❝Agora estou sob seu feitiço, preso em uma mentira. Não deveria ter ficado tão perto do fogo. Sem volta, sem para onde correr.
Sem lugar pra se esconder. É tarde demais para dizer adeus❞×
Assim que avisou que estava saindo da cidade a um de seus amigos - Luke -, Bartemius acabou por descobrir em menos de trinta minutos que Regulus Black é filho de um dos maiores advogados de Londres e que tem um carro - um Audi A7 preto - e condições financeiras suficientemente boas para manter um apartamento por conta própria, mas em prol disso, preferia a simplicidade e aconchego do alojamento da universidade.
O que, na opinião do jovem Crouch era um tanto quanto singular. Afinal de contas, quem na idade deles dois - cerca de vinte e poucos anos - iria escolher viver em um quarto compartilhado de alojamento da universidade a ter um espaço próprio? Reservado exclusivamente para suas coisas e que poderia ser o palco de diversas festas, quando quisesse...
Mas Crouch não arriscaria dizer nada no momento, ele estava mais preocupado em como faria para agradecê-lo por tudo aquilo depois...
"Quem em sã consciência faria isso por um desconhecido, assim do nada? Qual é, ele tem que ter algum defeito!" Seu cérebro o fazia se questionar a todo o tempo, enquanto pegavam a estrada - com Black dirigindo em direção a Durham para Crouch se despedir da mãe...
Como é misteriosa a vida...
Em um segundo, você está tomando um café com um possível novo amigo - ou algo mais, quem sabe - e no outro está atravessando a Inglaterra para tentar chegar a tempo para ver a mãe com vida pela última vez.
Era a última chance que Barty teria e pensar sobre isso o deixava em estado de aflição interior.
Simultaneamente, a maior preocupação que Regulus encontrava no momento era o famoso "e se?" que invadia seus pensamentos a contragosto a cada segundo que se passava.
Regulus não sabia o que faria caso não desse tempo. Ele vira há pouco Barty se desmoronar em sua frente e tinha certeza de uma coisa, ele não queria tornar a vê-lo naquele estado outra vez tão cedo...
- O que você está olhando? - Regulus perguntou algum tempo depois, quando percebeu pelo canto dos olhos que Crouch começava a se acalmar e estava agora o olhando como se ele fosse algum tipo de incógnita.
- Nada, eu só estou pensando... - o menor respondeu, em meio a um suspiro enquanto ajeitava a postura no banco do carro, sentindo o cinto de seguranças o apertando. Ele odiava sentir-se preso daquele jeito. Principalmente quando estava ansioso.
- Eu daria qualquer coisa em troca de um dos seus pensamentos agora, Bartemius... - Regulus rebateu, com sinceridade, apertando o volante entre os dedos após se dar conta do que acabara de dizer.
Barty, no entanto, se virou por completo para o moreno, sem acreditar no que tinha escutado e menos ainda no fato de que, não havia malícia alguma naquela frase. Era quase tão pura quanto o cinza dos olhos que Black cravava na estrada a sua frente.
- Pode me chamar de Barty. - declarou, por fim e Regulus sorriu.
- Tudo bem, Barty. - Regulus experimentou e foi a vez do menor sorrir, se inclinando minimamente para a frente ao fazê-lo.
Um suspiro alto preencheu o carro. E Barty retomou a fala:
- Eu estava pensando... sabe, isso pode soar um pouco intrometido demais, mas era na razão que o fez ficar no alojamento da universidade - Barty começou - Você vem de uma família rica, não seria comum você ter um apartamento próprio em vez de... você sabe? - Black abriu um sorriso fraco, sem desviar a atenção do painel do carro. - Desculpa, eu disse alguma besteira?
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𝘁𝗲𝗹𝗹 𝗺𝗲 𝗜'𝗺 𝗽𝗿𝗲𝘁𝘁𝘆 {bartylus}
Romansa- A arte não é tipo um refúgio onde deveria mostrar suas características? - estalando os dedos, o menor começou - Por exemplo, Van Gogh expressava sua dor, Monet expressava suas paixões, mas... e você? - Barty perguntou, com as mãos cruzadas em suas...