deadly flash | sillie

iv. red eyes

(DEADLY FLASH!)

1998

Chegamos em casa e minha mãe nos cumprimentou.

— Noah, você quer jantar com a gente? — perguntou sorridente.

— Ah, claro. — meu amigo respondeu também sorrindo.

— O que tem pra comer?

Minha mãe deu de ombros.

— Pode ser qualquer coisa que não tenha pimentão. — reclamou Ava, do outro lado da sala. — E nem adianta tirar porque o gosto fica.

— Tudo bem, sem pimentão. — minha mãe prometeu.

Tirei a câmera antiga da mochila.

— Onde você comprou isso? — perguntou Ava tentando tirar da minha mão.

Fui mais rápida e tirei de seu alcance.

— Tire uma foto minha! — pediu, enquanto posava para a câmera.

— Não tem filme ainda. — respondi. — Acabei de comprar. E se tivesse filme, vou tirar foto de Noah e não suas.

Como eu já disse, Noah é lindo. E eu o uso como modelo para as minhas fotos.

Virei a câmera para ele e fingi o fotografar. Apertei o botão.

O flash disparou. Uma luz branca extremamente clara. Logo depois, um quadrado de papel saiu da máquina.

— Está quebrada? — perguntou Ava, se inclinando para frente.

— Não, é uma câmera de revelação instantânea. — falei. — Legal.

Tirei o papel liso e lustroso da câmera e o observei. Ele começou a escurecer. A silhueta de Noah começou a aparecer. Aos poucos, a fotografia foi ficando nítida e vimos o Schnapp sorrindo.

— As cores ficaram bem legais. — comentei. — Excelente!

— Droga. — Noah suspirou. — A foto ficou ótima mas meus olhos ficaram muito vermelhos.

Examinei a foto. Sim, Noah estava lindo como sempre. Mas também estava com os olhos bem vermelhos.

Ava começou a rir.

— Você parece um mutante! — exclamou rindo.

Em seguida, puxei Noah em direção à escada.

— Bora lá pro quarto. Acho que consigo tirar o vermelho dos seus olhos.

— No computador? — ele perguntou.

— É.

Entramos no quarto e fechamos a porta para Ava não invadir.

Escaneei a fotografia e abri o programa de photoshop. Comecei os ajustes.

— Estranho. — murmurei.

— O que foi? — perguntou Noah se inclinado para olhar a tela do meu computador.

— Não consigo tirar esses olhos vermelhos. Deveria dar para apagar o brilho mas não está funcionando.

— Ah! Mi-Millie. Está doendo. — reclamou Noah.

Me virei para rápido, ele estava com as mãos nos olhos.

— Millie, está ardendo. Ardendo muito! — ele reclamou de novo, dessa vez mais alto.

— O que aconteceu?!

— Tá ardendo! Ardendo muito! Millie faz algo por favor! — ele começou a gritar. E eu, a entrar em pânico.

Noah estava jogando no chão, ainda tapando seus olhos com as mãos.

Gentilmente, puxei para baixo. Prendi a respiração assim que eu vi seus olhos.

Estavam vermelhos. Brilhando.

— Está doendo! Doendo de verdade! — ele gritava em plenos pulmões.

O puxei para fora do quarto em direção ao banheiro. Molhei uma toalha com água fria da torneira e pressionei contra seus olhos.

— Não está funcionando. — ele gemeu baixo e eu percebi que ele estava prestes a chorar.

Tirei a compressa. Seus olhos ainda estavam vermelhos. Como fogo.

Levei-o para o andar de baixo e chamei minha mãe.

— Os olhos dele estão ardendo. Estão muito vermelhos. — falei.

— Senhora Kelly, p-por favor me ajude. — ele gaguejou.

Eu estava extremamente assustada. Nunca tinha visto Noah daquele jeito. E somos amigos desde dois anos de idade.

— Algo irritou bastante seus olhos. — falou minha mãe. — Você tem alguma alergia?

Ele balançou a cabeça de uma forma negativa.

— Nenhuma alergia. — respondeu enquanto chorava. Ele estava em pânico. E eu também.

— Millie, pegue um colírio lá em cima, tem um no meu quarto.

Passamos o colírio. Não adiantou.

— Ligue para os pais dele. — minha mãe me pediu. — É melhor eles o levarem no oftalmologista.

Concordei e liguei para a casa dos Schnapp. Foi apenas quando o número estava chamando, que eu percebi que estava tremendo.

A mãe do Noah chegou uns minutos depois. O garoto estava esperando e agonizando no sofá.

Nós o ajudamos a entrar no carro.

— Me liga quando você melhorar, Noah. — foi a única coisa que eu consegui falar para ele.

Noah assentiu.

Fiquei olhando o veículo deles se afastar. Os gritos de Noah são saíam da minha cabeça.

Fui para o meu quarto e peguei a foto.

Olhei para o garoto sorridente com olhos vermelhos.

Bizarro.

n/a:
buenas tardes tomara que vocês estejam gostando :)

não se esqueçam de votar e comentar pq é de graça uhu
e me ajuda muito
bjs