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Henry observou Schwoz encara-lo com um enorme sorriso psicopata no rosto, o segurança que estava ao seu lado claramente compartilhava da mesma animação doentia para começar o que quer que fosse que estivesse passando na mente do seu chefe. O Hart não via mais como escapar daquele lugar ou pelo menos manter sua integridade física intacta.

- Mitch, abra a grade.

- Mitch, não abra. - Henry pediu, olhando para o segurança que não esboçou nenhuma reação.

- Quem você pensa que é pra mandar nele? - Schwoz perguntou, cruzando os braços irritado.

- Quem você pensa que é pra querer mandar em alguém? - rebateu impaciente.

- Garoto, você não sabe com quem tá mexendo. - ameaçou, em um tom falsamente calmo.

- Como se você soubesse onde está se metendo. - afirmou sarcástico o vendo começar a ficar vermelho de raiva.

- Ora seu-

- Ele está lhe enrolando, chefe. - o segurança interrompeu, claramente entediado.

- Oh.

- Mitch, seu traidor. - Henry falou, lançando um olhar irritado para o segurança que deu de ombros indiferente.

- Abra agora. - Schwoz ordenou de novo.

O grande guarda assentiu e tirou um molho de chaves do bolso, porém, antes que conseguisse abrir, um toque alto desviou sua atenção para o celular. Atendeu a ligação e não emitiu uma palavra, ao desligar somente se inclinou e sussurrou algo no ouvido de seu chefe. Quando Schwoz fechou a cara e soltou um som de desdém, Henry sentiu que talvez fosse sua chance de evitar o aparente inevitável.

- Que sorte você tem. - Schwoz começou, o permitindo ter um instante de alívio. - Vou ter que viajar para a Ásia, alguns dos meus concorrentes estão me dando um pequeno trabalho. Vamos ter que continuar o experimento amanhã, mas pode ter a certeza de que vou fazer de tudo para descobrir cada segredo que você esconde. - deixou claro, se aproximando das grades e soltando uma risada irritante.

Se afastou ainda rindo, deixando para trás um Hart apreensivo e torcendo para que alguém o resgatasse.

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Charlotte parou em frente à máquina que foi usada para encontrar a casa do louco medieval. Inspirou profundamente assim que terminou os últimos ajustes, seu coração estava apertado e uma sensação inquietante havia tomado conta de todo seu corpo. Ela estava ansiosa e só queria que tudo aquilo acabasse logo, não estava se sentindo bem.

- Então, você está pronta? - Piper indagou, se colocando ao seu lado e a analisando com uma expressão preocupada.

Charlotte abriu um pequeno sorriso e empurrou suas preocupações para o fundo de sua mente, não poderia demonstrar insegurança se não todos entrariam no mesmo barco que ela.

- Sim, vamos acabar logo com isso. - bateu palmas como se para animar a todos e se posicionou de frente para o local onde seria aberto o portal.

Schwoz tomou seu lugar no controle da máquina e Jasper também se aproximou para ficar ao lado do cientista.

- Toma cuidado, viu. - pediu à ela que assentiu com um leve sorriso reconfortante no rosto.

Parecia que uma intensa nuvem de tensão havia tomado conta da Caverna man. Olhou para o lado assim que escutou os passos de Ray, ele estava segurando uma pequena arma a laiser, diferente das que ela usava, aquela parecia uma pequena pistola de água, mas dobrável. Conhecia todos os usos dela, já que havia sido Charlotte que a criara.

- Aqui, para o caso de algo dar errado. - falou, a colocando em sua mão.

A Bolton olhou determinada para o amigo e afirmou com o intuito de acalmar à todos.

- Nada vai dar. Vou encontrar ele, colocar o aparelho e avisar Schwoz para realizar a troca.

- Ficarei só esperando o sinal. - o cientista informou, logo retomando sua atenção para não se deixar perder os rastros da consciência de Henry.

- Escutem, o portal é instável, foi construído às pressas e por conta disso ele só vai abrir duas vezes. - explicou séria os vendo assentir meio distraídos. - Quando eu entrar vocês contam dez minutos e abrem de novo após o meu sinal, certo?

- Vou ficar de olho neles. - Piper disse, ao apontar para os outros dois que a olharam indignados.

- Com licença, eu sou o chefe!

- E eu sou mais velho que você!

- Como se isso mudasse algo. - resmungou, revirando os olhos em exagero, o que fez Charlotte rir.

- Preparados? - perguntou, recebendo sinais de confirmação. - Ótimo. Pode ligar, Schwoz.

Com o pedido, um grande portal que mesclava cores escuras se abriu, por ele, Charlotte passou sem hesitar. Assim que o portal se fechou, a caverna ficou em silêncio, um silêncio inquietante e preocupante.

- Agora esperamos? - Jasper indagou.

- Dez minutos. - Schwoz respondeu, balançando a cabeça e voltando para o monitor.

- É, eu não acho que a gente deva ligar depois de dez minutos. - Ray falou, chamando a atenção dos outros.

- Como assim? - Piper perguntou confusa.

- Você só quer deixar ela lá?! - Jasper se indignou.

- Não, não. - respondeu rápido. - Só, eu sei que vai parecer loucura, mas depois do que o Henry lunático falou sobre perigos diferentes, eu fiquei com uma sensação ruim. - esclareceu, passando a mão sobre o peito e fazendo uma careta. Detestava sentimentos.

- Ele consegue enlouquecer qualquer um. - Piper apontou, indicando com a cabeça o garoto inconsciente que estava preso à uma maca perto do elevador.

- Sim, porém acho que devemos esperar um pouco mais. - insistiu.

- Que tal meia hora? Dá tempo de fazer tudo, até porque até agora ela não deu sinal pra fazer a troca. - Jasper comentou, olhando para a hora no enorme relógio que Schwoz estava usando para marcar o tempo.

- É verdade, ela disse que seria rápido. - o cientista comentou preocupado.

- Já faz quase cinco minutos. - Piper ecoou a preocupação.

- Tem alguma coisa errada. - afirmou Jasper, começando a andar em círculos ao redor dos tubos.

- Ah não, Charlotte, aquele imbecil cosplay de comensal te azarou! - Piper gritou desesperada, apontando para o Outro Henry. Todos os outros três pararam imediatamente seus pequenos surtos e encararam a Hart em claro choque. - Se contarem para alguém o que acabei de falar eu acabo com a vida de cada um de vocês.

E depois da ameaça muito bem executada, todos voltaram para seu estado de pânico. Podiam estar exagerando, nada poderia estar errado e só tiveram um pequeno contratempo no plano, ou algo horrível poderia ter acontecido. Mas não poderiam saber de nada, não tinha como, então tudo o que restava era esperar pelo sinal de Charlotte e enquanto isso talvez assistir Sexta-feira muito louca e aprender a lidar com uma troca de consciência.

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