20. Andreia

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— MENTIRA QUE VOCÊS SE BEIJARAM! — Geovana gritou e levou a mão até a boca, os olhos arregalados e pude notar o sorriso surpreso.

— Você quer um alto falante amiga? — murmuro com uma careta. — Sim, nós nos beijamos.

— E como foi? — minha amiga pergunta, com um sorriso largo nos lábios.

— Normal? Não foi ruim... Só... Não senti nada. — explico e na minha cabeça fazia o maior sentido, porém Geovana me encarava como se eu fosse doida. Talvez eu fosse mesmo.

— Não entendi? — ela pergunta. — Se não sentiam nada não existe motivo para terem se beijado.

— Eu não sei explicar. Você sabe, o Mauro é um dos caras mais legais, gentis e inteligentes que eu já conheci, e hoje ele parecia extremamente atraente. Não sei em que momento esse clima começou a rolar, mas rolou. E deu no que deu. — explico.

— Ok, e depois?

— Depois a gente percebeu que somos SÓ amigos, nada mais que isso. E no fundo eu fiquei aliviada, porque não queria começar a gostar de mais um da trupe. — acrescento e ela assente. — O problema é que o Lucas chegou minutos depois e eu acho que ele pode ter notado alguma coisa. — digo com um leve peso na voz.

— Ok, e daí? — ela pergunta.

— Geovana, eu 'tô me sentindo mal porque eu não quero que ele entenda as coisas de maneira errada.

— Amiga, você sabe que eu gosto muito do Lucas, mas vocês não têm absolutamente nada, E você é solteira, tem todo o direito de ficar com quem quiser. Além de quê, ele não pode esperar muita coisa depois de levar a ex barra atual sei lá o que dele para a sorveteria como se eles fossem um casal. — ela explica com as mãos segurando as minhas.

No fundo eu sabia que Geovana estava certa. Nós não tínhamos nada. Nada além de amizade. Mas caramba, como eu me sentia mal com aquilo. Maldita hora que eu me envolvi nesse sentimento.

— Como eu te conheço, eu sei que você vai se sentir culpada, mas tá tudo bem. Vai por mim, você não está errada. — Geo afirma e eu assinto.

Deito a cabeça no colo da minha amiga e suspiro baixinho, sentindo as mãos dela mexerem no meu cabelo sem parar.

Me sentia num melodrama de novela e era engraçado porque eu não queria estar naquela posição. Só queria que tudo desse certo em algum momento.

[...]

No dia seguinte eu acordei minutos antes do alarme tocar e revisei o conteúdo da prova da segunda. Tentei deixar todo o drama do dia anterior para trás e focar nos meus estudos, não havia entrado em qualquer rede social durante vinte e quatro horas e me sentia bem assim.

Quando meu horário de sair chegou, peguei minhas coisas e acompanhei Geovana como de costume, logo nos despedimos e cada uma seguiu seu caminho. Chegando na sala, a maioria dos alunos já estava lá, por isso me sento na fileira da parede. Andreia estava um pouco distante, no entanto, quando me viu acenou e fiz o mesmo, logo me virando para a frente.

Logo Aurora chegou e como sempre estava fabulosa. Mesmo sendo professora, a forma como ela conduzia as aulas me acalmava, e com sua prova não foi diferente. Ela nos instruiu em relação à prova, ao tempo de duração e aos materiais que poderíamos deixar sobre a mesa. Nos entregou a folha, nos desejou boa sorte e se sentou. Respirei bem fundo antes de começar a ler as questões e com calma, iniciei a leitura.

O tempo parecia correr quando estávamos em prova, e quando dei por mim, o horário de entrega já estava quase chegando. Faltavam duas questões para terminar e como teríamos tempo até o intervalo chegar, resolvo com calma. Quando termino, caminho até Aurora que sorri para mim e segura minha prova. Agradeço baixinho e volto para minha cadeira, esperaria Andreia terminar para sairmos juntas.

E De Repente, Era Amor - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora