#04 - Mundo de magia e fantasia

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A tarde prometia ser tão calma quanto o vento das manhãs de outono, sempre seguindo seu rumo sem atrapalhar ninguém. Na terra do Sol Nascente, antes mesmo da própria lua surgir no céu azul, Sakuranomyia Mei tomava calmamente seu chá se preparando para uma noite cheia de tarefas cumpridas das quais ela descansará após cumprir todos os seus deveres de Mestra do Tempo. Eram apenas quatro horas, pessoas ainda estavam de pé, mas Mei escuta alguém bater na porta de sua mansão. Ela não podia acreditar que alguém era capaz de ir lhe visitar naquele horário. Esse seu pensamento vinha das pessoas naquela região acreditarem que sua mansão era assombrada pelo seu fantasma, já que Mei tinha vivido durante várias gerações naquele lugar. Quando ela vê quem estava à bater em sua porta, lhe recepciona com o maior sentimento de decepção, pede para que a pessoa entre e se acomode.

— Quando eu lhe pedi para me fazer uma visita, não disse que precisava ser tão cedo! - Mei serve ao seu convidado um copo de chá na mesa de centro em sua sala. Enquanto isso, desabafa sobre o quão desagradável era essa visita para ela. — Além do mais, porque esse horário? Eu poderia estar em uma missão, sabia?

— Era o único horário que eu tinha livre, já que eu estudo de manhã enquanto à tarde tenho obrigações para cumprir com a minha família. — O discípulo de Sakuranomyia sentia-se indignado pelo pensamento de sua mestra. Não só isso, mas também não poderia explicar para ela o fato dele ser um vigilante, então Jonathan também estava nervoso com tudo o que estava acontecendo. — Além do mais, eu vim aqui hoje pois era urgente, não por você ter pedido daquela forma, mestra!

— E então, o que é tão importante que te faz adiantar sua visita? — Sentando-se de frente ao seu visitante, Mei se serve de um gole do seu chá de erva cidreira enquanto respirava fundo no intuito de se acalmar para conversar melhor com Jhon.

— É difícil explicar o porquê, mas eu preciso que me ensine como fazer com que alguém use magia, se é que isso é possível. — Sua inquietação era notável, mas também era possível perceber um brilho em seus olhos. Essa era sua determinação para com seu objetivo, algo de extrema importância para ele.

— O que exatamente você quer saber, Jonathan? Eu não entendi muito bem sua pergunta... — Suas suspeitas quanto aos objetivos de seu discípulo com aquela informação também não poderiam ser omitidos. Tal conhecimento era de extrema relevância. Tamanha era sua importância que nas mãos erradas, aquele poder poderia mudar o destino da humanidade completamente.

— É que, bem, eu tava me perguntando esses dias sabe... Eu não nasci sabendo usar magia. Mesmo assim, eu consigo hoje usar ela de uma forma tão natural que isso até me assusta agora. Então, dado isso, como alguém normal pode se tornar capaz de utilizar magia?

— Ah, então essa é a sua pergunta. Se for só isso, acredito que não terei problemas se te contar como isso acontece. — Mei se levanta e anda em direção à uma estante com vários livros antigos e empoeirados. Ela pega um deles e também alguns objetos que estavam guardados em pequenos pedestais na estante.

— É uma informação tão perigosa assim!?

— Com certeza é, garoto. Se você dar poderes mágicos à alguém que poderia usar essas habilidades de forma errônea, você e eu poderíamos ser presos pela Igreja por criar uma ameaça à nível mundial. Dito isso, veja bem para quem vai fornecer esse poder, tá bom?

— Eu nunca disse que iria dar esses poderes à alguém...

— Não é de hoje que eu te conheço, tenho certeza que você quer despertar alguém nesse mundo que nós vivemos, o motivo pouco me importa, no entanto. Portanto... — Ela se senta novamente na mesa, batendo um livro extremamente grosso nela. Com um sopro na direção de Jhon, Mei retira a poeira por cima do livro, abre-o em uma página específica e coloca os outros objetos que pegou por cima das páginas. — Vou te ensinar bem sobre o assunto para que não haja erro.

Almas da EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora