4. tarde demais para dizer adeus

164 24 53
                                    

Agora estou sob seu feitiço, preso em uma mentira. Não deveria ter ficado tão perto do fogo. Sem volta, sem para onde correr.
Sem lugar pra se esconder. É tarde demais para dizer adeus❞

×

Assim que avisou que estava saindo da cidade a um de seus amigos - Luke -, Bartemius acabou por descobrir em menos de trinta minutos que Regulus Black é filho de um dos maiores advogados de Londres e que tem um carro - um Audi A7 preto - e condições financeiras suficientemente boas para manter um apartamento por conta própria, mas em prol disso, preferia a simplicidade e aconchego do alojamento da universidade.

O que, na opinião do jovem Crouch era um tanto quanto singular. Afinal de contas, quem na idade deles dois - cerca de vinte e poucos anos - iria escolher viver em um quarto compartilhado de alojamento da universidade a ter um espaço próprio? Reservado exclusivamente para suas coisas e que poderia ser o palco de diversas festas, quando quisesse...

Mas Crouch não arriscaria dizer nada no momento, ele estava mais preocupado em como faria para agradecê-lo por tudo aquilo depois...

"Quem em sã consciência faria isso por um desconhecido, assim do nada? Qual é, ele tem que ter algum defeito!" Seu cérebro o fazia se questionar a todo o tempo, enquanto pegavam a estrada - com Black dirigindo em direção a Durham para Crouch se despedir da mãe...

Como é misteriosa a vida...

Em um segundo, você está tomando um café com um possível novo amigo - ou algo mais, quem sabe - e no outro está atravessando a Inglaterra para tentar chegar a tempo para ver a mãe com vida pela última vez.

Era a última chance que Barty teria e pensar sobre isso o deixava em estado de aflição interior.

Simultaneamente, a maior preocupação que Regulus encontrava no momento era o famoso "e se?" que invadia seus pensamentos a contragosto a cada segundo que se passava.

Regulus não sabia o que faria caso não desse tempo. Ele vira há pouco Barty se desmoronar em sua frente e tinha certeza de uma coisa, ele não queria tornar a vê-lo naquele estado outra vez tão cedo...

- O que você está olhando? - Regulus perguntou algum tempo depois, quando percebeu pelo canto dos olhos que Crouch começava a se acalmar e estava agora o olhando como se ele fosse algum tipo de incógnita.

- Nada, eu só estou pensando... - o menor respondeu, em meio a um suspiro enquanto ajeitava a postura no banco do carro, sentindo o cinto de seguranças o apertando. Ele odiava sentir-se preso daquele jeito. Principalmente quando estava ansioso.

- Eu daria qualquer coisa em troca de um dos seus pensamentos agora, Bartemius... - Regulus rebateu, com sinceridade, apertando o volante entre os dedos após se dar conta do que acabara de dizer.

Barty, no entanto, se virou por completo para o moreno, sem acreditar no que tinha escutado e menos ainda no fato de que, não havia malícia alguma naquela frase. Era quase tão pura quanto o cinza dos olhos que Black cravava na estrada a sua frente.

- Pode me chamar de Barty. - declarou, por fim e Regulus sorriu.

- Tudo bem, Barty. - Regulus experimentou e foi a vez do menor sorrir, se inclinando minimamente para a frente ao fazê-lo.

Um suspiro alto preencheu o carro. E Barty retomou a fala:

- Eu estava pensando... sabe, isso pode soar um pouco intrometido demais, mas era na razão que o fez ficar no alojamento da universidade - Barty começou - Você vem de uma família rica, não seria comum você ter um apartamento próprio em vez de... você sabe? - Black abriu um sorriso fraco, sem desviar a atenção do painel do carro. - Desculpa, eu disse alguma besteira?

𝘁𝗲𝗹𝗹 𝗺𝗲 𝗜'𝗺 𝗽𝗿𝗲𝘁𝘁𝘆 {bartylus}Onde histórias criam vida. Descubra agora