Ventava muito naquela tarde de outono na Universidade de Roehampton, em Londres. Tarde esta em que a turma de amigos de Bartemius Crouch Jr, um rapaz no auge de seus vinte e um anos e que fazia seu quarto e penúltimo ano no curso de Letras, estava reunida no campus após as últimas aulas do dia.
O rapaz não poderia querer mais nada da vida, assim pensava ele.
Havia conseguido uma bolsa de estudos logo quando finalizou o colegial quando ainda tinha dezessete. E assim se mudara para Londres, deixando a família que consistia em sua mãe e seu pai em uma cidade no interior da Inglaterra, onde nascera e vivera até então.
Apesar de sua mãe ser a única razão para o rapaz ligar a cada quinze em quinze dias para casa para dar notícias. Nunca se dera bem com o pai e por esse motivo preferia não manter contato a menos que fosse realmente necessário.“Não preciso de gente em minha vida somente para ocupar um espaço vazio e nunca me encorajar a fazer nada.” Pensava ele, quando refletia sobre aquele assunto.
Afinal de contas, ele já era inseguro e negativo o suficiente sem a ajuda de ninguém, então ele estava bem assim, obrigado.O garoto possuía um quarto no alojamento da universidade para que os estudantes que, assim como ele, não tinham condições de manter um apartamento por conta própria pudessem ficar.
E, apesar de não ser de um todo seu e ter que dividir com mais outro rapaz, ele gostava e se orgulhava muito.Quando parava para olhar para o futuro a sua frente, Crouch não conseguia vizualizar nada que o desagrade. Ele gostava da vida que tinha e, contando que não tivesse que aparecer em frente a câmera alguma, sabia que sua futura profissão o iria agradar também.
Sempre fora um sonhador nato, mas nunca deixou isso lhe subir a cabeça de forma alguma. Portanto, tentava sempre manter ao menos um dos pés fixos no chão, ao mesmo tempo em que, através do outro, viajava no mais tecnológico foguete e alcançava as estrelas no céu...– Rapazes, eu acho que irá chover – um de seus amigos avisou enquanto erguia a cabeça para olhar para o céu.
Onde uma nuvem negra se aproximava de uma forma tão sutil que não parecia oferecer tanto risco a suas mochilas repletas de anotações importantes para aquele semestre...
– Acho melhor entrarmos... – Foi a vez de Barty dizer, voltando a encarar os amigos que concordaram com acenos apressados e começaram a se deslocar para sair dali.
Enquanto todos saíam em disparada em direção a seus respectivos apartamentos e dormitórios, um rapaz do outro lado do campus, no entanto, pouco se importava se viria chuva em poucos minutos ou não. Apressara os movimentos de sua mão, enquanto segurava um lápis próprio para desenho e encarava o rosto de um rapaz a alguns metros de distância, que já começara a se retirar dali, tentando memorizar cada pequeno traço deste - que na sincera opinião do mesmo era perfeito - para então passar para o desenho incompleto apoiado em um caderno sobre sua perna.
Regulus Black, um aluno da universidade que cursava Artes Visuais, sempre passava o seu tempo livre no campus do local, que era quando não estava em aula ou estudando em seu quarto, já que residia ali mesmo no alojamento da universidade.
Adorava o cheiro de grama que estava sempre muito bem cortada e também porque um certo rapaz que ele não sabia nem mesmo o nome, mas que o atraía de uma forma quase que inexplicável, normalmente ficava ali nos fins de tarde.E Regulus não sabia ao certo quando tivera a ideia de desenhá-lo ou se quer quando fora a primeira vez que o fizera, mas a questão era que ele fazia retratos feitos a mão do garoto e o admirava. Todos os dias.
Ele tinha sempre o cuidado de detalhar muito bem os desenhos que fazia, daquele rapaz em especial, e tinha a leveza necessária na mão para traçar os fios lisos de seu cabelo perfeitamente para um dos lados, como era o penteado que ele sempre usava, e também para gravar os esboços que ele fazia com a boca e os gestos com as mãos.
Prestava bastante atenção nas roupas que ele vestia, que podia variar de camisa social com suspensórios á calça jeans rasgada nos joelhos ou uma skinny preta apertada com uma blusa excessivamente grande para seu tamanho. Ele tinha um estilo um tanto que ousado e Regulus adorava isso.Mas havia um problema que Regulus não sabia como lidar:
Ele não conseguia desenhar seus olhos. Ponto.
Sendo assim, tinha uma coleção de desenhos perfeitos do garoto, porém sem olhos. Era basicamente isso.
Se tivesse quem perguntá-lo sobre o porquê daquilo, o que não era o caso, Regulus diria que era pelo fato de nunca tê-los tido fixados nos seus, logo, não conseguia os vizualizar com a precisão necessária para passar para um desenho.
Foi então que uma rajada forte de vento bateu contra seu corpo, bagunçando os cabelos negros do rapaz que, apesar de curtos, ainda tinha a presença de pequenos cachinhos nas pontas e fazendo a folha que usava para fazer o desenho sair voando pelo gramado, atraindo a atenção de Barty que atravessava o campus do outro lado.
Em alerta, Regulus saltou de onde estava sentado e só então reparou no clima que se alterou drasticamente sobre ele. Sem tempo de praguejar mentalmente, saiu correndo para apanhar a folha. Sendo surpreendido quando um garoto de cabelos castanhos se curvou para pegar a folha de Regulus.O coração do rapaz parou por alguns segundos ao se tocar que era ele. O rapaz que ele estivera desenhando todo o tempo. Barty franzira as sobrancelhas e arregalou os olhos quando mirou o que havia na folha que acabara de resgatar.
Era nada mais nada menos que um retrato seu feito a lápis, mas que, por alguma razão que o mesmo não entendia, não possuía olhos.– Que droga é essa? – Ele trovejou se virando para o possível dono da folha que acabara de se aproximar, seus olhos estavam quase saltando do rosto e seu tom de voz oscilava entre grosseiro e prestes a entrar em pânico.
“O que aquele cara estava fazendo com aquilo, afinal? Era algum método novo de zoação??” A mente turbulenta do jovem o fazia questionar, enquanto esperava pela resposta que não viera. Ao menos não imediatamente.
Já que Regulus se encontrava perdido dentro dos olhos que ele descobrira ser da cor azul - um azul muito brilhante e intenso, era praticamente raro, ele pôde pontuar - e não tinha reações perante ao garoto que conseguia ser mil vezes mais bonito de perto.
– O que você está fazendo com isso? Responde! – o rapaz elevou o tom de voz.
A respiração de Barty estava acelerada e tudo o que ele conseguia ouvir eram as batidas altas de seu coração, juntamente as gotas de chuva que produziam um estalido ao entrar em contato com seus corpos estáticos.
×
(n/a): oioi de novo, eu prometi que voltaria, não? então aqui estou eu.
certo, para essa fanfic não acabar tãoo rápido como "sincerely yours, barty" acabou, eu decidi fazer uma postagem por semana (talvez duas, quem sabe rs).
mas não preocupem porque eu ainda tenho muitaaa coisa deles dois pra escrever e pra postar, então aproveitem! e me digam o que estão achando, por favor.
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𝘁𝗲𝗹𝗹 𝗺𝗲 𝗜'𝗺 𝗽𝗿𝗲𝘁𝘁𝘆 {bartylus}
Romance- A arte não é tipo um refúgio onde deveria mostrar suas características? - estalando os dedos, o menor começou - Por exemplo, Van Gogh expressava sua dor, Monet expressava suas paixões, mas... e você? - Barty perguntou, com as mãos cruzadas em suas...