MARIANA
Ainda to jogada nesse quarto horrendo, to com frio e me sinto muito fraca. Ninguém voltou depois do acontecido, minhas pernas estão doloridas e minha virilha está levemente roxa pela violência. Não consigo sair da mesma posição, me sinto suja e o medo ainda está em mim.
Me sinto em um buraco fundo esperando alguém me puxar de volta mas pelo contrário, estão fechando a saída me deixando aqui sozinha.
Não tenho força pra nada, nem pra levanta muito menos pra chorar.
A porta abriu me deixando alerta e aquele cara que me ajudou entrou com uma bandeja na mão. Me encolhi mais na cama em forma de proteção mas vi ele sorrir fraco.
- Tá tudo bem - disse se aproximando - Te trouxe a janta.
Engoli seco observando cada passo dele que colocou a bandeja na cama e me olhou. Sua mão veio pro meu rosto me fazendo recuar novamente.
- Não vai conseguir comer com a fita na boca.
Voltei o rosto pra frente devagar e ele tirou.
- Se eu te soltar vai comer em paz ou vai reagir?
- Não tenho força nem pra fala direito - falei e ele sorriu fraco confirmando com a cabeça.
Ele veio até mim e eu me virei, senti o alívio nos pulsos quando me soltou. Sem pensar peguei o lanche da bandeja e comecei a comer, suspirei aliviada por sentir finalmente um alimento na boca e ele ficou me observando com a arma na mão caso eu reagisse.
- Aquele cara morreu? - perguntei quebrando o silêncio do quarto.
- Tão usando ele se saco de pancada, ele nunca mais vai fazer mal a ninguém se ele sair vivo dessa.
Continuei comendo quieta sentindo seu olhar ainda em mim.
Tava tudo tranquilo até a gente ouvir um estouro do lado de fora, logo depois do barulhão começou os tiros. Varios pipocos de tiros ecoando pela casa inteira, lembrei de quando eu tava na delegacia e aconteceu a mesma coisa.
Será que é ele? Depois de tudo esperança é a única coisa que me resta.
Pode ser a polícia também vindo atrás de mim. O cara virou pra mim apontando a arma em minha direção.
- É melhor ficar quieta.
Ele aprecia nervoso como se tivesse com medo do que está acontecendo lá fora, não sabia o que fazer então fiquei parada.
Os tiros pareciam que estavam se aproximando da gente, aquela agonia de não saber o que tá aconteceu lá fora.
Ele olhou pra porta ainda meio nervoso e a arma tremia em sua mão. Aproveitei essa bobiada dele e avancei segurando a arma, ouvi o disparo que pegou no teto.
- Não me force a matar você - disse com raiva tentando toma o controle da situação de novo.
Bati minha cabeça no seu nariz fazendo ele soltar a arma e cambalear pra trás com a mão no rosto. Não pensei duas vezes em disparar na sua cabeça, ele me ajudou mas ainda sim quero a liberdade.
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Querida Mariana
Action+16 | Mariana, uma menina ingênua, pelo menos era quando tinha seus 12 anos. Vivenciou a pior cena que uma criança poderia viver, na qual viu seus pais serem mortos na sua frente. Hoje em dia já crescida e uma assassina profissional, não vai deixa...