#06 - Coletora de sonhos

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— Na escuta? — Akuma fala em um rádio portátil que carregava junto de seu uniforme para comunicações à distância com sua nova aliada no combate ao crime.

— Positivo. — Eva responde do outro lado da linha, mostrando que a frequência de comunicações estava operando de forma agradável.

— Certo, isso é ótimo. Agora poderemos finalmente começar a operação "Captura dos Mercenários"! — Enquanto se escondia entre becos e frestas de casas posicionadas uma ao lado da outra, o jovem falava empolgado ao rádio sobre a missão que teriam de executar. Ambos aguardavam em frente à um galpão visivelmente espaçoso.

— Eu já tô em posição, mas me explica uma coisa. Tem uma máscara, um óculos e um traje tático cobrindo o meu corpo, então pra quê utilizar também a capa velha que eu carrego? — Ela situava-se em cima de um prédio pequeno de no máximo dois andares para ter uma visão privilegiada do campo de batalha, conseguindo assim flanquear possíveis inimigos e obstáculos de Akuma.

— A capa ajuda você à se camuflar no concreto, impedindo que atiradores de elite te vejam facilmente, por isso ela é necessária. Já que citou do traje, pode me falar o que achou dele? Tem sempre como melhorar.

— Até agora, ele tá ótimo pra mim. Tem um bom encaixe e não atrapalha os movimentos, é perfeito pro que nós viemos fazer. — Um grupo de jovens repousava em frente ao velho galpão, dando à entender que seriam possíveis aliados da gangue que viria à negociar com o grupo de mercenários em breve. Naquele momento, nenhum dos dois era capaz de sanar aquela duvida, gerando curiosidade e inquietamento. — Deveríamos limpar a área externa primeiro? Eles não aparentam ser de uma gangue, mas pode ser melhor prevenir do que remediar sabe.

— Tem razão, mas o horário em que viemos dificulta uma abordagem direta... Não são nem onze ainda, é possível que sejam apenas inocentes. — Jonathan tenta observar atentamente as pessoas que bloqueavam sua entrada para dentro daquele galpão, mas vê-los de tal forma comprometeria seu disfarce por entre as construções do bairro, então decide pedir à outrem que lhe ajude nesta tarefa. — Tá meio difícil de ver algo da minha posição, então verifica pra mim se algum deles está portando armas, sejam elas facas, pistolas ou qualquer coisa do tipo.

— Posso fazer isso com o visor que me deu né? Eu nem tive tempo de testar ele direito, você me deixou usar o traje só hoje então essa é uma ótima oportunidade. — Com lentes de visão noturna e uma aproximação da visão comum de até cem vezes, os óculos que ambos os vigilantes possuíam eram uma importante ferramenta para eles, algo que lhes auxiliava na questão de mira e também na investigação de uma cena como aquela. A garota observa todos os seus alvos e nenhum deles apresentava sinais de que portava uma arma, ao menos do seu ponto de vista. — Nenhum deles parece estar carregando algum tipo de arma, então acho que podemos seguir em frente.

— Certo, de acordo com os dados que eu peguei daquele telefone, a negociação das armas, drogas e outras mercadorias vai acontecer dentro do galpão num horário por volta das onze e trinta. Podemos ficar de tocaia nas vigas dentro do galpão para pegá-los despercebidos enquanto negociam.

— Alguma ideia pra entrar nesse lugar sem ser notado por... Você sabe, esses caras.

— Relaxa, tem janelas nas laterais do prédio que são grandes o suficiente para nós passarmos, pelo menos segundo a planta que eu tirei do celular daquele cara. — Ele toma a dianteira, se dirigindo ao lado direito do prédio, escalando até uma das grandes janelas daquele galpão que servia de corpo para um ginásio esportivo local no processo. — Consegue subir até as janelas?

Almas da EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora