6. problema

130 15 50
                                    

❝Problemas à minha esquerda, problemas à minha direita.
Eu estive enfrentando problemas quase toda a minha vida.
Meu doce amor, você vai me tirar dessa?
Em todos os lugares que eu olho pego um vislumbre de você.
Eu disse que era amor e eu fiz isso pela vida. Fiz isso por você.❞

×

Era segunda-feira pela manhã quando o carro de Regulus adentrou a cidade de Londres. A cidade estava tranquila como nunca antes – já que os turistas se dissipavam naquela época do ano –, por um motivo que era, até então, desconhecido para o jovem Black. Que se encantava ainda mais com a coloração e detalhes míninos da belíssima cidade.

As cores do outono pintavam a velha Londres nos mais diversos tons de laranja, amarelo e vermelho.

Enquanto dirigia, Black não deixou de notar nas folhinhas cadentes e esvoaçantes que se alastravam quando o mesmo passava, lembrando a si mesmo de fazer uma pintura de uma das árvores da Universidade que tinha certo apego; era um enorme salgueiro-chorão que àquela altura da estação de certo estaria transitando entre um amarelo vívido e um laranja suave.

Deu uma rápida olhada de canto de olho para fitar Barty, que dormia tranquilamente no banco do carona ao seu lado, sua cabeça pendia para um dos lados e Regulus se sentiu tentado a acordá-lo para que não desse um mal jeito no pescoço, mas seu sono era tão sublime e intenso que o fizera desistir dessa ideia quase que imediatamente.

Eles ainda não haviam falado sobre o beijo que tiveram no dia anterior, antes de decidirem passar aquela noite no hotel e iniciar a viagem no outro dia de manhã bem cedo. Barty ficara relutante sobre acordar tão cedo e Regulus praticamente o carregou nos braços até ali, ouvindo-o murmurar em reclamação quando ele passou o cinto por seu peito, fazendo o rapaz mais alto sorrir fracamente com aquilo.

Mas não era culpa de Bartemius se, só conseguira dormir direito naquela última noite desde que saíram da Universidade na sexta-feira. E Regulus compreendia isso totalmente.

Quando o carro adentrou a passagem da Universidade de Roehampton, que ficava em um campo reservado para o estudo que acontecia ali, Black estacionou o carro em uma zona reservada para automóveis e se virou para acordar Barty, que se mexeu desconfortável algumas vezes antes de abrir os olhos.

– Hey, B. Chegamos... – Regulus tocou seu ombro com calma, sentindo Barty suspirando pesadamente antes de concertar a postura e girar a cabeça en torno do pescoço para se alongar.

– Regulus eu... – O mais baixo começou, mas Regulus balançou a cabeça, como se pedisse para que o mesmo não dissesse nada.

– Não, está tudo bem. Eu juro – Regulus deu um sorriso terno e Barty respirou fundo, encarando seus olhos tão profundamente.

– Eu só quero dizer... obrigado – suspirou – Você foi importante demais nessa viagem, eu acho que não teria tido tanta força se não estivesse comigo, me apoiando todo o tempo – Barty se sentiu corar, virando a cabeça imediatamente por odiar isso – O que estou tentando dizer é que você é o melhor. De verdade mesmo.

Regulus piscou os olhos lentamente, com a boca levemente aberta em um sorriso apaixonado, naquele momento ele não seria capaz de desviar o olhar do rosto bonito de Bartemius nem mesmo que quisesse – e ele não queria.

– Eu faria isso por qualquer pessoa, Barty – ele assentiu com a cabeça – Eu fiz isso por você – Regulus suspirou, passando a língua pelos lábios em ação do nervosismo.

Um silêncio se instalou entre os rapazes, enquanto eles se encaravam, imóveis, como se esperasse que o outro fizesse o primeiro movimento.

– Certo, vamos indo? – meneou com a cabeça, indicando a porta do carro.

𝘁𝗲𝗹𝗹 𝗺𝗲 𝗜'𝗺 𝗽𝗿𝗲𝘁𝘁𝘆 {bartylus}Onde histórias criam vida. Descubra agora