42. Término

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Ponto de Vista: Geovana Amaral

O dia seguinte amanheceu monótono. Na noite passada, depois que eu e Cristina chegamos em casa, nós saímos para jantar e quando voltamos, foi o momento de assistir um filme. Durante o desenrolar das cenas eu comecei a pensar a decisão que deveria tomar e cada minuto eu possuía ainda mais certeza de que era aquilo que eu queria.

Era arriscado? Talvez sim. A ideia de terminar um relacionamento de anos fazia meu estômago gelar, mas, eu não poderia continuar daquela forma e sabia que não era tudo por causa de Daniel. Muito do que eu sentia era resultado da distância entre eu e Rafael e das coisas que vivi, por isso era algo inevitável.

Mal consegui dormir porque tomei a decisão de que o dia seguinte seria O dia de conversar com meu namorado.

Agora acordada, toda a coragem havia se dissipado e eu me sentia covarde por tê-la deixado ir embora. Já havia conversado com Cristina e ela me apoiava, mas mesmo assim não era suficiente. Naquela manhã eu mal prestei atenção na aula porque ficava repassando o discurso que eu faria e acho que isso fez o tempo passar de forma lenta.

Finalmente saí para o almoço e ao chegar no refeitório, dei de cara com o pessoal. Me sentia ansiosa e não consegui comer muito, mas acompanhei toda a conversa quietinha.

— 'Tá calada amiga. — Tatiana comenta enquanto mastiga uma batata e eu suspiro.

— Estou meio distraída hoje. — respondo com um sorriso pequeno.

— Mas, está tudo bem? — Andy questiona dessa vez e eu assinto positivamente.

— Tudo bem. — afirmo e por segundos, olho para Daniel, que me encarava, e ele sorri para mim.

Meu coração acelera novamente e eu retribui o gesto, desviando o olhar em seguida. Eu sabia que ele gostava de mim, não só pelas incontáveis vezes que ele demonstrou isso por gestos ou palavras, mas também pela forma como ele me olhava. E era muito boa a sensação de pensar que se tudo desse certo, eu poderia retribuir aquilo da forma que eu queria.

O resto do grupo continuou comendo e conversando, naquele dia Christian não tinha ido almoçar com a gente, por isso senti um pouco de falta da sua voz brincando e gritando, mas, também não o julgava, já que tudo estava meio estranho pela partida de Mauro. Quando terminamos o almoço, nos despedimos como das outras vezes e eu tive que puxar Cristina pelo braço porque ela não largava Lucas. A cena foi engraçada e claro que eu fizera tudo brincando, amava ver minha amiga feliz com o namorado dela e percebia o quanto ele fazia bem para ela, e tal fato me aliviava de uma forma inexplicável.

Ao chegar no dormitório, mexi um pouco no celular e a cada vez que esbarrava no contato de Rafael, eu me lembrava da barra que teria que enfrentar mais tarde. Tentei me distrair com outras coisas até o horário de me arrumar, o que funcionou. Assim, eu só tive tempo de tomar banho, colocar o uniforme e partir para mais um dia de trabalho.
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— Você tem certeza que quer ficar sozinha? — Cristina perguntou segurando minhas mãos. — Se você quiser eu posso ficar aqui.

— Não amiga, pode ir aproveitar a sua noite. Eu realmente quero ficar sozinha quando fizer isso. — indago sincera e sorrio levemente. — É sério. — confirmo quando ela continua me encarando.

Nós havíamos chegado do trabalho há algum tempo e Lucas havia chamado minha amiga para jantar, o que me ajudava bastante, porque eu queria estar sozinha no momento de conversar com Rafael, por isso insisti que ela fosse.

Assim que ela concordou, já arrumada, demos um último abraço e ela saiu pela porta, me deixando no quarto silencioso. Respirei fundo e peguei meu celular, começando a escrever uma mensagem para Rafael.
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E De Repente, Era Amor - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora