8. Aproximação

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No dia seguinte acordei com uma dor de cabeça terrível, e eu podia até sentir os nervinhos do meu cérebro pulsando sem parar. Como o quarto estava escuro, consegui abrir os olhos lentamente, respirando fundo ao sentir uma pontada forte do lado esquerdo.

Olhei para o lado e vi que Geo ainda dormia tranquilamente. Como não aguentava mais aquela dor me levanto a muito custo, visto uma roupa qualquer e saio do quarto com o intuito de buscar a água pra acompanhar o remédio pra enxaqueca que havia pegado há minutos atrás.

Saio do quarto fechando a porta com cuidado e evitando fazer barulho, os corredores ao meu redor estavam silenciosos e calmos, diferente da noite passada.

Chegando no refeitório agradeço pela sombra, já que o sol estava a pino no céu do Rio, como de costume. Me encaminho até o bebedouro e começo a encher a garrafa roxa que havia levado. Poucas pessoas estavam no local por ser final de semana e a maioria dos estudantes ia pra casa ou saiam, por isso estava com um barulho mediano, fazendo minha mente agradecer.

Estava focada em encher toda a garrafa quando sinto alguém do meu lado, olho na direção e sorrio levemente ao reconhecer os cachos e os óculos.

— Gostei da combinação de flores e bolinhas. — ele diz apontando para minha roupa.

Rio baixinho, sentindo uma pontada de vergonha.

— Acasos da enxaqueca. — justifico e fecho a garrafa com a tampa, me virando para ele. — O que faz aqui hoje? — pergunto curiosa.

— Eu moro ali naquele prédio. — ele aponta para o prédio oposto ao qual eu habitava e eu assinto com uma expressão surpresa. — Vou passar o final de semana sozinho já que o Chris e o T3ddy viajaram pra casa.

— T3ddy? — questiono confusa.

— Ah, é o jeito que a gente chama o Lucas. — ele explica e vejo quando coloca as mãos nos bolsos do short.

— Ah, entendi. — digo tentando ao máximo disfarçar meu desânimo ao escutar esse nome, o que parece que dar certo, já que Mauro não diz nada.

— Cris, você tem planos para o final de semana? — Mauro me pergunta depois de alguns minutos.

— Nenhum em específico, por que Maurinho?

— Depois vamos marcar de assistir algum filme, aí você aproveita e chama as meninas também. — ele diz sorrindo.

Apesar de relutante eu aceito, afinal Mauro parecia um cara muito legal e como não teríamos nada de importante para a semana seguinte, por que não?

Assim que terminamos o assunto me despeço dele com um abraço rápido e volto para o quarto. No caminho me dou conta que a dor de cabeça já tinha passado parcialmente e fico feliz. Mas, não deixo de tomar o remédio no meio do caminho só para garantir.

Quando chego novamente no dormitório Geo já estava acordada.

— Onde você tava? Pensei que tinha sido sequestrada garota. — ela pergunta e consigo sentir o tom irritado em sua voz.

— Eu fui buscar água no refeitório, só isso. — respondo paciente.

— Ah... Desculpa amiga, acordei meio mal humorada. — ela diz e se aproxima, me abraçando.

Rio baixinho e retribuo.

— Tudo bem. Como foi o resto da festa?

— Hm, foi legal. Descobri muitas coisas. Vem cá que eu preciso contar.

— E lá vamos nós. — brinco, rindo em seguida.

Ela me puxa pela mão e sentamos na cama. A essa altura eu já estava livre da dor de cabeça e totalmente curiosa. Foi aí que ela me contou sobre Lucas e a garota loira que descobri se chamar Gabi, e não vou mentir que senti um pouco de enjoo ao lembrar da cena dos dois juntos, mas tentei mascarar.

E De Repente, Era Amor - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora