Capítulo 3

122 20 92
                                    

Capítulo 3

Após aqueles beijos, Annatar percebera que não só a semente que ele plantara florescera bem, porém também estava a verdejar e vicejar bem mais rapidamente do que ele pensava no começo. Por se tratar de um Elda imortal, pensou que até mesmo demoraria mais tempo; mas não, fora tudo rápido, felizmente. O Vazio na alma do Noldo era ainda mais profundo do que ele calculara no começo.

Depois do que falaram, Celebrimbor pensou que logo iam passar a viver uma relação normal e demonstrada a todos; mas não foi o que ocorreu. Vez por outra, o Maia sumia de Eregion sem dar notícias e sem dizer quando voltava. Nenhum dos artífices sabia se ou quando ele voltaria. E o coração do neto de Feanor se encheu de apreensão e amargor outra vez. Pensava naquele Ainu misterioso, o qual fora o anterior amor de Annatar. E sua mente a partir daí não tinha paz, e na hora de dormir ele se mostrava febril sem no entanto estar de fato enfermo.

Logo, porém, Aulendil voltou. E passou a tratar com ele e com os demais artífices como se nada houvesse acontecido. Quando Celebrimbor o indagou sobre sua ausência repentina e não anunciada, bem para onde fora, ele simplesmente sorria e dizia que por enquanto ainda não podia revelar do que se tratava. Mas prometia vir a fazê-lo um dia.

E então o Noldo o indagava, se ainda o amava; se não ficara intrigado com a confissão dele de amor. Annatar dizia que não, que estava muito feliz de ter aquele sentimento devotado a si.

Vez por outra, o Maia tomava ao Elda para beijar na boca; mas não passava disso. Eram migalhas que o Ainu plantava a fim de fazer com que o outro permanecesse preso a si. Mas não o satisfazia plenamente em sua sede de afeto; afinal, precisava ainda manter algumas lacunas do Vazio abertas para que ele as manipulasse e nelas trabalhasse. E assim de fato foi. Celebrimbor só conseguia trabalhar agora quando tinha a Annatar a seu lado; e à noite, quando era deixado sozinho para dormir, a lembrança daquela luz dos olhos do Maia o queimava ainda mais. Por serem poucos os beijos, e no entanto tão maravilhosos e ardentes, ele os valorizava ainda mais. Vivia para esperar mais um daqueles beijos.

Todavia, as coisas precisariam evoluir. Pois o trabalho de Annatar precisava também atingir a um novo patamar. Permaneceu cerca de seis meses assim, somente a beijar o Elda sob o luar, e a sumir vez por outra da região. Mas numa noite, após se certificar de que ficariam de fato sozinhos, o Ainu tomou ao Elda pela mão e disse a ele:

- Celebrimbor, você quer levar a nossa relação a um outro nível?

- C-como assim?

- Ora... você não esperava que ficássemos nesses beijinhos pra sempre. Não é?

E, sem mais dizer palavra, tomou ao companheiro pela mão e o foi levando até uma parte isolada de um dos bosques que circundava a região. O Elda, maravilhado, sabia o que ele queria. E de repente se sentiu pronto para prosseguir.

Quando chegaram ao recôndito mais profundo do local, Annatar parou e sorriu, como que a sinalizar que haviam enfim chegado onde ele intentava lhe levar. E em seguida o beijou profundamente, fazendo todos os sentidos do Elda despertarem mais uma vez. E aquele ardor, que à noite sozinho na cama parecia queimá-lo loucamente, agora se demonstrava como algo que podia e devia ser plenamente satisfeito.

Ora, os Eldar não costumavam ser dados à luxúria, muito menos os que vinham de linhagens nobres como ele. Porém, quando o amor tocava a seus corações; demorasse quanto tempo demorasse para isso acontecer; tal fogo despertava com uma fúria e uma necessidade imensa de ser satisfeita. Annatar sabia disso muito bem, por isso o "cozinhara" por tanto tempo. Para que quando chegasse a hora, ele pudesse ser plenamente manipulado naquele aspecto

Os beijos de Celebrimbor tinham, portanto, uma fome e uma vontade imensa de seguir em frente. Annatar, já tendo percebido aquilo, decidiu não mais adiar. Com as mãos habilidosas, lenta porém inexoravelmente, foi tirando toda a roupa do outro, bem como a sua. Assim que descobria a uma parte do Elda, beijava e acariciava, observando as reações que ele demonstrava. E elas não podiam ser melhores, pois o Noldo também o acariciava e suspirava, fechando os olhos de prazer.

