Coração real

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Eu ando BOAZINHA DEMAIS com vocês, mas os dois capítulos de hoje são bem interessantes e eu gosto muito deles.

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O avião atravessou a ilha de Aragón com destino certo – Siracusa, mais precisamente a capital, Port Elizabeth, que todos chamavam de "enclave britânico" de Azzurrro. Alguns dos moradores chamavam a cidade de "Pequena Londres", e até mesmo ônibus de dois andares circulavam pelas avenidas largas da cidade, um dos centros financeiros mais poderosos do país. A sede dos principais bancos, incluindo os internacionais, ficava em Port Elizabeth – e os estudiosos azzurrinos diziam...

- Port Elizabeth é a capital financeira do país, enquanto Santa Cecília é a capital política. Já Vermiglio é a capital cultural. – disse Carmen, durante o momento da aula, mostrando imagens da cidade que ela e Max visitariam.

- A cidade é linda, Carmen! A arquitetura é bem diferente de Calábria e Santa Cecília...

- É porque você ainda não foi em Vermiglio! – disse a jovem. Ela amava Axum, e não conseguia disfarçar sua preferência. – Mas Port Elizabeth tem seus encantos. A orla é linda, preservada e com gabarito baixo, e o entorno da cidade é bem arborizado. Lena disse que nem precisa ficar limpando os óculos o tempo todo de tão puro que é o ar.

- Vocês já visitaram toda Azzurro?

- Eu já fui sozinha a Nova Axum, e junto com meus pais e Lena, visitamos Port Elizabeth, Vermiglio e Rojito, que fica no centro de Aragón. É uma cidade pequenininha, bem no pé do Pico Sagrado, toda a família de minha mãe é de lá.

- O que tem em Rojito?

- Nada de muito impressionante, mas é frio, então tem umas fontes termais e é um dos poucos lugares em toda Azzurro, incluindo Albacete e Punta Blanca, onde você pode usar casaco e cachecol.

- Que legal!! – para um menino que quase nunca saiu do próprio palácio onde vivia, sua gaiola de ouro, todas as cidades, pequenas ou grandes, se convertiam numa grande aventura. – Quando vamos visitar essas cidades?

- Não sei se elas vão entrar na tour, mas em uma oportunidade diferente, pode ser que seu pai faça uma tour em pequenas cidades, que tal?

- Vou falar com ele! A gente pode ir no inverno!

Logo surgiu no meio do avião, no espaço onde era considerada a "sala", o rei de Azzurro, já impecavelmente arrumado como se estivesse numa reunião. O terno e a calça eram sob medida, de um alfaiate italiano; a camisa e a gravata de seda também eram da mesma cor, bem como o par de sapatos lustrado de tal maneira que poderia ver o próprio reflexo neles.

De barba feita e os cabelos negros penteados impecavelmente para o lado, sem um fio fora do lugar, era a imagem do monarca perfeito, e sem erros. Observou o horário no relógio e deu um "bom dia" sem emoção para os dois. Não contava com Max, que já sabia alguns detalhes do itinerário em Port Elizabeth, e correu para abraçar o pai.

- Bom dia, pai! Hoje vamos fazer um passeio na orla! O senhor me prometeu que contrataria um professor de natação pra mim!

Surpreso com a demonstração evidente de afeto, ele respondeu com relutância, mas havia uma alegria tão genuína no príncipe que ele não conseguiu simplesmente afastar Max. Não poderia: os olhos azuis do menino brilhavam de tal forma que internamente, ele não quis apagar aquele brilho.

- Assim que voltarmos a Santa Cecilia eu farei isso. Será bom para que tenha atividades e se movimente.

- ISSO! – o abraço foi mais forte, e Aragón passou a mão no cabelo do menino com discrição.

Coração de Rainha [livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora