5. A Festa

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Duas semanas já haviam se passado desde o primeiro dia de aula e pouca coisa mudou. Eu, Geo, Tatiana e Andreia continuávamos conversando mais que nunca, aparentemente elas eram ótimas amigas. A fase de provas e trabalhos ainda estava para chegar, mas isso não anulava o fato de eu e Geovana estudarmos todos os dias quando chegávamos da aula.

Eu tinha visto Lucas poucas vezes, levando em consideração que estudávamos em prédios diferentes, mas ainda assim sempre que a gente se encontrava ele me cumprimentava e cheguei a conhecer um de seus amigos, Christian, que era engraçado e parecia ser uma pessoa legal. Mas tudo não passou de cumprimentos formais, para minha tranquilidade mas infelicidade.

Justamente hoje, em uma sexta feira, um grupo resolveu dar uma festa para o pessoal da faculdade e o detalhe era: não precisava ser veterano para entrar lá. Bastava ir. E Geovana que não era boba logo tratou de fazer com a que gente marcasse presença na festa, sem conhecermos ninguém, o que me irritou um pouco porque ela sequer consultou a minha opinião mas ainda assim eu teria que acompanhar a minha amiga.

Para minha alegria Tati e Andy também iriam, e pelo menos eu não precisaria carregar minha melhor amiga sozinha caso ela bebesse demais.

O dia havia passado de forma tranquila e logo o horário da festa chegou. Geovana andava para lá e para cá no quarto enquanto colocava as argolas nas orelhas. Como eu não estava com tanto ânimo assim, me vesti o mais simples possível: um cropped branco e uma calça preta, nos pés meus queridos vans não originais. O cabelo ao natural assim como o rosto. Eu mal via a hora de vir embora denovo.

Sob os sons de reclamação de Geo sobre o meu desânimo, nós saímos do quarto e caminhamos para fora da universidade. Como dito no endereço, a casa do dono da festa ficava a poucos metros do campus, por isso fomos a pé.

Ao me aproximar do local já era possível escutar a música alta e algumas vozes e quando chegamos no imóvel me dei conta do caos que aquilo estava e tudo havia acabado de começar.

Assim como nós, mais pessoas chegavam e entravam e já lá dentro Geo fez questão de ir atrás do dono da festa que segundo ela era colega de prédio e me pergunto como ela arranjava tantas amizades aleatórias, sendo que o máximo que eu havia conseguido era a Andy e porque ela era da mesma sala que eu, mas a reposta era: a Geovana era a Geovana.

Ainda no encalço da minha amiga eu andava ao lado dela pela casa e quando chegamos na cozinha, Geo chama pelo nome do Christian e só então me dou conta de que era o mesmo que eu conhecia quando olhei para ele, que veio nos receber de forma calorosa.

E então eu parei subitamente quando percebi que Lucas estava encostado no balcão do cômodo, conversando tranquilamente com um outro rapaz de cabelo cacheado e olhinhos puxados. Saio do transe quando sinto os braços de Chris rodearam meus ombros.

— Óia, não sabia que vocês eram amigas. Por que não me contou Cris? — ele perguntou rindo e eu já percebia que ele estava alterado pela bebida.

— Eu não sabia que você conhecia a Geo, xará. — digo encolhendo os ombros e com o tom de voz brincalhão, afinal nossos apelidos eram parecidos. Em resposta ele ri e Geovana também.

Em minutos ele e minha amiga já estavam conversando e misturando algumas bebidas no balcão e só então percebo que me sentia deslocada no cômodo.

Quando Lucas percebe minha presença ele sorri, já alegre demais para estar sóbrio, fala algo com o cacheado e vem até mim, sendo seguido pelo outro rapaz.

— Oi Cris, você veio. — ele diz alto pela música e eu sorrio, assentindo em seguida.

Naquela noite ele parecia ainda mais bonito com a camisa branca cobrindo seu dorso. Detenho meus pensamentos na hora.

E De Repente, Era Amor - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora