Capítulo 7: Nem é tão atraente assim

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— Quarto? — ele levantou uma sobrancelha — Pensei que ele ia embora depois de se apresentar para mim, o que havia necessidade. Poderia ter ficado lá em Paris — sorrio forçado.

— Olha o modo que fala com ele, Melinda. Eu não te criei desse jeito — me repreende — Esse seu comportamento repentino é por causa que tem passado muito tempo com aquela sua amiga bolsista?

— O que a Aiysha tem haver com essa conversa, mamãe? — levanto o tom de voz — Se você quer mesmo saber o porquê do meu comportamento estar assim, é porquê vou dar aula para aqueles gatos, má influenciadores dos Rosemberg. Tá satisfeita? — Blake segura o riso — Agora se a senhora me der licença, vou comer waffles e depois subir para o meu quarto — escondo minha angústia.

Ella vai me deixar sem mesada e convencer meu pai a me deixar de castigo, mas ela não precisa saber que estou com medo disso. Tive que defender a honra da minha amiga que era bolsista. Mas agora Aiysha não precisa mais da bolsa do colégio, o negócio da sua família decolou. No entanto, mamãe não me daria ouvidos mesmo se eu dissesse isso, seu opinião que os os bolsistas são um erro para o Colégio Particular do meu papai não mudaria.

Ainda bem que no divórcio não foi a minha mãe que ficou com a parte do seu ex-marido em relação aos negócios da família, o prédio é uma herança do meu vovô, pai do meu pai.

— É mamãe. Blake é loiro e tem olhos azuis, com certeza não é seu filho — avalio alguns traços da mesma, ignorando nossa briga minutos atrás.

Minha mãe era uma cópia de mim, só que com um pouco mais de idade. Uma mulher de cabelos morenos e com seus olhos azuis, não tinha dúvida de que somos mãe e filha. Tenho certeza que ainda está decepcionada pelo que disse na sala, mas não vou voltar atrás mesmo não gostando de decepciona-la.

— Então Blake, vai estudar no meu colégio também? — blefo. Largo o garfo e observo o loiro que estava sentado ao meu lado.

O garoto de olhos azuis para de comer e começa a me estudar com o olhar, como se eu precisasse de aprovação. Sinto um calafrio em minha pele quando o mesmo passa o braço pela cadeira onde eu estava sentada, deixando as pontas dos seus dedos gelados entrarem em contato com meu braço exposto. Sustento seu olhar, não me deixando ser intimidada novamente.

— Você acha que ela me ofereceu outra opção?— olha para mamãe que estava discutindo no celular sobre negócios do seu trabalho.

— Você só pode estar de gozação com a minha cara — sua boca se curvou num sorriso.

— Vai me apresentar os Rosemberg que vai dar aula? — comprime os lábios.

— O quê? Claro que não! — rio sarcástica.

— Então não vai se importar se eu mesmo me apresentar.

Já não basta os irmãos Rosemberg para quem eu vou dar aulas particulares, agora ter um "parentesco" que não é do mesmo sangue que eu? Ainda por cima querer morar na minha casa e me fazer pagar vexame na frente do colégio inteiro? Não vejo a hora de papai chegar para acabar com essa palhaçada.

Ele nunca aprovaria esse garoto vulgo meio-irmão de consideração, entrar assim no colégio só porque minha mãe mexeu seus pauzinhos de dinheiro. Mas também basta só olhá-lo, esse garoto não tem os requisitos e nem aparenta ter a boa fama de certinho para entrar no colégio Nort Hart.

— O que você quer para não me fazer passar vergonha? — sussurro somente para ele.

— O que eu quero você não é capaz de me dar, pelo menos é o que parece — arqueia a sobrancelha.

— Pra minha mãe a gente é quase irmão, o que acha que ela vai pensar quando descobrir que você quer transar comigo? — digo mais alto do que deveria, chamando atenção da minha mãe.

(Não) Se Apaixone Pelos Rosemberg's (✅)Onde histórias criam vida. Descubra agora