Sala de mediação.

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A sala de mediação, não era igual a dos filmes, que é toda bonitinha, com bonecos e com uma médica loira sorridente. A sala naquele local, parecia mais um porão velho abandonado de um torturador da idade média.
Ninguém sabia o que acontecia lá dentro, apenas se entrasse, e se saísse vivo, era proibido falar, respirar, e pensar aquele local para outro paciente.
Victoria foi sentada em uma cadeira pequena, e amordaçada como uma cadela. Tiraram sua camisa de forças e prenderam seus braços, na cadeira.
Ela sabia o que estava por vir. Choques, tapas, ou seja lá o que o doido do enfermeiro desejar fazer.
Passado vinte longos minutos, sofrendo, banhos gelados, choques moderados e xingamenros gratuitos a liberaram. Pegaram a mesma pelo braço, e a jogaram no seu quarto.

- Odeio vocês... todos... - Victoria chorava feito uma criança que acabou de chegar ao mundo, era um choro seco, onde o que doia mais era a alma.

Anoiteceu, hora do jantar. Mesmo sem fome, ou com indisposição, todos era obrigados a comer, afinal o jantar era as 21 horas, e o café da manhã era só as 08:30, nada de lanchinho antes. Sentada num banco, mexendo a comida que naquela noite seria uma espécie tapioca, e com olhos roxos das noites mal dormidas, Victoria não estranhou quando Charles, passou por ela, fingindo não te-la visto, e se juntou, com o clubinho de esquizofrênicos.
Todos lá, tinham noção de que não deveriam criar laços, nem mesmos amizades, pois todos se encontravam a ponto de sucumbir a qualquer momento.
Sentindo um peso em seu estômago, e a comida descer seca, Victoria notou que sempre esteve sozinha.
Nada ajudava e para piorar clima naquele local era tão denso que dava pra fazer uma bola e chutar. Enquanto Vic afundava em cada vez mais, Charles, que estava cada vez mais "recuperado", tentava o máximo ficar longe dos problemas, não queria machucar nem matar ninguém, mesmo que Victoria exalasse a morte ele não seria capaz de machuca-la, agora pelo menos. Afinal todas pessoas são assim, te usam como âncora e depois saem pra navegar e te deixam pra trás.

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