Um recomeço, para o mesmo fim

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Para Victoria, ter feito as pazes com Charles era algo bom, o mesmo era um bom ouvinte, e sempre que ia ao jardim, trazia uma flor para Victoria.

— Essa é amarela. — Ele olhou pensativo para Vic. — Porque amarelo é bonito, e lembra o sol. — Ele sorriu e colocou a flor atrás da orelha de Victoria. A flor amarela dava uma mesclagem linda com seu cabelo ruivo. — Que cor quer amanhã?

Victoria se flagrou pensando, no que estava acontecendo com ela, estava apaixonada? Ou só estava encanta por Charles trazer uma flor para ela, todos os santos dias? Não sabia qual era a resposta para tais perguntas, mas estava gostando daquilo.
Ela observava o potinho com as flores, que ja estavam ficando velhas. Era um verdadeiro arco-íris, e toda flor, era acompanhada de algum motivo, e depois colocada na orelha, no mesmo lugar, do mesmo jeito.
Charles havia chegado na porta do jardim, e até agora nada de Victoria aparecer, ele queria recompensar o fato de ser tão babaca com ela, e queria te-la em seus braços, porém a mesma era tinhosa, e não caia nas suas gracinhas. Ele ria sozinho, perdido em pensamentos, até que seus olhos bateram com os de Victoria.

— Você está estragando a magia da porra toda. — Ele cruzou os braços e fez bico, como uma criança mimada, que não ganhou o doce que queria.

— Aí meu pai amadinho. — Ela respondeu sem entender, e colocou os braços na cintura.

— Você prendeu o cabelo, como vou ver o contraste perfeito hoje? — Ele gargalhou, pensando em como os dois pareciam duas crianças. — Olha, com esses braços assim, você lembra os açucareiros do refeitório.

— Ei.. — Victoria riu e balançou a cabeça em sinal de negação. — Que coisa feia de sair dizendo por aí. — A mesma foi interrompida quando ele saiu correndo, pedindo para ela esperar, e não sair daí.

Ela o observou de longe, e sentiu seu coração errar as batidas. Ela não o amava ainda, ela estava anestesiada pelo fato dele a tratar bem.
Charles corria de um lado para outro rindo, enquanto olhava para Victoria parado na porta, a sua espera.

— Fecha os olhos! Você sempre rouba nesse jogo, e acerta a cor. — Ele gritou, e a mesma riu porém se virou. O mesmo arrancou uma flor e foi correndo em sua direção. — Pronto, agora, você tem uma chance para acertar a cor.

— Ok. — Ela respondeu e se virou para ele, o mesmo estava todo suado, mas ao mesmo tempo estava tão bonito. Ela encarou seus olhos verdes, que hoje estavam com uma tonalidade mais acizentada. — Eu acho, que é rosa. — Ela disse mordiscou levemente o lábio.

— Errouuuu! — Ele sorriu, feliz. — É vermelho. — Ele limpou o caule da flor e colocou na orelha de Victoria. — Porque vermelho, é.. — Ele fez uma pausa, como se esquecesse o que fosse dizer. — É sangue, é vida.

Victoria sentiu a respiração de Charles próxima a ela, quando o mesmo se esticou para frente para colocar a rosa em seu cabelo.

— Charles.. — Ela sussurrou, colocando a mão em seu rosto. O mesmo estava suado, e com o cabelo colado na testa.

— Fada... — Ele a olhou, os olhos da mesma não possuíam brilho, e ele se perguntava, se algum dia, ela voltaria a ter vontade de estar viva.

E em uma fração de segundo, mais rápido que um tiro acerta uma pessoa, Charles colou sua boca na de Victoria e a beijou. Só que dessa vez, um beijo retribuído. Victoria fechou os olhos, e entrelaçou seus dedos nos cabelos úmidos de Charles.

— Fada... — Charles se afastou, respirando o ofegante, o beijo havia durado mais do que qualquer conversa entre os dois. — Você queria isso?

— Não fale nada, cachinhos dourados. — Ela sorriu, e passou a língua nos dentes. — Apenas continue, estamos recomeçando, para acabar no mesmo final. — Ela sorriu, e puxou o corpo de Charles contra o dela. Fazia tempo que seu corpo desejava as mãos de Charles, porém a mesma não está e não estava pronta para sexo, e nem sabia se algum dia estaria, porém beijo não mata.

Charles colou seu corpo no de Vic, a colocando contra a parede, e apertou sua cintura. A mesma soltou um leve gemido, de susto talvez, mas Charles apenas continuou, explorando a lateral de seu corpo com as mãos, sua pele era macia, e seus lábios eram suaves.

— O que está acontecendo aqui? — Charles e Victoria se separaram assustados e viram a enfermeira chefe, os encarando. — Na minha sala, os dois.

Os dois saíram andando em direção à sala da diretoria, escoltados por dois enfermeiros, sabendo o que viria para eles, e ambos estavam satisfeitos com o beijo, porém ambos não desejavam que aquele beijo tivesse terminado tão cedo.

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