Helius e Perseis

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Atendendo a pedidos e ansiedades de vocês (reparei a tensão de todas), um presentinho!

Os dois próximos capítulos são alguns dos meus preferidos (um deles sai hoje, o próximo só terça que vem) desde que comecei a escrever "Coração de Rainha" e justamente porque tem a participação de um personagem que eu tô amando escrever - e não é só Carmen! 

Vamos ver quem é...

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Os Calieri tiveram reações mistas ao novo emprego de Carmen.

Havia a preocupação por parte de Giorgio e Alma...

- Mi amor... Tem certeza de que será melhor trabalhar perto do rei? – questionou o pai, cauteloso.

Já estava escaldado da forma como León IV resolvia as coisas.

- Ele assinou a Admissão Real... Ou eu vou, ou eu vou. Não há meio termo, e... A bem da verdade, estou demitida da escola. Além disso – pousou a mão no ombro de Giorgio Calieri, tentando acalmar o pai. – a bolsa de Lena está garantida, minha irmã terá um futuro.

- Mas... Temo por sua segurança nesse palácio, mi amor... – foi a vez de Alma se aproximar, abraçando a filha mais velha.

- Entendo sua preocupação, mãe. E imagino que ele me queira lá dentro como uma forma de controle. Será mais fácil criar limites comigo dentro do Palácio Real. Mas não vou me render a ele, não se preocupe.

Já a irmã caçula estava animadíssima com a possibilidade de passar um dia ao lado da irmã e brincar com Max.

- Vou sentir falta de Max na escola, mas pelo menos a gente vai ter mais tempo juntos! Tenho a desculpa de visitar minha querida irmãzinha!

- Eu senti o tom de ironia e deboche, Elena... – observou Carmen, com um meio sorriso.

Foi levada pelo carro exclusivo da jovem, seu "auxílio-transporte", de volta ao palácio junto com suas coisas pessoais, e o veículo seguiu direto para a entrada leste da mansão, onde ela podia ver uma parede de bougainvilles e uma porta imensa, do mesmo modelo que o portão de entrada do palácio.

- Esta é a entrada leste, Srta. Calieri. – disse o motorista. – O ambiente onde a senhorita irá morar fica aqui. Sua Majestade indicou que é o mesmo andar do príncipe-herdeiro.

Carmen imaginou, inicialmente, se tratar da infame "entrada dos fundos", mas acalmou o espírito ao saber que era apenas mais uma entrada do Palácio Real. "Como poderia saber, Carmen? Todos conhecem o palácio, mas a planta baixa não fica à vista de todos..."

Rapidamente ela foi instalada no quarto que ocuparia no palácio, no mesmo ambiente onde ficavam os aposentos de Max. O quarto tinha vista para o jardim mediterrâneo, um espaço criado pela tataravó de León IV, onde flores raras conviviam com plantas que cresciam em torno de elevações de madeira e um caminho de bougainvilles fechava o túnel com o chão de pétalas. Esse túnel, originalmente, dava num campo aberto, onde os duques treinavam esgrima e tiro, mas a bisavó do rei - que ele chamava de "única duquesa decente que teve nessa dinastia antes de Esmeralda" – decidiu incluir uma piscina olímpica, onde os membros da realeza costumavam se divertir.

A ideia da duquesa Luisa de Aragón era abrir aquele espaço para a população mais necessitada - ela acreditava que o palácio era o local do povo, e inicialmente, seu objetivo foi bem-sucedido. Entretanto, Luisa morreu cedo, após o nascimento do filho e herdeiro do trono, Emiliano, e o velho rei casou-se novamente com uma dama da aristocracia azzurrina, que fechou o espaço público e manteve apenas para a corte.

Coração de Rainha [livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora