deadly flash | sillie

ix. bandaids & red hair

(DEADLY FLASH!)

1998

Fui levada para dentro de uma casa por um homem que eu não consegui indetificar na hora.

Sua voz era familiar mas eu realmente não lembrava daonde.

Uma garotinha também o acompanha. Ela era mais ou menos da idade da Ava.

Ainda não tinha conseguido abrir meus olhos de tanta dor.

Escorria sangue da minha testa e do meu joelho. Os dois ardiam muito.

Passaram um spray nos machucados e eu senti vontade de gritar.

Finalmente consegui abrir os olhos. Eu estava em uma sala de estar grande, com vários móveis de madeira escura.

Uma garotinha estava na minha frente, ela tinha olhos azuis e um cabelo ruivo. Sorriu para mim. Eu não consegui sorrir de volta.

E então, o homem voltou para a sala. Era o Sr. Sink. Ele trazia uma caixa azul com remédios e curativos.

— Oi. — falei com a voz fraca. — O q-que eu estou fazendo aqui?

— Millie. Você caiu da bicicleta, enquanto eu e Jacey estávamos lavando o carro. Te trouxemos para dentro de casa.

— Ah, m-muito obrigada. — disse gaguejando. Me senti estúpida.

— Não foi nada. Agora é melhor você não se mexer, vou colocar o curativo em sua testa.

Concordei com a cabeça e fiquei quieta. O Sr. Sink olhou para o corte em minha testa e depois olhou para o curativo. Então ele pegou uma tesoura e o cortou.

Depois examinou minha testa de novo. E abriu o curativo.

Pareceu indeciso sobre como o colocar.

— Eu não sou muito bom nessas coisas manuais, sabe? — ele sorriu torto.

Se virou e andou em direção a escada. E então chamou sua filha mais velha:

— Sadie! — gritou.

Ah não. Não mesmo. Droga! Justo quando eu pensei que não tinha como piorar.

A garota desceu as escadas com uma calça jeans, blusa branca e uma camisa xadrez por cima. Ela parecia uma mecânica.

— Oi pa-

Ela me viu. E fez uma careta.

O sentimento quando nossos olhares se cruzaram era mútuo. Raiva.

— O que ela está fazendo aqui?! — e então terminou de descer as escadas.

— Sadie, seja gentil com a sua amiga. Ela se acidentou com a bicicleta na rua.

— Ela não é minha amiga. — respondeu com uma voz cortante. — Colega de classe. No máximo.

O pai de Sadie a repreendeu com o olhar e ela calou a boca.