#09 - Dama, demônio e viajante

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— Olha, já tô te preparando de imediato porque tu vai se impressionar com o que vai ver. — A noite havia chegado, mais especificamente, a mesma noite do dia em que Jhon encontrara seu amigo alienígena. Os jovens pareciam agitados desta vez, mesmo que estivessem realizando tudo como já faziam há muito tempo, havia uma inquietação por parte de Akuma com algo que estaria dentro do búnquer que usavam como base operacional.

— Desembucha logo. Nada vai ser mais estranho que um demônio pra mim, tenho certeza. — Cansada de ouvir durante à tarde inteira que seu parceiro tinha uma surpresa para ela, Eva já não se aguentava mais em curiosidade, da mesma forma que já não suportava tanto o falatório desnecessário dele quanto aquilo que ela ainda desconhecia.

— Confia em mim, isso definitivamente vai ser mais estranho que o Ira. Então não fica espantada quando ver o que eu tenho pra te mostrar. — Eles finalmente chegam ao subsolo, podendo ver claramente o esgoto fedido por onde sempre passavam antes de entrarem nos assuntos sérios de sempre. — Tu vai entender quando chegarmos lá.

— Espero que seja algo que realmente valha meu tempo viu, por que eu não te aturei atoa até aqui não queridão. Tu vai me mostrar algo que preste. — Sua paciência já havia se esgotado várias horas antes daquele momento, algo que fez com que ficasse eufórica, mais que o normal dessa vez. Enquanto diz isso, pensa em algumas das possibilidades de surpresa que um garoto como Jonathan poderia fazer para ela, se arrependendo alguns instantes após isso. — E nada de gracinhas também!

— Não vou fazer nada, poxa! É só por quê... Ah, é só realmente muito estranho, até para os meus padrões de estranho. — A parede camuflada finalmente se projeta diante deles, fazendo com que Jonathan levasse sua mão quase que imediatamente para o painel também escondido ao lado dela, digitando sua senha de acesso. — Não é algo também, é alguém.

— E o que esse alguém tem de tão importante pra te fazer ficar assim? — Disse, apontando em seguida para seu parceiro que não parecia estar muito bem. Uma leve ansiedade era notada, isso devido à seus movimentos que pareciam estar mais desleixados que o normal aquela noite.

— Tu vai entender quando ver ele. — Ao respirar fundo, a porta escondida finalmente se abre, dando confirmação à senha. — Certo Eva, quero que conheça o... Ei, o que tu tá fazendo, amiguinho?

— Que merda tá acontecendo aqui!? — Dentro da sala, a característica mais notável inicialmente era a desordem em que ela se encontrava. Documentos estavam espalhados por todo o chão enquanto o computador central que ficava recostado em uma das paredes do búnquer estava aberto, com vários de seus componentes internos jogados pela sala. O mais importante de tudo era o responsável por toda a zona: Uma criatura nunca antes vista pela garota, flutuando no centro da sala enquanto voava de um lado para o outro à procura de ferramentas que lhe pudessem ser úteis.

— Cadê aquela conversa de que nada vai ser mais estranho que um demônio agora, senhorita Dream Catcher? — Ao notar a confusão da garota em relação ao novo convidado, o jovem se permite caçoá-la pelas afirmações que disse antes. Mesmo com o aviso prévio e com toda a confiança dela, ainda foi capaz de se assustar com o acontecimento.

— Só explica, eu não vou me dar ao trabalho de te dar satisfações. — O susto que levou foi muito intenso, fazendo-a se sentar em uma cadeira bem afastada da área percorrida pelo simbionte voador, respirando fundo para se acalmar mais rápido. — Até onde vai essa vala que eu me enfiei, meu senhor...

— Silico, fica em posição, rápido! — Por meio de sussurros, ordena ao seu amigo que se colocasse de forma adequada para ser apresentado. O alien obedece, flutuando ao lado dele para realizar a tarefa. — Silico, essa aqui é Eva, minha amiga e parceira no combate ao crime que também tem o codinome de Dream Catcher.

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