32º Capítulo

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Ontem eu e Donatto chegamos aqui de madrugada então só tomei um banho e deitei pra dormir. Ainda to brava com o fato do Victor ter me mandado pra cá sozinha, eu sei que moro aqui a meses mas ainda não sinto essa maldita casa como meu lar. Até porque ela é da máfia e eu odeio cada um deles, mas acho que ele não me levou por causa do Carlos, quando Victor sai com ele já gosta de me levar quem dirá um viajem.

Queria entender porque a camisa dele tava suja de sangue e porque ele arrumou minha mala tão rápido pra me mandar de volta, alguma merda aconteceu e ele me mandou pra cá por proteção.

Tomei um banho já e fiquei arrumada porque é a única coisa que faz passar meu tempo, me cuidar.

To sentada na sala vendo umas revistas e tomando um suco de café da manhã, estou sem fome nenhuma então só peguei um pedaço de misto quente e vim pra sala.

A porta abriu e quando olhei avistei a Leila entrando, ela sorriu quando me viu e veio até mim.

- Oi - ela abriu os braços.

Me levantei e abracei ela.

- Que surpresa - falei me sentando de novo com ela.

- Victor me ligou e disse que te trouxe de volta.

- Na verdade ele me mandou de volta e ficou lá com o seu tio.

- É, eles tão resolvendo uma coisa no México.

- No México?

- Guerra de família grande, melhor deixar isso quieto.

- Tá explicado porque ele me mandou tão rápido pra cá.

- Proteção - sorriu fraco.

- Afinal eu custei um milhão.

- Não fala assim.

- É a verdade não é?

Ela sorriu meio sem graça desviando olhar para revista da mesinha.

- Não cansa de revistas não?

- É uma das únicas coisas que eu tenho pra fazer, gosto de olhar também.

Um barulho de caminhão encostou na frente da casa e ouvia as vozes dos caras dando as comanda pro motorista. Leila arqueou as sobrancelhas sem entender e olhou pra mim na esperança de que eu soubesse mas a mais desentendida aqui sou eu.

A porta abriu e Donatto entrou com sua metralhadora na mão, como sempre esses caras tem que estar com uma arma na mão. Eles não vivem não? Sei lá, não tem casa ou não come nunca vejo isso.

- Bom dia dona Mari.

- Bom dia Donatto.

- Dona Leila - cumprimentou.

- O que é esse barulheira aí fora?

Notei um cara atrás dele que estava me olhando fixamente, ele sorriu fraco e eu só voltei meu olhar pra Leila.

- Seu tio mandou mais carregamentos.

- E esse quem é?

- Um dos capanga lá da casa, ele que trouxe.

- Mas o Victor não está pra receber - comentei.

- Poderia receber por ele.

- Acho que não - sorri fraco - Você deve entender mais dessas coisas do que eu - olhei pra Leila.

Óbvio que a minha curiosidade tá gritando pra saber o que chegou mas não posso dar na cara que quero investigar o que entra e sai dessa mansão, pra eles eu fui comprada em um leilão e óbvio que qualquer uma no meu lugar não iria receber de boa carregamentos vindo do chefe da máfia toda.

- Tanto faz, descarrega o caminhão e leva tudo pro arsenal - mandou.

Eu ainda sentindo alguém me fitar com o olhar, olhei pra aquele homem que veio trazer as coisas, estava ficando incomodada com o olhar dele ainda sob em mim então só voltei a conversar com a Leila sem olhar de volta. Se Victor percebesse aquilo iria fazer perguntas ou dar um de durão pra cima do moço que só veio trazer as coisas.

Se eu entrasse na casa de mafioso pode apostar que eu não ia ficar olhando pra mulher que todo mundo diz que é do cara. Não ia olhar nem se quer pra empregada.

Eu e Leila fomos pra mesa lá da sacada pra ficar conversando e ele pediu vinho pra Carol que não demorou a trazer. Conversando sobre tudo um pouco, contei da viajem pra ela mas não falei nada sobre meu beijo no Victor muito menos o que rolou entre a gente.

Perto do anoitecer ela foi embora e eu fui pra academia andar um pouco na esteira. Já que não tem muito o que fazer a gente malha, nunca tive condições de pagar academia então agora que tem uma em casa, usa.

Fiquei andando e olhando pro chão pensando o que tinha naqueles carregamentos. Deve ser armas, muitas armas porque acho que droga o Victor não usa. Pelo menos não é do perfil dele e nunca vi nada por disso por aqui. Só se os capangas dele usa e eu não sei.

Mas deve ser armas de varios tipos de tamanhos.

- Aqui Senhorita - Carol deixa a garrafa no chão.

- Obrigado.

Continuei malhando pra recompor a forma e perder tudo que eu comi de besteiras nesses dias..

Querida Mariana Onde histórias criam vida. Descubra agora