81. Presentes

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Abri os olhos e o quarto ainda estava escuro. Minha cabeça doía levemente e eu desconhecia se era pelo sono ou se era pelo tanto de bebidas que consumi na madrugada, talvez fosse um pouco dos dois.

Olhei para o lado e Lucas ainda estava dormindo, seu semblante relaxado me fez sorrir por isso me detive a fazer um carinho em seus cabelos, focando na franja desarrumada que caía sobre sua testa. Ao afastar a mão, me sentei sobre a cama e flashs das horas anteriores vieram a minha mente, fazendo-me sorrir com carinho.

Peguei o celular na mesinha de cabeceira e verifiquei a hora e me assustei quando notei que passava da uma da tarde. Voltei a deixar o aparelho sobre a mesinha e me levantei, indo até o banheiro e começando a escovar os dentes.

Depois de terminar todo meu "processo" matinal, vesti uma roupa levinha que consistia em um vestido florido e saí do quarto após ver que Lucas ainda dormia. Sob o silêncio da casa eu pude notar minha barriga reclamando de fome, por isso corri até a cozinha.

Os planos para o dia seriam os mais simples possíveis porque eu tinha certeza que Daniel, Gabriel e até mesmo Pedro, que começou a beber mais depois das duas da manhã, estariam de ressaca, então não me preocupei tanto em pensar sobre o restante daquele dia enquanto bebia um pouco de água.

Procurei pela chaleira e ao achar, enchi de água e coloquei no fogo com o intuito de fazer um pouco de café. Enquanto esperava o líquido ferver, tomei um dos analgésicos que Gabriel tinha guardado no armário e sentei na bancada da cozinha, apenas observando o jardim.

Escutei passos e esperei ansiosa para ver quem estava vindo e sorri ainda mais quando encarei o rosto sonolento de Gabriel, que quando me viu pulou para trás com a expressão assustada.

— O que você faz acordada? — Gabe pergunta com a mão no peito e eu me seguro para não rir.

— Provavelmente, o mesmo que você. — indago e sorrio sem mostrar os dentes.

— 'Tô morrendo de dor de cabeça, amiga. — ele diz e vai até o armário.

— Senta aí que eu pego o remédio pra você. — digo o empurrando levemente em direção a um dos banquinhos do balcão.

Quando meu amigo se sentou, voltei para o armário e peguei o remédio que havia tomado mais cedo. Fui até a geladeira e peguei uma garrafa de água e na pia um copo, coloquei tudo sobre o balcão, preenchi o copo com água e entreguei o comprimido para Gabriel, que colocou na boca e em seguida bebeu longos goles de água.

— Obrigado Cris. — Gabe agradece e eu apenas sorrio.

Voltei para frente do fogão para checar se a água estava fervendo e ao ver que não, me concentro em pagar o pó de café. Procuro pelo saquinho e me sinto grata quando percebo que nas compras havia vindo apenas café solúvel.

— Dormiu bem? — pergunto para Gabe, tentando puxar assunto.

— Dormi sim, apesar da parede ao lado da minha não ter tido muito sossego.

— Como assim? — me viro na direção dele.

— Bem, você sabe. A Geo e o Daniel... Enfim, poupe-se dos detalhes. — Gabriel explicou e eu demorei alguns segundos para entender o que ele havia dito até ver suas bochechas corarem.

Me segurei ao máximo para rir baixo, abafando o riso com a mão enquanto Gabriel me seguia na risada.

— Ok, não quero saber dos detalhes. — indago negando com a cabeça. — Mas é aquela coisa né, às vezes a bebida anima as pessoas.

— E que animação. — Gabe murmura risonho. — A água tá fervendo.

Só então escuto o barulhinho vindo da chaleira e corro até ela, desligando o fogo. Com o auxílio de um pano eu seguro a alça dela e coloco sobre a pia, acrescentando o café solúvel e mexendo em seguida até o pó se dissolver. Quando tudo estava pronto, coloco o café dentro da garrafa e fecho a mesma, mas não sem antes colocar um pouco em duas xícaras e entregar uma delas para Gabriel.

E De Repente, Era Amor - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora