⩩ 𝗈 𝗆𝗈𝗇𝗌𝗍𝗋𝗈 𝗇𝗈 𝗆𝖾𝗍𝗋𝗈̂ 𝖽𝖾 𝗍𝗈𝗄𝗒𝗈

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Personagem: Christopher Bang.

Essa história é algo que aconteceu comigo quando eu tinha 8 anos de idade, enquanto os anos foram se passando e eu crescendo eu comecei a perceber que essa história não pode ser real, mas...mas eu não consigo parar de ter a sensação de que fato é.

Aconteceu na estação de Tokyo, eu estava junto ao meu pai quando eu vi um demônio, uma criatura monstruosamente alta e peluda com asas de couro e um fucinho de tamanduá-bandeira. Eu devo ter ficado encarando por mais de 10 minutos, quando ele finalmente falou em um sussurro suave e que ficou claro que não era pra eu ouvir.

- Esse humano está me dando arrepios, parece que está olhando pra mim.

- Eu estou olhando pra você! - falei, o demônio quase caiu pra trás.

- Você consegue me ver!?

- Sim, e os outros não conseguem?

- Não, a não ser que os outros não estejam na 5° dimensão.

- Ué, eu estou na 5° dimensão?

- Sua mente deve ter escorregado pra cá sem querer, o que estava pensando antes de me ver?

Pensei por um momento, e então eu sorri - Trens! - respondi.

- Oh bem...trens, são os que conectam a dimensão na outra, acho que sua mente deve ter vagado pra cá, isso ou você está ficando louco.

- Ai, tomara que eu não esteja ficando louco!

- Ser louco é uma coisa boa na 5° dimensão - ele respondeu e eu ri.

- Bem...vocês tem linha de metrô na 5° dimensão? - perguntei.

- Claro, como eu iria trabalhar?

- Mas ué, você tem asas!

- Sim, mas quem gosta de voar? Pegar o metrô é bem mais rápido, e se você voar até o trabalho vai estar todo suado quando chegar.

- Então você usa suas asas para o que?

- Eu as coloco em cima da cabeça quando chove.

- Hum...eu posso ver?

- Claro.

Meu cabelo voou para trás quando ele bateu as enormes asas pra cima da cabeça. Eu ri de novo.

- Você é engraçado! - o demônio também riu, mas sua expressão mudou - ei, você está bem? Parece triste.

- Sim, sim - respondeu sem olhar pra mim, mas algo atrás de mim - diga-me, gostaria de ver um truque de mágica?

- Claro! - respondi animado.

O demônio levantou a mão e começou a tirar um lençol multi-colorido do seu fucinho, puxou uns dois metros antes de parar.

- Wow, isso é hilário! - eu ri, mas parei quando eu percebi que não estava segurando a mão do meu pai, olhei em volta, mas percebi que a estação tinha sumido, substituído por campinas verdes e cheia de trens velhos. - ué, eu não consigo mais ver a estação!

- Está tudo bem, as vezes, é melhor não ver oque não está lá do que de fato está.

- Como assim?

- As vezes, quando do estou entediado ou triste, minha mente vai pra 3° dimensão e eu vejo pessoas como você.

Dou uma leve risada - que engraçado! Você também consegue ir para as outras dimensões? - mas o demônio não respondeu, estava olhando para o céu.

- Parece que vai começar a chover. - falou colocando as asas por cima da cabeça.

Gotas quentes de chuva começaram a molhar o meu rosto. - ei, será que eu posso ficar debaixo das suas asas também? - perguntei.

- Não, sinto muito. Você tem que voltar pra casa.

O mundo começou a brilhar e fluir como diferentes tons de tinta verde dourada girando em círculos, eu comecei a me sentir um pouco enjoado e fechei os olhos. O mundo parou de girar, mas as gotas de água quente continuaram caindo sobre o meu rosto, abri meus olhos e vi minha mãe chorando em cima de mim, mas, eu não vi o o meu pai.

- Cadê o papai, ele me trouxe pra casa?

- Sim querido - falou, mas parecia não olhar pra mim enquanto falava - ele te trouxe pra casa e...teve que ir embora de novo.

- Hum, quando ele volta?

- Eu não sei. - ela disse em um tom triste.

Meu pai nunca mais voltou, mas só anos depois descobri a verdade, ele se suicidou-se naquele dia, naquela manhã, ele tinha escrito um bilhete pra minha mãe explicando que pretendia se jogar na frente de um trem junto comigo; minha mãe descobriu quando chegou em casa depois do trabalho e ligou para a polícia, mas era tarde demais para parar o meu pai.
Testemunhas disseram que segundos antes do meu pai pular eu soltei a mão do meu pai e corri, desmaiando logo em seguida. Mas outra testemunha, um menino que era da minha idade, disse que viu algo pegar a minha mão e me tirar perto do trem, disse que era uma criatura monstruosa peludo com asas de couro e um fucinho de tamanduá-bandeira.

°💣 °

"Quero saber de onde vem a minha coragem pra escrever numa hora dessa.
E sério, fiquei um pouquinho triste ao escrever esse capítulo :'<
Mas eu trouxe kk"

Bye !

𝐏𝐄𝐓𝐈𝐓𝐄𝐒 𝐇𝐈𝐒𝐓𖣠𝐈𝐑𝐄𝐒 𝐃'𝐇𝐄𝐔𝐑𝐄 𝐃𝐔 𝐂𖣠𝐔𝐂𝐇𝐄𝐑 Onde histórias criam vida. Descubra agora