6. Execução

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•Junmyeon•

Quando descobrimos a gravidez de Yixing ele tinha aproximadamente cinco semanas, ele ficou tão feliz quanto eu, porém, mesmo com toda aquela felicidade nossa relação continuava conturbada.

Via-nos quando necessário, não corríamos mais, tudo estava um tanto um quanto monótono para mim. A última vez havia sido no final de semana quando surpreendemos todos nossos amigos ao anunciarmos a gravidez de Yixing, explicamos que era algo combinado e que não éramos um casal, foi bem complicado explicar isso a eles.

Era domingo novamente, e eu me encontrava preguiçoso naquele fim de tarde no sofá de minha casa, eu queria a presença dele ali, queria poder estar mais próximo dele, infelizmente não era a minha realidade.

Não havíamos contado para nossos pais por hora, queríamos fazer isso pessoalmente, a problemática era que os pais de Yixing viviam na China.

•Yixing•

Me sentia mágico, havia parado de fazer todo e qualquer esforço, continuava apenas com um treino mais leve, por já estar acostumado e o médico ter liberado, mesmo que os primeiros três meses fossem os mais perigosos. Agora eu só administrava a academia, não fazia mais trabalho de personal trainer, então eu ficava o dia todo sentado cuidando de papéis e comendo.

Havia adquirido o costume de acariciar minha barriga, que ainda era plana, queria Junmyeon mais próximo de mim, porém nossa relação não estava muito boa desde a nossa última briga, estávamos nos distanciando cada vez mais e isso não era bom, naquele momento precisávamos estarmos cada vez mais unidos, foi pensando nisso que decidi ir até a sua casa.

Dirigi calmamente até aquele prédio, não havia muito trânsito por ser domingo, como o porteiro já me conhecia entrei sem problemas, toquei a campainha, e assim que a porta foi aberta revelou um Junmyeon descabelado e de barba por fazer, havendo ainda olheiras, nunca tinha o visto daquela forma.

-Entra. – ele disse me dando passagem. Fez-se um silêncio constrangedor, tirei meus sapatos e me joguei no sofá sem cerimônias.

-Como você está? – ele indagou sentando-se no outro sofá.

-Bem. – respondi lhe sorrindo. – E você?

-Entediado, cansado, irritado. – respondeu olhando para o nada. – Me desculpe, você não precisava saber disso.

-Por que? Anda com problemas? – indaguei realmente preocupado.

-Ahn... não, nada demais. – respondeu voltando a encarar o nada. – Fico feliz que você tenha vindo me visitar. – voltou seu foco a mim, dando um sorriso forçado.

Junmyeon estava chateado com alguma coisa e eu nem sabia o motivo, aquilo me incomodava de uma forma absurda, sendo assim me levantei indo até ele, e o abracei, sem pedir permissão ou algo do tipo.

-Você está triste. – afirmei, encostando seu rosto em meu peito.

-Não. – respondeu me abraçando de volta. Aquele contato era tão gostoso, poderia ficar daquele jeito o resto da noite.

-Posso dormir aqui hoje? – indaguei, sabendo que não haveria problema.

-Claro. – respondeu ainda me abraçando. – Sinto a falta da sua companhia. – admitiu.

-Eu também, desde aquela vez, da nossa última tentativa.

-Sim. – ele concordou comigo.

-A gente não pode se distanciar agora, teremos um bebê juntos, precisamos ficar unidos.

-Unidos... – deixou a palavra no ar.

-É! – concordei rindo. – Você quer acariciar o neném? – perguntei hesitante. – Você nunca fez isso, e você sabe... é nosso filho.

Indistinto AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora