8.Trovões

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Alex

Ficamos bebendo e falando dos nossos pais terríveis e sem nos da conta, o tempo passou rápido.
- Seu pai é um nazista - rimos.
- Ele so é difícil - ela toma um gole de uísque e faz careta, o que me faz ri. - Agora ele quer que eu saia do time, pq acha vergonhoso mulher jogar esporte de homem.
- Que machista! Mas como jogava na outra escola?
- Por causa da minha mãe, mas depois do que aconteceu, so terei paz na faculdade.
- Voce venceu, minha mãe so pensa nela e no seu inseto de marido. Mas pelo menos nao se mete na minha vida, é capaz de eu morrer e ela so descobrir no dia do interro. - Rimos.
O celular de Lloyd toca, provavelmente sua mãe.
- Alo
- Carli onde voce esta? - É uma voz masculina.
- To na estrada, o carro deu um problema.
- Que problema? Vou te buscar entao.
- Não! Já esta resolvido, estou chegando - entao desliga. - Era meu irmão.
- Voce mente muito mal - ri.
- Desculpa se nao tenho suas habilidades. - Ela sorri e pisca pra mim. Ela flertou comigo?.
- O quão de álcool voce bebeu?
- O bastante pra achar voce legal.
- Estamos lascadas.
- Agora vou ter que correr bastante - ela liga o carro.
- Nao vai dirigir nesse estado.
- Nao to bebada, meus reflexos estão otimos.
- Será? - Levanto a mão e dou um leve tapa em sua cabeça.
- Ai! Pq fez isso?
- Pra testa seus reflexos e sinto em dizer que esta reprovada - começo a ri.
- Idiota - ela me da um leve soco no braço. - Agora vamos.
- Nao posso morrer nessa banheira modernizada, e antes que fale algo, foi um elogio.
- Q dirigir entao?
- Nao obrigada, nao sei nem pra onde vai isso.
- É um carro, nao uma nave espacial. - Ela revira os olhos e da partida, seguimos o resto do caminho em silêncio.

Chegamos na sua casa que esta mais pra mansão. Tinha varios carros estacionados, o q qr dizer que q festa ja tinha começado.
- Voce ta ferrada rs.
- To sim. Agora vamos pelos fundos - disse saindo do carro. - Vê se nao chama atenção.
- Isso é impossível - ela revira os olhos e começa a andar. Passamos pelo jardim e entramos pela porta da cozinha que por sinal cheirava muito bem. Paro ao ve uma garrafa de vinho, vou ate a bancada e pego.
- O que esta fazendo? - Lloyd pergunta atrás de mim.
- É pra festa do pijama.
- Deixa isso ai - ela tenta pegar a garrafa, mas me desvio e ela com seu equilíbrio quase zero, tropeça e bate em uma bandeja de bebidas que derrama em sua roupa, alem do barulho das taças se quebrando.
- Merda! - Pego sua mão e saímos dali.
- Onde esta indo?
- To tirando a gente dessa - vejo alguem se aproximando, entao entro no primeiro comodo que vejo. Pena que é o armários de casacos.
- Que merda Alex, nao tinha um lugar mais apertado nao? - fala com ironia.
- Se quiser saiu pra princesa respirar.

- Mas o que aconteceu aqui? - uma mulher fala do lado de fora.
- Minha mãe. Temos que passar pelo salão pra subir as escadas.
- Tenho uma ideia, eu distraio eles e voce passa.
Ela da um pequeno passo a frente e nossos corpos ficam quase colados. Sua respiração é ofegante. Ela levanta a mão e puxa uma pequena corda, o que faz acender a luz. Posso ve seu rosto e o estrago que esta sua roupa.
- Voce ta horrível - dou uma risada.
- Voce tbm nao esta nada agradável.
- Vamos ao plano, vc passa quando eu tiver atenção de todos...
- Voce n vai assim, sua blusa ta transparente.
Olho para baixo, o sutiã preto nitidamente esta aparecendo.
- Estou contando com isso ou voce achou que eu ia contar piada?
- Voce nao vai. Vamos andar normalmente e se alguem nos ve, saimos correndo.
- Ok.
- Fica atrás de mim e nao faz barulho.
- Vamos pro seu quarto e nao roubar sua casa. E cuida que vc so ta álcool.
- Serio, nem tinha reparado.
Ela abre a porta com cuidado e saímos.

Lloyd

Abro a porta e saimos. Chegando perto do salão, vejo que esta cheio. - É agora.
- Relaxa nao é la essas coisas, so nao olha pra la.
Seguimos pelo corredor e quando estamos no meio do salão, meu celular começa a tocar, fico paralisada. Olho pra tela, é Carlos me ligando. Olho pro salão e todos estão olhando para nós, incluindo Carlos com o celular no ouvido.
- Corre. - Alex sussurra. - Corre! Pq nao está correndo?
O silêncio se estala e contínuo sem reação.
- Alex? - uma voz conhecida. - O que esta fazendo aqui? - uma garota se aproxima.
- Marcela. - Alex se ajeita.- Poderia fazer a mesma pergunta.
- O jantar que tive que vim com meus pais.
- Ah
- E voce? - Antes que ela pudesse responder, um homem baixo, meio gordo se aproxima.
- Ale - ele fala animado.
- É Alex pai - Marcela o corrigi.
- Sim Sim. Marcela nao disse que viria.
- Nem eu sabia que vinha senhor...- ela olha pra Marcela.
- Donova - ela diz.
- Senhor Donova. - Alex estende a mão, ele aperta e a puxa para um abraço o que a pega de surpresa. Depois de se afastarem, ele a olho de cima a baixo.
- Linda como sempre.
- Eu tento - ela da um sorriso que me faz pensar que esta flertando.
- E voce é? - ele se vira pra mim.
- Essa é a Lloyd, filha do senhor Hastings e vai jogar com a gente nessa temporada.
- Muito prazer - ele estende a mao e eu aperto. Viro e vejo meu pai se aproximar. Falta ar nos meus pulmões.
- Boa noite - ele fala firme. Fico em silêncio.
- Conrad pq nao disse que sua filha ia jogar com minha princesa esse ano? - O Sr. Donova pergunta.
- Estava esperando o momento certo. - ele olha pra mim com frieza e ja sei o que vai acontecer mais tarde. Entao ele olha pra Alex. - E voce é?
- Essa é Alex Heath, a melhor jogadora e vai nos leva pra mais uma Nacional. - fala Donova e ela apenas ri.
- Fascinante - meu pai a olha com um olhar intimidador e ela retribui da mesma forma. - É um prazer - ele estende a mão.
- O prazer é meu Conrad - ela aperta sua mão firme, sem quebrar o contato visual. Por um instante o local fica tenso.
- O que aconteceu com você Carli? - minha mãe se aproxima.
- Nao foi nada, vou pro meu quarto - consigo dizer.
- E voce é? - ela olha pra Alex, mas antes dela responder, falo;
- É uma amiga da escola, agora vamos - pego a mão de Alex e saio puxando ela pra escada.
- Vai querer carona pra casa Alex? - O sr. Donova pergunta.
- Ja estão vindo me buscar, mas obrigada. - ela diz antes de subir as escadas.
Entramos no quarto e fecho a porta. Ela olha em volta, as paredes em um tom azul claro, a janela com detalhes de madeira, a cama no centro. Ela para em frente do cartaz da Alex Morgan e sorri.

Apenas um dribleOnde histórias criam vida. Descubra agora