Capítulo 36: Nunca será um adeus

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— Ella me diz que a Melinda não é minha irmã, não pode ser

— Desculpa Henrik, mas é verdade

— Bom, então todos beijamos a nossa irmã — arregalo os olhos com o comentário repentino de Heather.

Por puro impulso, entro no quarto pela porta entreaberta, todos me olhavam espantados. Encaro Henk Rosemberg de início.

— Então foi por isso que me fez assinar aquele maldito contrato de "Não se Apaixone Pelos Rosemberg"? — é a primeira coisa que consigo dizer.

— Você fez a minha filha assinar um contrato?

Nossa filha — arqueio a sobrancelha.

— Não diz isso perto de mim — passo a mão pela testa — Vocês são perversos! Fizeram me apaixonar pelos Rosemberg... permitiram até que eles tivessem interesse por mim e que nos beijássemos; e por favor, não me venham dizer que não sabiam porque sei que não são cegos e deixaram passar diante de seus olhos tudo o que se acontecia. Por que não me disseram a verdade?

— Você se apaixonou por mim? — entreolho Henrik.

— Não é o momento Henrik — Heather o intervêm.

— Fiquei sabendo disso não faz muito tempo, a propósito... foi a sua mãe quem teve sozinha a atitude de esconder a verdade consigo todo esse tempo — Henk me encara. Percebo querer se aproximar de mim — De todos os meus filhos sendo um caos e decepção, você foi a filha que sempre imaginei — faço uma careta.

— E eu sou o quê? Uma tigela de sopa? — Heather finge um estresse.

É como se ainda não pudesse acreditar no que havia acabado de ouvir. Tudo o que fizeram, apontam que Henk acredita mesmo ser meu pai, mas dentro de mim não está convencido 100% se é realmente verdade. Sei que não só eu, como também Henrik, não acredita em nada do que acabara ouvir.

— Mãe... como você pode — saio do quarto de hotel às pressas.

Caminho pisando fundo pelo corredor, minha mente estava longe de tudo o que acontecia.

— Melinda, Espera! — ouço a voz de Henrik soar pouco longe de mim.

Mesmo não tendo feito como pedido e ter continuado a andar, o mesmo conseguira me alcançar, me fazendo parar.

— Sei que está abalada com o que acabou de saber, mas saiba que eu não acredito em nada no que disseram. Você não é a MINHA IRMÃ, e não vou me conformar até provar o contrário. Eu juro — posso ver que está falando sério.

— Também não acredito que sejamos irmãos...— faço uma pausa — Você me perguntou antes no quarto se eu tinha me apaixonado por você... — pouso a mão em seu rosto — e a resposta é sim. Eu te amei, Henrik. Mas agora isso parece errado e é incesto — tiro a mão de seu rosto.

Não é incesto se não somos irmãos — segura minhas mãos.

— Então me prove o contrário, só assim poderemos ficar juntos — examino cada traço seu pela última vez. — Vou sentir a sua falta, garoto solitário — com os olhos inundos de água, deixo escapar um riso.

— Não vai embora, não é? — me olha no fundos dos olhos, tentando procurar alguma resposta.

Desvencilho minhas mãos das dele e corro apressadamente até meu quarto que ficava a alguns metros de onde estava. Fecho a porta atrás de mim, deixando finalmente as lágrimas quentes e salgadas, descer pela bochecha.

Por sorte o quarto estava vazio, provavelmente todos devem estar em volta de alguma clareira enquanto tomam chocolate quente, isso soa tão clichê. Queria eu estar assim e ter apenas como preocupação se iria queimar minha língua pelo fato do chocolate quente estar quente demais.

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