48º Capitulo

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MARIANA

3 horas da manhã, o tempo nessa sala não passa. Essa é minha segunda noite aqui e o que eles me deram pra comer? Duas rosquinhas açucaradas e café. Bem comida desses policialzinho de merda.

To sentada aqui com um policial me olhando com cara de "eu sou o tal" o tempo todo com a arma na mão como quem queria me assustar, esse povo acha mesmo que eu sou uma sequestradinha da máfia.

- Vem cá não podem nem me colocar no quarto pra dormi?

- Não, cala boca.

Bufei.

- Nossa, que grosseria - fiz um bico triste em forma de deboche.

- Olha só eu tenho uma filha e uma esposa dormindo em casa, preferia mil vezes estar de conchinha com ela do que ficar olhando pra sua cara a noite toda.

- Ont que fofo, adorei a declaração - suspirei e encostei o rosto na mão - Faz mais uma.

- Esse tipo de gente merecia ir pro inferno.

- Olha só, ele só melhora.

- Falo mesmo a verdade? - olhei pra ele confusa - Sobre o pendrive.

Ah então ele quer dar uma espertão e salvar a pátria se descobrir que a detenta tava mentindo o tempo todo.

- Falei o que eu ouvi.

- Qual a probabilidade de estar mentindo pra proteger eles.

Dei risada - Por favor, fui comprada em um leilão, não podia sair pra lugar nenhum e na casa onde eu moro tem idiotas com armas o tempo todo e pra todo lado, acha mesmo que eu iria proteger?

- Vai dizer que ficou esse tempo todo lá e não aconteceu nada entre você e o tal Victor Herrera?

- Ah talvez umas transas mas nada demais.

- Então tá acobertando ele.

- Meu Deus cara, você tem permissão pra me interrogar? - falei já irritada.

- Sabe que a polícia vai descobrir se estiver mentindo.

- Sabe que sua esposa vai descobrir com quem tá traindo ela.

- O que?

- Você tem uma carinha de cachorro infiel - ele apertou a arma na mão irritado - Fala aí quem é, segredinho nosso..

- Cala boca - tentou me interromper.

- A Alice? Ela é gostosinha até.

- Mandei cala a boca - apontou a arma pra mim.

- Nossa ele se irrito.

A porta abriu nos fazendo olhar e Alice entrou.

- Beleza troca de turno, vai pra casa descansar - disse e ele guardou a arma.

- Desculpa senhora é que ela..

- Tá tudo bem, vai pra casa sua família tá esperando.

Ele saiu me deixando com ela, a porta fechou enquanto eu seguia plena sentadinha esperando o próximo pra tirar meu tédio.

- Irritando meus homens.

- Tédio né.

- Você é uma das minhas.

- Eu acho que não - fiz careta.

- Joga por estratégia - continuo - Tem bem mais o que esconder do que mostra nessa carinha, você não é só uma sequestrada deles senão já teria entregado tudo que sabe mas tá jogando com eles.

Querida Mariana Onde histórias criam vida. Descubra agora