⩩ 𝗆𝖾𝗎 𝗏𝗂𝗓𝗂𝗇𝗁𝗈 𝗇𝖺̃𝗈 𝗉𝖺𝗋𝖺 𝖽𝖾 𝖻𝖺𝗍𝖾𝗋 𝗇𝗈 𝗍𝖾𝗍𝗈

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Personagem: Yang Jeongin.

Alguns anos atrás, eu morava em um pequeno prédio no centro da cidade de Seul, umas das razões pelas quais eu me mudei de lá era o bairro ruim, muita violência, a estupidez dos vizinhos e os assaltos constantes. Mas nada era tão irritante quanto o cara que morava no apartamento a cima do meu, era um cara de uma aparência estranha que na maioria das vezes não incomodava ninguém, era bem quieto na dele, entretanto, só seu jeito já causava um desconforto.

Por volta da meia-noite, quando me deitava em minha cama, costumava ouvir sempre um barulho estranho que me dava nos nervos, não era alto pra falar a verdade, mas eu tenho sono muito leve, então era difícil fechar meus olhos e adormecer com aqueles pequenos e chatos sons de batidas, aqui parecia sons de saltos altos. Mas seja lá oque batesse aquilo, parecia não querer chamar tanta atenção, era como se a pessoa estivesse realmente tentando ficar em silêncio.

Imaginei de tudo em todo esse tempo que eu ouvi esse barulho constante em meus ouvidos, será se de alguma forma era o barulho da cama dele? Ele fazia sexo toda noite com uma desconhecida? Nhe não sei, acho provável. Cheguei até pensar que ele estava maluco da cabeça ou que toda noite pegava um prego e um martelo para fazer sabe lá oque, vida que segue.

Porém depois de alguns dias, eu percebi que o padrão das batidas era sempre o mesmo, como uma gravação repetida com intervalos aleatórios no meio, isso durou a maior parte de um ano, sempre a mesma sequência de pá pá pá lentamente tatuada em minha mente, as vezes por horas seguidas durante à noite. Aquele som não era mais estranho pra mim, igual quando a gente sente um cheiro por muito tempo, acaba não sentindo mais porque o olfato se acostuma.

Mas o motivo pelo qual eu me mudei dali não foi exatamente um bairro ruim ou violência, o buraco era mais em baixo do que eu acreditava que poderia ser. Decidi me mudar depois de alguns anos, enquanto ajudava minha filha com o dever de casa, ela estava aprendendo sobre código morse e outras mensagens criptografadas, foi aí que eu aprendi um pouco também.

Ela bateu os dedos na mesa e um leve arrepio veio em minha espinha, eu conheci o padrão exato. Ao perguntar à ela o que significava, ela riu.

- É mais fácil papai - ela disse - significa socorro.

𝐏𝐄𝐓𝐈𝐓𝐄𝐒 𝐇𝐈𝐒𝐓𖣠𝐈𝐑𝐄𝐒 𝐃'𝐇𝐄𝐔𝐑𝐄 𝐃𝐔 𝐂𖣠𝐔𝐂𝐇𝐄𝐑 Onde histórias criam vida. Descubra agora