- Deixa que eu te guio a partir daqui - sussurrou o Maia, ainda a afagar o corpo do amante - Se algo que eu fizer te desagradar me fala. Mas me fala imediatamente Os da tua raça, se fazem algo dessa natureza sem consentir ou se agradar plenamente, podem até mesmo deixar o corpo e ir a Mandos. Eu sei o quão sério é isto para os Eldar.

Celebrimbor sorriu, demonstrando que nada até então o desagradara de forma alguma. Após beijar e tocar o companheiro mais um pouco, Annatar tomou do membro dele, já duro, e o masturbou com perícia e firmeza. O Elda mordeu os lábios de prazer, não conseguindo conter um gemido logo em seguida, maravilhado. Como os Eldar quase nunca dissociavam o ato sexual de amor e companheirismo, seu primeiro instinto foi abraçar ao corpo do outro e beijar a seus ombros, mal acreditando na sorte que tinha ao se entregar áqueles momentos incríveis com ele, por quem estava tão enamorado. O Ainu continuou com a masturbação e logo juntou a seu próprio membro com o dele, dando prazer a ambos dessa forma. Sem parar com a estimulação, voltou a beijá-lo na boca; e aquele fogo tão grande só cresceu e queimou ainda mais a Celebrimbor. Era tão bom. Tão bom. Entre um beijo e outro, o Elda declarava seu amor pelo Ainu, e este último sorria, sem parar com o ato.

Quando as coisas ficaram um pouco mais "adiantadas", Annatar parou. E sem dizer palavra, somente com gestos, pegou o Elda pela mão e o levou a uma pedra lisa e grande ali perto. Depois, o apoiou contra a mesma, com o traseiro virado para si. Em seguida, tomou a um frasco de óleo aromático que estava no meio de suas vestimentas, as quais se encontravam na relva, e umedeceu seus dedos com ele. Foi até o amante e sussurrou em seu ouvido:

- Está tudo do seu agrado até agora?

O Noldo sorriu.

- Sim. Muito.

- Posso continuar?

- Claro.

O Maia assim o fez. Celebrimbor considerou que ele agia daquela forma por se importar com seus sentimentos e com seu consentimento, mas a real razão de Annatar fazer aquilo é que precisava do outro vivo para seus propósitos futuros. Eldar quando forçados a atos sexuais morriam. E ele jamais fazia ago sem visar alguma vantagem depois. Infelizmente o Elda ainda não sabia plenamente disso.

Em breve saberia.

Àquela hora, no entanto, somente a paixão e o êxtase o tomavam. E foi ainda enlevado que sentiu os dedos umedecidos do outro lhe roçarem, primeiro por fora, depois sendo introduidos em seu interior. O Maia era de fato experiente e habilidoso, pois o tocava por denro de uma maneira que era deliciosa e fazia aquele fogo dentro de si crescer tanto, e com tamanho ímpeto, que ele sentiu lhe afoguear até mesmo os braços, o peito, o rosto. Suas mãos fortes de artífice se crisparam contra o rochedo no qual se apoiava, já perdendo o controle sobre si próprio.

- A-Annatar...!

- Sim?

- Eu... hun... por favor.. eu quero... eu preciso de mais...! Esse desejo parece que vai me implodir!

O Ainu sorriu mais uma vez. Era naquele ponto que ele queria chegar. O ponto da total entrega, do descontrole. Ele quase sempre conseguia isso quando se propunha a seduzir alguém. Sorriu, satisfeito com a própria habildade.

- Se quer tanto, vamos prosseguir.

Sendo assim, o Maia umedeceu a seu próprio membro com o óleo e em seguida se postou atrás do outro. Celebrimbor suspirou de prazer ao sentir aquele corpo tão desejado colado atrás do seu. Mais uma vez, o Ainu sussurrou em seu ouvido, provocando nele arrepios de êxtase.

- Eu sempre fui sincero contigo; serei mais uma vez portanto. Vai doer um pouco no começo, mas depois... eu juro... eu te prometo... que sentirá o maior prazer que poderia sentir na vida.

E então foi, aos poucos, penetrando o interior do amante. No começo, de fato, o Elda sentiu dor. Fechou os olhos, pensando que logo ia passar, e constatando que seu desejo era muito maior que ela. Logo, por Annatar ser de fato muito habilidoso e estar com o membro bem lubrificado, entrou por inteiro nele. Beijou ao Elda nos ombros e no pescoço, novamente sussurrando para si:

- E então? Está bom? Quer continuar?

- Eu não ia querer parar por nada deste mundo...!

