy), dando-se as mãos uns aos outros o cercaram".Encontramos aqui, lado a lado, Ayo eUlkumy, o que não simplifica o problema.
Norris foi o primeiro a publicar, em 1773, um mapa indicando Ayoes e Eyoes no local onde seus predecessores assinalavam Ulkumye, na obra onde inseriu esse mapa, trata da "nação Eyoe, oflagelo e o terror de todos seus vizinhos".Fala também da "invasão que fizeram ao Daomé, em 1738, e do tratado celebrado entre as duasnações, em 1743, pelo qual o Daomé deveria pagar imposto aos eyoe".
Em 1764, as relações tornaram-se cordiais e Aláàfin, rei de Oyó,veio ajudar os daomeanos a se defenderem dos ashantís, em Atakpamê(atual Togo), a oeste de Abomey.
Mas Oyó mantinha estreitas relações sobretudo com um reino, que servia de Estado-tampão, entre ele e o Daomé, na região costeira.Um reino, impropriamente chamado Porto Novo, cuja capital chamava-se antigamente Ajaxé.Seu território estendia-se, ao sul, até o Oceano Atlântico.No começo do século XVII, imigrantes vindos de Ardres(Alladá), levados por Te Agbanlin, instalaram-se em Ajaxé e deram o nome de Hogbonu à parte da cidade por eles ocupada.Mais tarde,quando Agadjá, o revolta do, conquistou Alladá, em 1724, e Uidá,três anos mais tarde, uma grande parte dos habitantes dessas duas cidades fugiu para o leste.Os primeiros foram juntar-se aos habitantes de Hogbonu, para formarem um novo Ardres.O mapa de Norris mostra a localização desses dois Ardres.Os outros foram se estabelecer em Badagri, no limite dos territórios dominados pelo reide Benim, nas cidades de Adó e Lagos.Esta última era antigamente chamada Eko (roça) pelos iorubás e Onim ou Aunis pelos navegadores traficantes de escravos.O nome de Porto Novo foi dado, em 1758, ao local hoje chamado Sème.Este novo porto tornara-se, juntamente com Badagri e Lagos, o principal embarcadouro dos escravos vendidos pelo povo de Oyó.O Novo Ardres era, na realidade, tributário e protegido por Oyó e chamado Adja Popo porseu povo.
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Conhecimento dos Orixás
SpiritualNesse livro vamos conhecer um pouco sobre as histórias e lendas dos orixás enquanto eles viveram na terra. "Exu é um orixá ou um ebora de múltiplos e contraditórios aspectos, o que torna difícil defini-lo de maneira coerente.De caráter irascível...