vi. sliced in half

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(DEADLY FLASH!)















Uma dor aguda me envolveu pela cintura.

Era como se eu estivesse usando um cinto pesado e a cada segundo que passava, ele ficava mais apertado e mais pesado.

Soltei um gemido de dor. Não conseguia respirar.

Me inclinei para frente e dobrei a coluna. A dor estava tomando conta de mim.

A sensação era que eu tinha sido cortada ao meio!

Olhei para minha foto presa na câmera que estava nas mãos de Sink. Eu estava lá, mesmo que ainda não 100% revelada. Cortada ao meio.

— Millie? Millie?  — Sadie me chamava, sacudindo meus ombros.

É até engraçado como nos momentos mais inapropriados, nós percebemos as coisas mais bobas. Era a primeira vez que Sink me chamava pelo meu primeiro nome.

Eu não conseguia falar, nem respirar.

— O que foi?! — o pânico tomou as feições de Sadie. Seus olhos estavam arregalados e ela me chacoalhava freneticamente.

Cortada ao meio... Cortada ao meio...

De repente, entendi o que eu precisava fazer.

Foi um esforço para me endireitar, lutava contra a dor. Puxei a máquina das mãos de Sadie mas ela não se importou.

— Você precisa de ajuda?! — ela gritou. — Quer que eu chame alguém?— sua voz estava trêmula.

Eu não conseguia responder. A dor apertava meu maxilar, apertava todo meu corpo.

Minha visão começou a escurecer. Eu sabia que estava prestes a desmaiar.

Segurei a foto com os dentes e dei um puxão com força. A foto se rasgou.

Rangi os dentes e senti vontade de chorar. "Será que vai funcionar?"

Não. Não estava funcionando. Era isso. Essa era a minha morte. Parecia justo com o que eu tinha feito com Noah e Caleb.

Os restos da foto caíram da minha mão. A dor continuava a me envolver. Parecia um metal quente queimando minha pele.

E acabou.

A dor foi embora.

Não foi gradual, ela não foi desaparecendo devagar. Simplesmente sumiu!

Consegui me esticar. Respirei bem fundo várias e várias vezes.

Sadie me olhou ainda preocupada. Não, Sadie Sink não estava preocupada comigo. Com certeza não. Ela estava assustada.

— Tudo bem agora? — ela perguntou me envolvendo com um braço.

Estava tão pálida que as sardas tinham sumido de seu rosto. Seu cabelo contrastava.

— Millie?

Não respondi. Pressionei a câmera contra o peito. Em seguida, me afastei de Sadie correndo pela quadra.

— Ei! Você já está melhor? Qual era o problema?! — ela gritou.

Eu sabia qual era o problema. A máquina. Ela machucava pessoas.

Primeiro foi Noah, depois Caleb e depois... Eu.

Mas eu era a última desse ciclo infernal. Isso acabaria hoje.

Eu precisava devolver a câmera para a moça esquisita e sua filha bizarra.

Continuei correndo até chegar ao lado de fora.

Respirei o ar frio e gélido da noite e olhei para os lados. As ruas estavam vazias.

Comecei a caminhar em passos rápidos. Eu tinha que chegar até a casa da mulher ainda hoje. Me xinguei mentalmente por ter ido a pé.

E então, ouvi um barulho atrás de mim. Uma buzina de bicicleta.

Me virei. Era Sadie.

— Não sei para onde você está indo mas... Quer uma carona?

Se fosse em qualquer outra circunstância eu recusaria, juro. Mas eu precisava de uma carona.

Concordei com a cabeça e subi no banco de trás da bicicleta de Sadie.

— Se segura. — ela avisou e eu envolvi meus braços com força em sua cintura.

Ela começou a pedalar com força. Senti o vento bater em meu rosto.

— E aí? Vai me falar para aonde estamos indo?

Em um sussurro, contei para Sadie aonde eu queria ir. Mas não expliquei a história.

— Você tem certeza que quer ir para lá agora? É longe. Bem longe.

— Sim. — respondi baixo.

Encostei a minha cabeça em seu corpo e senti os batimentos cardíacos de Sadie.

— Olha... É perigoso ir para lá agora. Vou te deixar em casa e você vai amanhã de manhã, ok? Depois da escola. Qualquer coisa eu te levo.

Eu ainda estava em choque então apenas concordei.

Sadie me deixou em casa e eu entrei, ainda confusa.

Ava foi falar comigo mas eu acabei a ignorando. Coitada.

Atravessei o meu quarto e escancarei a porta do armário. Havia uma grande pilha de roupas sujas lá, escondi a câmera debaixo delas.

Me joguei na cama e soltei um suspiro de cansaço, peguei meu celular e liguei para Noah.

— Seus olhos estão melhores?

— Não. — respondeu do lado da linha.  — Eles pararam de arder tanto mas ainda não consigo ver direito.

— Me desculpa, sério. — disse e expliquei o que tinha acontecido hoje.

— Não foi sua culpa. E você foi de bicicleta com Sadie Sink? Uau.

Ignorei a parte que ele falou sobre a cenoura viva.

— Vou levar a câmera de volta para aquela casa amanhã. Você quer ir comigo?

— Infelizmente não posso sair de casa... Eu sou inútil com esses olhos de mutante. Não consigo ler, nem escrever, e nem assistir televisão.

— Me desculpa.

— Eu já disse Mills, a culpa não é sua.

Ficamos falando por mais alguns minutos e depois desligamos.

Olhei para o meu armário. A câmera que causou tudo aquilo estava lá dentro.













n/a:
eu ainda não acreditando que eu postei SEIS CAPÍTULOS LONGOS EM UM DIA MEU DEUS DO CÉU

minhas outras fics que lutem kk

talvez o próximo saia ainda hoje mas depois do meu almoço

comentem oq vocês estão achando ouhu

ah e votem

tchauu  

deadly flash | sillieOnde histórias criam vida. Descubra agora