- É assim que o quero. Completamente rendido a mim... minha delícia preciosa.

O Noldo tremeu ao se ver chamado por aquele apelido que ele considerava carinhoso da parte do outro. Mas tremeu ainda mais quando o Maia segurou suas coxas com as mãos e retirou um pouco do membro, para em seguida, num movimento lento porém profundo e firme, o penetrar por completo outra vez.

E em seguida o Elda foi transportado a uma dimensão de tesão e prazer, de delícias sem fim e de ondas maravihosas de uma sensação indescritível em palavras para si. E novamente, como no dia do primeiro beijo, o firmamento dançou sobre sua cabeça, e as árvores em volta pareciam sussurrar de amor junto com ele, e o riacho ali perto parecia cantar a música extasiante de seu enlace com Annatar.

O Maia manteve aquele ritmo do começo, lento porém profundo e firme, parecendo que ia tomar ao outro todo com seus movimentos. A cada vez que aquele membro entrava no Elda, ele sentia que o fogo lhe queimava mais e mais, como se não pudesse parar de crescer. Como a sensação era de fato muito intensa, tomou da mão do outro e a segurou sobre sua coxa, tentando obter algum controle a partir daí.

Mas controle mesmo quem tinha era Annatar, o qual, apesar de também demonstrar sentir prazer, não tinha nem um pouco da entrega do amante. Começou a respirar de forma mais intensa, por causa do crescente êxtase que o tomava, porém para si o ato era muito mais mecânico e obviamente nem um pouco sentimental ou mesmo apaixonado, como era para o Elda, o qual se entregava por completo não só no corpo, mas também na alma.

Logo o Ainu passou a masturbar ao outro novamente, observando se ia aingir ao êxtase muito rápido, animado que estava com tudo aquilo. Queria que durasse bastante, para causar uma impressão muito viva na memória do outro quando ele viesse a se lembrar daquilo.

E estava a ser de fato a experiência mais forte que o artífice já vivera. Ele, que vira a ascenção e queda de tantos imperios. Ele, que já vivera tanto Mas naquele momento, parecia a si próprio que começara a viver somente quando Annatar o tocara pela primeira vez.

Não mensurou o tempo que ficaram ali. Quem fez isso foi o Maia, obcecado por ordem e controle como era. Mas não demonstrou, senão tiraria a "magia" do momento para Celebrimbor. E era importante que aquilo parecesse "mágico" ao Elda.

Logo, a onda de prazer cresceu tanto, que o Elda sentiu as pernas bambearem. Como no primeiro beijo de ambos, mas dessa vez era tão mais intenso, que ele realmente iria ao chão caso não tivesse a pedra como apoio a sua frente. O Maia já tinha ideia de que aquilo ia acontecer, por isso o colocara daquela forma.

- Annatar, isso é tão bom!

- Goza pra mim, vai!

O Noldo mordeu os lábios, agarrando o rochedo à sua frente. E em seguida gritou, vendo estrelas dançarem em frente de seus olhos enquanto uma onda indescritível de prazer varria toda a sua sanidade e ele se derramava com intensidade nas mãos do amante, o qual ainda o masturbava. Em seguida, o Maia se empurrou com mais rapidez para dentro do outro, enfim gemendo baixo, porém não demonstrando descontrole e muito menos entrega em momento algum. O máximo que fizera fora proferir entre os dentes, enquanto gozava dentro do companheiro:

- Hun... Elda, como você é gostoso!

E então acabou. Annatar, após alguns segundos, já estava refeito, enquanto Celebrimbor ainda sentia as lágrimas de prazer e amor escorrerem dos olhos. As pernas ainda não obedeciam a seu comando e ele estava ali, ainda completamente fora de si.

Em breve, no entanto, viu a mão do Ainu estendida a si. Ele olhou para o rosto dele e o viu sorrir.

- Vamos nos banhar juntos no rio?

- Ah... vamos!

O sorriso do Maia, no entanto, era cheio de malícia, cheio de cálculos sobre o próximo passo que daria e no que aquele passo refletiria em seus planos... e mais uma vez, por estar completamente apaixonado, Celebrimbor não percebeu tal detalhe.

To be continued

-----------------------------------

Nota da Autora: tudo muito lindo, maravilhoso, porém a razão pelo qual se faz isso é o que conta. A razão só vai aparecer lá na frente. 

Essa "maravilha" toda é só pra deixar a pessoa dependente. Mais nada. É que nem uma embriaguez ou vício numa droga. A longo prazo dá em ruim muito grande. 

Abraços a todos que estão lendo! 

Amor de PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora