Opostos

capítulo 6

Samuel P.O.V

Eu dormi durante as duas primeiras aulas e assustei com a voz do professor de matemática, Arthur Allen.

— Durma durante o intervalo, Samuel. -  O professor disse.

A aula seguiu normalmente, enquanto eu fazia um esforço sobrehumano para não dormir.

Tamires P.O.V

Prestar atenção na aula estava sendo impossível, já que minha mente fervia em teorias.

Olhei para Helena sentada ao meu lado e decidi que precisava falar com ela ou ficaria maluca.

— Lena ? - Chamei.
— Oi ? - Ela respondeu e se virou pra mim.
— Acha que podemos ir na lanchonete hoje ? - Perguntei.
— Se meu pai perguntar, você está precisando desabafar. - Ela disse.
— O quê? - Perguntei confusa.
— Eu topo, mas caso o meu pai pergunte . - Ela disse e virou para a frente.

Minha amiga é uma figura.

°°°

Havíamos chegado na lanchonete tinha quase uma hora e eu já havia contado tudo para a Helena.

— Deixa ver se eu entendi tudo direito.
Você e o Northside bancaram os stalkers e descobriram uma parte do passado de seus pais, é isso ? - Helena disse, tomando seu refrigerante.
— Isso. - Respondi.
— Parece que vocês estão ligados. - Ela falou.
— Como assim, Hayate ? - Perguntei.

A morena sorriu e apontou com a cabeça para alguma coisa atrás de mim.
Virei a cabeça e vi Samuel no balcão , conversando com o Nathan.

Olhei para Helena e percebi que no lugar do olhar feliz e travesso de minha amiga, havia um olhar triste e.... decepcionado ?

— O que aconteceu, Lena ? - Perguntei preocupada.
— Vou esquecer o Nathan. - Ela disse.

Decidi que não mexeria mais na ferida dela, eu conhecia Helena bem o suficiente pra saber que no momento certo, ela falaria comigo.

Algum tempo depois eu resolvi ir para casa, Helena havia ido primeiro, pois parecia que um dos irmãos dela tinha um encontro e ela ia ajuda ló com a roupa.
Eu decidi ir pelo parque, pois sabia que o caminho era longo e depois de ter discutido com meus irmãos de manhã, tudo que eu menos queria era chegar em casa, se as coisas continuassem do jeito que estavam, eu não ficaria muito tempo em casa.

Estava quase na saída do parque, quando notei uma figura de cabelos castanhos quase nos ombros, sentado em um balanço de cabeça baixa.

— Perdida ? - Ele perguntou, quando eu me sentei ao seu lado.
— Só pensando na vida e respirando o ar fresco. - Respondi.
— Seu pai era uma pessoa competitiva e não gostava das ideias do meu. - Ele disse.
— Eu já devia imaginar. - Respondi.
— O acidente foi mesmo acidental. - Ele falou.
— Parece que meu pai é inocente dessa vez. - Eu disse.

Senti Samuel segurar minha mão, deixar alguma coisa nela, se levantar e sair de perto de mim.

Fiquei um tempo parada e depois resolvi ver o que ele havia deixado em minha mão...era um saquinho?!
abri o pequeno saco e de lá tirei meu brinco? e um bilhete

"Você deixou cair na sala da minha casa.
Estava com muito sono e esqueci de entregar, hoje de manhã.

Samuel."

Sorri com o gesto, eu não sabia onde havia perdido.
Começo a pensar que talvez a Helena tenha razão... Não mesmo, Helena tá maluca e eu estou ficando também.

Acho melhor eu ir pra casa e encarar as feras.

Quando cheguei em casa, Kauê me olhou e pausou o filme.

— Onde você estava? - Ele falou.
— Andando por aí. - Falei.
— Ficamos preocupados.- Ele disse e segurou meu braço.
— Nem parece.- Respondi e puxei meu braço.

Larguei meu irmão sozinho na sala e fui para o meu quarto, antes que eu batesse nele.
E

u devo ter feito algo muito ruim pra Deus, não é possível!