#03 - Confidentes secretos

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— Eu tenho um pacto com um demônio! — Em meio àquela noite serena, Jhon anunciava euforicamente a notícia para Eva, mesmo intuitivamente sabendo que ela não entenderia.

— Espera, quer dizer que você é satanista ou algo do tipo?! — Se afastando lentamente daqueles que lhe acompanhavam, a garota começa à refletir sobre todas as esquisitices que acabava de ouvir. Era inegável que todos aqueles acontecimentos eram provavelmente impossíveis de se concretizarem, ainda mais para ela, alguém simples que nunca teve contato com nada sobrenatural.

— Não é nada disso! O fato de eu possuir um pacto não tem relação nenhuma com a minha religião nem nada do tipo... Bom, é melhor irmos direto ao ponto. — Preocupado quanto aos desentendimentos que teria nessa conversa, Jhon anda de um lado para o outro, coçando a cabeça enquanto pensava numa forma melhor de explicar aquilo. — Basicamente, ele me permite usar magia. Assim tá melhor pra você?

— Acho que assim eu consigo entender bem! — Ela deixa escapar um suspiro de alívio e volta seu rosto para uma expressão mais séria e concentrada.

— É meio complicado de explicar como eu conheci o Ira... — O jovem aponta para o demônio ao seu lado, apresentando-o de forma apressada para que pudesse continuar o diálogo livremente. — Então por hora vou só te falar sobre os poderes que eu tenho por causa dele.

— Ah, então é por isso que você pôde se tornar um vigilante desses certo? Você tem habilidades especiais afinal...

— Sim, mesmo que eu não as use constantemente, elas me ajudam bastante no que eu faço.

— Esse lugar é fruto de alguma magia sua, não é? O nome era... Pacto Mental, se não me engano.

— Novamente, sim, você está certa... — Apontando para todo o ambiente ao seu redor, Jhon demonstrava-se orgulhoso do que fazia naquele momento, o que era coincidentemente algo bem característico de magos. — Você só pôde adentrar na minha mente dessa forma por causa dessa magia única que eu só aprendi graças ao meu pacto com o Ira.

— Saquei, é bem legal... Mas fala aí, quais outros poderes você tem?

— Os principais são regeneração celular instantânea, habilidades físicas sobre-humanas no geral, a capacidade de aprender coisas muito rápido mesmo e uma coisinha que eu posso te mostrar depois que sairmos daqui... Mais alguma pergunta? — O garoto contava nos dedos a quantidade absurda de habilidades sobrenaturais que possuía, demonstrando o perigo que a existência dele era para a sociedade em si.

— Acho que você me deve uma justificativa pra todos aqueles assassinatos, torturas, invasões e outros diversos crimes que eu tenho certeza que você cometeu, senhor vigilante. — Eva repetia o que o jovem fazia anteriormente, apontando dedo à dedo os crimes e pecados que Jhon havia cometido como um vigilante enquanto falava em um tom irônico sobre a situação.

— Bom, foi pra isso que você veio aqui não é mesmo... — O jovem vira o rosto para o lado, evitando olhar nos olhos de sua companhia enquanto cruzava os braços de forma constrangida, como se algo no assunto o incomodasse de alguma forma. — Você se lembra do caso de terrorismo que aconteceu na cidade algumas semanas atrás?

— Pra mim não foi bem terrorismo sabe, foi mais como um assalto muito bem arquitetado pra chamar atenção, mas eu lembro bem do que aconteceu. Foi depois desse incidente que os crimes na cidade aumentaram.

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